Capítulo 182: Welcome to USA

158 12 0
                                    

O Justin foi embora à três semanas. Este tempo tem sido um inferno para mim, mas nós falamos todos os dias.

Estou deitada no meu quarto da deprimir e ouvir Get used to it, mais uma vez, mas a música é interrompida durante curtos segundos dando lugar ao barulho da notificação das mensagens.

Abro para ver:

Audições para bailarinos da Purpose World Tour. 10:30H de 23 de Julho de 2017 no estúdio D58 (Los Angeles). Não percas esta oportunidade Bia. Scooter.

Levantei-me do puff. Sentia-a o meu rabo arder, mas um nó no fundo da garganta.

A América é muito longe, os meus pais não me vão deixar ir. Eu não vou poder concretizar o meu sonho... Só faltava uma semana, nem vale a pena tentar.

5 dias depois:

Ok minha gente, quando eu digo que nunca mais ando de avião, É PORQUE NUNCA MAIS ANDO DE AVIÃO, PERCEBIDO?!

Foram 14 horas de voo, paramos em Miami para reabastecer e esticar as pernas, mas logo continuamos por mais umas 3 horas.

Pedi um calmante à menina de bordo, ou a velhota que estava ao meu lado ia ficar com as minhas unhas cravadas, pela merda do medo que eu senti. Além disso depois de uma hora e meia de voo o avião começou a tremer e comecei a chorar que nem um bebé e a dizer que íamos todos morrer, mas os que estavam ao meu lado disseram que era normal nesta rota.

Aham! Digam isso aos acidentes de avião, ao qual todos disseram que era "normal".

Devem de estar a perguntar-se o que é que eu faço na zona de recolha de bagagem do aeroporto de Los Angeles. Muito simples: eu decidi, una vez na minha vida tomar uma atitude e decidir de uma vez o que eu quero fazer desta porra. Pois bem, eu quero ser bailarina, e ter uma Purpose World Tour no corriculo é-me apetecível. Como é que eu fiz?!

Fácil: os meus pais deixaram!

(Deram conta que é mentira?)

Ok, eu não lhes pedi. Eles mal me deixam atravessar a rua quando mais mudar de continente, por isso peguei no meu passaporte (Fomos à Escócia à dois anos, não sou nenhuma fora da lei, não falsifiquei documentos, tá?!) e quando comprei o bilhete low-cost online disseram que menores com mais de 14 anos, precisavam da assinatura de um adulto para viajarem sozinhos.

Quando o meu pai me pediu as fotocópias que estavam na impressora para assinar, foi só meter o papel no meio e ele assinou sem ligar, sem ler sequer. Tudo o que eu fiz foi com o dinheiro que ganhei (já agora o Justin deixou um cheque de 200.000€ em cima da mesa da cozinha, mas a minha mãe ameaçou rasgar o cheque e ele diminuiu a quantia para 100.000€, a minha mãe ainda tentou retaliar, mas só reparou quando o Justin já tinha saído. Ele é tão lindo e fofo, espero que não me deixe entrar no seu esquadrão apenas por ser meu namorado!)

Agora estou à espera do Scooter. Ele disse que ia estar lá no dia do casting, mas que não tinha o poder de escolher por isso, podia ajudar-me. O Justin não iria saber que já cá estou.

Faltavam dois dias. O Scooter mostrou-me um prédio simpático onde eu podia ficar. Não trazia muito dinheiro no bolso, por isso mesmo tinha de economizar. Eu disse-lhe que só procuraria um emprego depois da prova, e que se entrasse não precisava de mais nada mas ele explicou que a América não é aquele sonho europeu de que se chega a um café, pede emprego e tem. Não. Ele disse que por aqui, arranjar um emprego era tão ou mais difícil de trabalhar do que na europa.

Tudo bem, o Scotter é que sabe. Levou-me ao estúdio e eu tentei decorar o caminho, para no dia em que precisa-se saber onde fica e depois seguimos cada um por seu caminho. Eu não me lembrava onde era a casa do Justin, nem do caminho e não me queria perder do meu prédio.

Não podia eleger qual era pelo tamanho, porque a verdade é que Beverly Hills está cheia de casas enormes: de celebridades, celebridades que pouca gente ouviu falar, e pessoas ricas que ganham o seu dinheiro de forma que ninguém conhece.

Tentei arranjar trabalho em 3 cafés, 2 gelatarias e 4 restaurantes, mas nada. O Scooter tinha razão.

A sorte é que pouca gente me reconheceu. Quer dizer cá fora sim, mas eu desviei-me das câmaras e qua do entrei para os escritórios doa patrões, nunca ninguém tinha ouvido falar de mim.

Tipo... se como a Megan Fox fosse pedir emprego ao meu pai, os empregados e clientes ali a babarem por ela e pedir autógrafo, mas ele nem sonha quem seja.

Até tentei arranjar trabalho como segurança ou secretária num estúdio de filmes, mas em vão. Voltei para o meu apartamento. Estava estafada.

- Olá sou a Kelly!- Uma rapariga com os seus 20 anos falou-me, quando estava a entrar para o meu apartamento.

- Prazer sou a Beatriz!- Sorri simpatica por fazer amizade com a minha vizinha.

- Chegaste hoje?- Perguntou.

- Sim, e tu? Vives aqui à muito tempo?

- Não à assim tanto, só há 2 anos, a Sr. Kailani, a velhota do rés-do-chão, mora cá há 30 anos, acho que ela fez uma colaboração qualquer com o Michael Jackson ou assim, mas em Los Angeles ou apresentas ideias novas ou fracassas. Mesmo assim ela parece estar mais feliz com o seu estilo de vida de agora que de antes.

Sorri. Parecia um prédio cheio de pessoas simpáticas que se conhecem umas às outras.

- Bem, eu vou jantar e deitar-me. Até amanhã!- Disse.

- Até amanhã!- Respondeu simpática.

Fui fazer o jantar com a comida que tinha comprado (deve de ter pepitas de ouro, porque foi um roubo) e fui deitar-me na cama que fiz.

O colchão tinha um áspero novo, sem manchas nem nada nojento (tipo... esperma, estão a ver?!) portanto pus uns lençóis que trouxe e meti-me a ver TV.

Era algo pequeno. Mas cabiamos na casa de banho, a cozinha era separada da sala por um balcão e quem entrasse tinha vista privilegiada para a cama, a menos que eu não fecha-se a porta da dispensa. O sofá era de cabedal e a TV não era muito grande, precisava apenas de um pouco de papel de alumínio para funcionar.

Respirei fundo e deitei-me, adormecendo a olhar pela janela da rua, que dava vista para toda Los Angeles e mais alguma e para a colina de Hollywood lá ao fundo.

O disfarce de uma estrela!Onde as histórias ganham vida. Descobre agora