-Por que você está assim? - continuo rindo e pego em sua mão. - O que aconteceu foi uma coisa normal. Não foi uma coisa horrível que fizemos. Transamos... É da natureza humana.

Ela me encara e assente.

-É... - deita-se novamente e puxa o cobertor até o pescoço. - Tem razão. Eu só fiquei preocupada.

Deito-me ao seu lado.

-Tão fofinha preocupada.

-Cala a boca! - fala, brincalhona. - Não acha que devemos nos levantar?

-É melhor mesmo - sento-me na cama. - Vou tomar um banho.

-Vou lá no meu quarto, então - ela iria sair com o cobertor enrolado em seu corpo, mas eu o puxo.

-Ei - faço-a olhar para mim. - Quer ir comigo?

-C-Como? - Amélia arregala os olhos e segura com mais firmeza o cobertor.

-Tomar banho comigo - ponho as pernas para fora da cama.

-Tomar banho contigo? - pergunta para ter certeza.

-"Tomar banho" comigo - ergo as sobrancelhas e um sorriso malicioso forma em meus lábios.

-Hum... - reprime os lábios.

-Qual é - vou até ela. - Vai ser divertido e... - chego em seu ouvido. - Tem até uma banheira aqui.

-Adoro banheiras - libera uma risadinha gostosa.

-Eu também, especialmente quando tem você dentro dela - pego em sua mão e a puxo, mas ela ainda permanece segurando o cobertor. - Amor... Não precisa ter vergonha de mim.

-Eu sei... É que... Não! - tiro o cobertor de seu corpo e ela solta um grito abafado. - Caíque!

-Eu amo você - falo rindo e beijo sua bochecha. - Ah, já ia me esquecendo... Feliz Natal!

[...]

Amélia decidiu que iria descer depois, caso alguém desconfiasse se descêssemos juntos.

-Bom dia, querido - Tia Jéssica é a primeira pessoa que encontro. - Feliz Natal.

-Para a senhora, também - sorrio mais do que o normal e ela logo comprime os olhos.

-Uma pergunta: - ela põe as mãos na cintura. - Usou preservativo?

-Am? - olho para ela, espantado.

-Caíque, eu não sou boba - nega com a cabeça. - Fui hoje de manhã no seu quarto e o mesmo se encontrava fechado. Nem fiz questão de abrir o da sua namorada.

Não falo nada e fico apenas a encarando.

-Só responde a pergunta, querido. Não estou com raiva de nenhum dos dois, vocês se amam - põe a mão em meu ombro no intuito de me relaxar. - Usou?

-Sim, tia - confirmo com a cabeça, bruscamente. Ainda bem que não estou mentindo.

-Ótimo. Agora vai colocar uma blusa antes que o resto da casa veja os arranhões em suas costas.

-Tarde demais, já vi - Sofia passa rindo com a toalha enrolada no cabelo. - Feliz Natal para vocês.

-Peça para Amélia cortar as unhas, macho - Fernando fala zoando, joga uma camiseta em minha direção e segue Sofia.

-Por que está vermelho? - Amélia sussurra em meu ouvido quando chega no andar de baixo.

-Porque meus primos e minha tia já sabem - falo no mesmo tom.

-O quê?

-Pois é.

Amélia me ajuda a vestir a camiseta e passa a mão nas minhas costas, notando-os.

-Desculpa pelos arranhões - ela faz uma careta.

-Tudo bem - dou um beijo estalado em sua boca e cubro com seu cabelo o chupão localizado na sua nuca. - Desculpa por isso - aponto.

-Ah, eu não tinha visto esse - ela sorri e ajeita o cabelo.

-Prometo pegar mais leve da próxima vez - meus lábios roçam em sua orelha.

Amélia põe as mãos no cinto da minha calça.

-Espero que essa seja uma promessa que você não cumpra.

A Última Aposta Nơi câu chuyện tồn tại. Hãy khám phá bây giờ