Capítulo quarenta e nove - Narrado por Amélia

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-Chegamos?! - pergunto pondo minha cabeça para fora da janela recebendo o vento agradável em minha face, dando-me boas-vindas.

-E é com o maior prazer que digo que sim - Caíque pega em minha mão e deposita um beijo nela.

Olho para ele e ajeito o boné azul marinho que o mesmo está usando. Caíque solta uma pequena risada, fazendo-me o beijar logo em seguida.

Amanhã é dia de Natal e ainda não acredito que meus pais me deixaram vim para cá. Caíque me chamou para passar alguns dias aqui para comemorar com sua família. Se eu fiquei feliz? Muito.

Minha mãe achou uma maravilha. Bom, ela é a Alana, era de se esperar. Mas... Meu pai ficou com um pé atrás e só durante o percurso ligou sete vezes. Ele discutiu com minha mãe, dizendo que eu era muito nova para fazer uma viagem com o namorado, mas o Carlos acabou falando com ele. Disse que não iríamos ficar sozinhos durante o dia e que dormiríamos em quartos separados. Ele acabou cedendo, depois de muita resistência.

Às vezes pego Caíque triste, com o olhar longe, e acho que já sei o motivo. Vai ser bom ter a sua família reunida nesse dia.

O Carlos dirigiu durante todo o percurso e tentou sempre manter a conversa viva conosco. Acho que deve ser uma maneira de se distrair de algumas coisas.

Abro a porta do carro e dou de cara com a grande casa. Posso sentir o cheiro da maresia daqui e já escuto vozes vindas de dentro da residência.

A casa possui outro andar além do térreo, podendo se encantar logo na entrada. Era feita com pequenos tijolos e janelas grandes, deixando a casa agradável ao ver. O gramado verde como meus olhos e ao lado direito uma enorme piscina em formato de um "L". A casa está cercada por árvores e mais árvores.

-Gostou? - Caíque me abraça por trás e apoia o rosto em meu ombro esquerdo.

-Caíque... - viro-me e passo a mão pelo seu rosto. - Isso é perfeito!

-Sabe o que eu estou sentindo? - ele se aproxima e tira minha mão que antes estava em seu rosto e a coloca em seu peito. - Felicidade. Amor...

Não aguentando o tamanho da minha alegria, junto nossos lábios. Isso nunca irá deixar de ser tão bom.

Ouço um pigarreio vindo da casa e me separo de Caíque rapidamente.

Uma mulher com roupas elegantes e impressionantemente brancas permanece com as mãos juntas abaixo do busto. O cabelo castanho está preso em um coque e seu sorriso largo dá indícios de que provavelmente é tia do meu namorado. Conheço bem esse sorriso.

-Isso é tão bonito de se ver... - ela diz e tira a franja dos olhos. - Esse amor.

-Tia Jess! - Caíque pega em minha mão e vamos andando até o seu encontro. - Tia, minha namorada, Amélia.

-Confesso que me deixou curiosa ao seu respeito - ela me cumprimenta com dois beijinhos. - Só elogios.

-Minha tia Jéssica, amor.

-É um prazer... - retribuo o sorriso.

-Vamos entrar, crianças! O almoço já ficará pronto - ela dá as costas e sai andando.

Logo atraio os olhares quando entramos na casa. Todos estão ocupando os lugares do sofá e param de conversar para me observar. Apenas um homem e quatro mulheres.

-Família, essa é a Amélia - ele aperta minha mão, confortando-me.

-Boa tarde... É um prazer. - sorrio para todos, que retribuem.

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