Capítulo vinte e um - Narrado por Caíque

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      Como eu havia prometido, vou ajudar a Amélia a estudar para recuperar a média. Ela me disse que não foi bem na prova, então provavelmente iria ficar de recuperação. Não quero que ela fique.

     Assim que cheguei em sua casa, estacionei o carro em frente ao prédio e entrei no elevador. Apertei o sétimo andar e esperei ele subir. Fui em direção ao seu apartamento e toquei a campainha. Alan abriu a porta.

     É hoje que eu morro.

     -Oi, bom dia - tentei ser gentil.

     -Vamos ver se vai ser mesmo.

     Ia entrar, mas ele me parou. Se encostou no batente da porta e cruzou os tornozelos e os braços.

     -Saca só, cara. Antes de eu liberar a sua entrada... tenho que fazer umas perguntinhas - falou com uma voz maléfica.

     -Claro... Sem problemas - leve medo.

     -Pra que time você torce?

     -Atlético.

     -Resposta errada.

     -Caíque, você voltou! - dona Alana apareceu ao lado de Alan. - O que está fazendo aqui fora, querido? Sai daí, Alan, deixa o menino entrar - praticamente puxou seu filho. Dei um sorrisinho vitorioso pra ele e entrei. - Vou chamar a Amélia, eu já volto! - Alan fechou a porta e a Alana sumiu pelo corredor.

     -Não pense que acabei. Senta aí! - apontou para a poltrona da sala e eu sentei. - Você pretende sair com ela de novo? E pra onde?

     -Sei lá, talvez pegar um cineminha... - nem tinha pensado em sair com ela outra vez. Será que ela aceitaria?

     -Pegar? Você quer pegar ela?!

     -NÃO! Quer dizer, se ela... Ah, não, espera. Me...

     -Resposta errada de novo, cara.

     -Desculpa. Pensei em levá-la ao cinema, assistir um filme romântico, quem sabe... Mas com todo respeito, é claro! - o quê eu estava dizendo?!

     -Mano, se isso fosse uma prova, você com certeza tiraria zero.

     -Alguém falou em prova? - Amélia chegou na sala.

     Ela vestia uma regata estampada azul e um short jeans.

     -Meu amores, isso inclui você, Caíque - Alana falou. Sorri e Alan revirou os olhos. Já vi que isso é de família. - Eu vou sair, mas já volto.

     -Ei... - Amélia me abraçou.

     -Oi, boneca - dei um beijo em sua bochecha.

     -Estou indo. Beijo! - Alana disse.

     -Te amo - Amélia falou, ainda me abraçando.

     -Você me ama? - perguntei, fingindo surpresa. Se afastou de mim.

     -Não, otário. Ela falou com a mãe dela - Alan se intrometeu.

     -Estude muito com o lindo do Caíque, Memelha! Também te amo - saiu.

     Memelha?

     Comecei a rir.

     -Você está rindo da minha mãe?

     -Não, Alan. Eu jamais...

     -Como pode rir daquela mulher poderosa?

     -Eu não estav... - se levantou do sofá.

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