Capítulo 7 - De Volta ao normal

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Dias depois

Lauren Pov

"Entrar de penetra" em uma festa soava lindamente destrutivo, mas achei a realidade uma decepção. Havia sido fácil demais conseguir ser convidada, e os lembretes constantes de Michael de que a violência era proibida mostraram-se inteiramente desnecessários. O que esperava por mim dentro do palacete era apenas uma festa comum. Vampiros e lobisomens bebiam e dançavam com sua própria espécie, cada um deles lançando ocasionais olhares desdenhosos aos integrantes do outro clã. O salão de baile era sufocante e os criados humanos andavam entorpecidos pela multidão, controlados por algum feitiço que os tornava tão sem graça quanto o resto. Eu não entendia por que Hayley estivera tão ansiosa para comparecer a este evento. Uma jovem com olhos de gazela me entregou uma taça de champanhe e provei da bebida com entusiasmo. Devia ser de boa qualidade, mas não causou-me nenhuma impressão real. Afinal, eu não era a melhor juíza para drinques servidos em companhia social.

— Espere — chamei-a, e a jovem se virou obedientemente, ainda equilibrando a bandeja de taças numa das mãos. Me aproximei dela, vendo o brilho mel de seus cabelos e a pulsação suave no pescoço. — Preciso de um pouco de ar — improvisei. — Pode me mostrar o jardim?

A humana hesitou por um momento, seus lábios separados como se soubesse que devia declinar, mas não podia. Ela baixou a bandeja e a segui à margem do deslumbrante salão. Eu a peguei antes que a porta estivesse inteiramente fechada, os olhos se adaptando de imediato à escuridão do jardim. Minha mão direita cobriu a boca da menina, abafando qualquer som que pudesse escapar, enquanto a esquerda afastava o cabelo da pele do pescoço. Senti meus dentes se estenderem e afiarem enquanto olhava o pescoço liso. Minhas presas procuraram a pulsação da garota, cravando-se em seu pescoço e se fixaram ali, e o sangue quente fluiu à boca. A minha mente já estava longe quando o coração da garota começou a fraquejar. Meus olhos percorreram o jardim enluarado, procurando por esconderijos. No minuto em que a garçonete desfaleceu, eu a carreguei até um muro coberto de madressilvas e a escondi em meio às trepadeiras. Não me dei ao trabalho de inspecionar meu trabalho com muita atenção. Deixar a festa tediosa por uma morte tediosa fez com que meu humor ficasse inesperadamente pior.

Voltei pelas portas duplas entalhadas, sendo banhada brevemente pela luz e a música. Minha volta passou quase inteiramente despercebida, mas não tanto. O brilho de uma dúzia de lustres cintilava em uma pilha de cachos castanhos e perfeitos, e um par de olhos castanhos e sérios estava fixo em meu rosto. Hayley devia espionar para Michael e alimentando a estranha obsessão dele em "me manter no controle". Certificando-se de que eu não fizesse nada que colocasse em risco seus brilhantes planos.

Eu odiava esses bailes que aconteciam de tempos em tempos, os clãs juntos no mesmo lugar, todos fingindo se suportar. A mera ilusão de paz, alguns de nós nem sempre era adepta da paz, do convívio, e era com esses que tínhamos problemas, mas especificamente com Marcus e seus subordinados. Haviam poucas dezenas de lycans na cidade e com os vampiros não era diferente, só eu me destacava na multidão que dançava no salão. Talvez por estar de coturno, calça justa e um sobretudo que parecia uma capa.

Hayley continuou a acompanhar meus passos durante toda a noite, eu estava entediada e a qualquer momento poderia decapitar todos naquele salão, apenas por diversão.

— A onde você está com a cabeça? — Hayley se aproximou irritada.

— No pescoço grudada ao meu corpo?! — desdenhei.

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