sete dias antes

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                                                                                . . .

- Ele não me ligou. - Jimin comentou, com o olhar cabisbaixo. As mãos juntas em cima da mesa. Os dedos entrelaçados um ao outro.

- Você esperava por isso? - perguntei, olhando no fundo de seus olhos marrom brilhantes. Eu sabia que a resposta era algo mais que sim.

- É, eu esperava por isso. - ele fala, inclinando-se um pouco para frente, erguendo os braços e apoiando o cotovelo na mesa. - Eu ainda espero que ele diga-me que foi tudo uma fase difícil. Que ele diga que me ama apesar de tudo... - profere, com um tom de voz arrastado. Seus olhos pairavam por algum lugar da cafeteria. Seus pensamentos pareciam estar longes daquele lugar. Pareciam voar por um mundo secreto onde só ele sabia onde se localizava. 

Ele esperava amor.

Eu não sabia mais o que fala-lo, afinal. Tudo o que eu achava saber sobre o amor, todos os aglomerados confusos de pensamentos e conclusões não tão concluídas certas que eu guardava e ponderava sobre ser amor, eu já o dissera. Eu já o avisei. 

Suspirei fundo. Eu esperava que apenas o meu eu sentado naquela cadeira, calado, ouvindo-o, fosse o suficiente para ele. Porque eu não sabia mais o que falar.

- Eu deveria tentar conversar com ele? - questiona, olhando-me com o olhar curioso; brilhante. Como se tivesse acabado de ter um ideia grandiosa, que mudaria tudo. 

Sorri para o seu olhar.

- Por que está sorrindo? - volta-se para trás, encostando as costas na cadeira e olhando-me desconfiado. 

- Por causa do brilho inocente do seu olhar. - respondo-o, sinceramente. 

Senti aquela sensação da noite passada, a qual eu titulei de agitação da madrugada. Eram exatas onze horas e vinte e quatro minutos do dia. Não era agitação da madrugada. Eu nunca a senti... é como se tivessem lançando fogos de artificio em meu estômago. Como se uma festa juvenil acontecesse em meu interior, e o som estrondoso me fizesse tremer e soar. 

- Brilho inocente do meu olhar? - ele repete, em um tom interrogativo.

- Seus olhos brilham. - falo calmamente, relaxando meus braços na mesa e olhando-o fixamente.

Ele suspirou fundo, sorrindo como uma atitude instantânea. Me pareceu tão instantânea como quando um cão feroz e grande inicia uma série prolongada de latidos raivosos e nossa única reação é correr, ou ficar inteiramente assustado.

 A única reação dele foi sorrir.

E a minha foi sentir o som da sua risada e a visão de sua boca curvando-se em um sorriso, fazendo minhas pupilas dilatarem-se.


prostitute; jikookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora