primavera

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Primavera: reflorecimento.

Uma semana, sete dias, 168 horas, 604800 segundos. Este foi o tempo necessário para eu conseguir enxergar, depois de tanto tempo, as cores. Foi o tempo necessário para que eu desse alguns sorrisos, mesmo que ainda raros, eles eram dados com mais frequência. Eram verdadeiros. Sinceros. Uma semana, sete dias, 168 horas, 604800 segundos foi o tempo necessário para eu já ter gravado em minha mente, decorado de cor, você inteiro. De trás para frente. De cima para baixo. Ao avesso. Internamente e externamente. Era como se eu te visse por completo. Este foi o tempo necessário para eu me apaixonar por você. Completamente e perdidamente. Gosto mais da expressão perdidamente, acrescentando. Porque eu me perdi em você. Eu afoguei-me em você. Eu joguei-me em você. 

Flores cresciam em minha pele. Borboletas davam seus sinais de existência em meu estômago. Elas voavam e eu sentia perfeitamente cada movimento dada por elas. Sentia suas asas batendo. Um movimento tão sutil, leve. Não é? Apenas um bater inocente de asas. Eu sorria quando as sentia, pois eu sabia que você estava próximo. Mas por dentro, era como se estivesse acontecendo um terremoto que me fazia tremer. Me faria soar e sorrir nervosamente.

Uma semana, sete dias, 168 horas, 604800 segundos. Este foi o tempo necessário para que eu caísse de amor por você. Antes de sentir o amor pelo menor uma vez, eu já estava quebrado e vazio. É assim que somos sem o amor. Vazio e quebrados. Mesmo que doa agora, eu não me arrependo. E mais do que qualquer coisa, não mudei minha opinião sobre o amor. Muito menos sobre você. Eu ainda amo a sua risada, mesmo que isso tire a minha. Eu ainda amo os seus olhos brilhantes, mesmo que isso faça os meus lacrimejarem. Eu ainda amo o seu nariz perfeitamente traçado e delicado, mesmo que ele faça-me perder a respiração. Eu ainda amo os seus braços e suas mãos, mesmo que isso mate-me lentamente por lembrar de quando eu podia toca-los, e entrelaçar seus dedos pequenos aos meus. Eu ainda amo o seu corpo, mesmo que isso faça-me perder o controle já desequilibrado do meu. Eu ainda amo o seu jeito de pensar, mesmo que isso bagunce todos os meus pensamentos. Eu ainda te amo, mesmo que isso machuque-me, sufoque-me. Eu ainda te amo. Porque mesmo sentindo-me vazio, quebrado e estralhaçado, eu me sinto completo por, ao menos uma vez na vida, uma única e última vez, eu tenha sentido o amor me invadir. Te amar me fez inteiro. Me fez ver as coisas mais coloridas.

Aquela primaveira, quando ficamos junto, foi o melhor momento da vida. Mesmo que no fundo, em meu interior, eu soubesse que seria apenas algum tempo não determinado. Mas independente de quanto fosse ele, você iria embora de qualquer forma. Eu não sou o suficiente para você e eu sei disso. Eu sabia disso. Mas eu sou fraco, vulnerável. Não me odeio por isso. Por ter sido fraco e me ter entregado a você. De corpo e alma. Eu faria tudo de novo. 

  Uma semana, sete dias, 168 horas, 604800 segundos. Este foi o tempo para eu perceber que, não importava o meu amor imenso por você. Eu seria abandonado a qualquer hora. Porque eu caí de amores por uma pessoa que amar outra. Ele cativou-te primeiro, eu sei. Eu fui apenas uma segunda opção, certo? Eu também sei disso. Mesmo eu não sendo o suficiente para te fazer feliz, eu ainda te amo. Porque amor não tem definição. Não tem escolhas. E eu não sei nada mais além do que isso. 

Eu te amo.

Há uma barra de vidro entre nós. Mas continuarei com você. Do outro lado. Continuarei caindo para sempre em seu amor. Para sempre.

                                                                                                               J.

prostitute; jikookWhere stories live. Discover now