Desaparecida entre os Sete Pecados

¨ Capítulo Dois ¨

— Papai, assim o senhor vai amassar meu vestido. — ela o repreende com ironia.

— Como se você se importasse com isso, Hilary. — a mulher resmunga com desgosto.

— Mamãe, não me chame assim. É Hil. — ela a corrige ainda nos braços do pai.

— Tanto faz. Agora venha aqui Hugh, deixe-me arrumar este terno. — ela o chama fazendo gesto com as mãos.

A contra gosto ele se solta de suas filhas caminhando até a mulher que ele miseravelmente acredita amar. Ao longe, as duas irmãs conversam animadamente, enquanto a mais velha continua parada em frente ao espelho olhando sua imagem refletida. Ela não queria estar ali. Ela não queria ter aquela vida, e pior: não desejava carregar um sobrenome que contém um peso tão grande, mesmo amando incondicionalmente aquelas pessoas.

O chefe da segurança entra com alguns homens, declarando que a hora já havia chegado. Nesta noite, Hugh Brodbeck Camiotto, juntamente com sua família, representa a família mais poderosa de todo o continente americano.

Hugh, junto com seu pai George, receberá um prêmio exclusivo por melhor desempenho empresarial de todos os tempos. A família dos Brodbeck Camiotto é uma das famílias mais tradicionais de todos os tempos. Possuem uma linhagem clássica, com antepassados de sangue azul e superioridade. Qualidades que somente eles possuem. Ramos e posses que muitos jamais poderão ter a satisfação de um dia possuir.

Passando por um corredor perto do lobby, onde fica o local para os recepcionistas, Amie estava concentrada em seus passos firmes, com seu semblante fechado. Ela desliza graciosamente pelo espaço com seu belo vestido perolado e seus cabelos louros que são como olhar para diversas esculturas em ouro. Ela está no lugar destinado a ela. Esta linhagem não é nada menos que o perfeito para a mulher que a fizerem ser. Ela faz jus ao nome de sua família.

Os seguranças que caminham a frente deles, abrem a grande porta de material revestido por imagens douradas, logo dando lhes passagem. Amie seria apresentada a sociedade, como foi antes diversas vezes, pois um dia aquilo tudo será dela. Ela estará no topo, comandando cada pequeno ser que estiver ao seu redor.

Sua mãe tom o braço de seu pai, e olha para trás dando-lhe um gesto para que seguisse para o outro lado, tomando o braço livre do homem.

Ao entrarem no salão, toda atenção é voltada a eles. Brodbeck e Camiotto juntos em um só nome. Ela sente o peso dos olhares em cima de si, e sente vontade de sair correndo para longe. Para longe de pessoas mesquinhas e fúteis. Ela os odeia – ou a grande parte deles.

A decoração lembra a era romana antiga. Onde grandes reis eram rodeados de beleza, de luxúria, de pedras preciosas, e mulheres, muitas mulheres. No teto, a imagem de um grande imperador toma conta, com seus súditos e soldados lutando e morrendo por ele.

As pessoas acreditavam que ela não os notaria que ela não se importava com a presença deles. Mas, ao contrário do que pensavam, ela sabe perfeitamente o nome de cada um dentro do salão. Cada pequeno segredo. Cada mentira. Cada traição.

Eles caminharam até serem postos em uma grande mesa redonda no centro, onde pratos lisos e brilhantes estavam postos ao lado de taças e copos de cristal, talheres reluzentes e enfeites desnecessários.

Uma suave música instrumental toca pelas caixas de sons escondidas entre as paredes, lustres e candelabros. Amie já se encontra entediada por estar ali, conversando com aquelas pessoas. Ela pede licença e caminha até o outro lado, parando em frente ao chefe de sua segurança e também um grande amigo.

— Por favor, me diga que já posso sair desse lugar? — ela pergunta baixinho em clemência.

Ele ri cautelosamente, para não chamar a atenção, e responde sem olhar para ela.