A menina puxa o pai pelas mãos, seguindo por um corredor amplo repleto de quadros e fotografias penduradas nas paredes. Fotos do homem quando era pequeno apareciam conforme seus passos eram dados. Fotos em quadros de diversas formas e cores, dele ao lado de um senhor que se parece muito com ele. Os traços são os mesmo, a cor dos olhos com certeza ele herdou daquele homem. Fotografias também da sua filha ainda bebê, toda lambuzada de chocolate. Parker abre um sorriso ao se lembrar dessa época. Olhando para a garotinha agora em sua frente, ele percebe que o tempo passou mais rápido do que esperava. Que sua menina, a cada dia que passa, cresce mais, e isso, de certa forma, o entristece, porque ele perdeu tanto da sua infância: quando ela se machucou e ele não estava ali ao lado dela para cuidar dos seus machucados, ou para assoprar quando um pequeno cisco caísse em seus lindos olhos... Ele não esteve ao seu lado quando deu seus primeiros passos. Não foi para ele que caminhou quando teve um pesadelo a noite.

A menina abre a porta revelando as paredes cor de lilás, com o desenho de uma floresta encantada, repleta de fadas voando, de árvores e flores coloridas. A cama é forrada por uma colcha linda na cor rosa, bordada pela sua avó, seus travesseiros com fronhas lisas, combinando perfeitamente com a colcha, e um guarda roupa branco com detalhes roxos é visto do outro lado do quarto, ao lado de um espelho enorme que reflete a imagem da menina sentada na cama sobre suas pernas curtas, e do homem olhando fotos coladas em um painel em frente à cama.

Todas as fotos ali são dele ao lado dela. Ele para mais perto e toca em uma em que ele estava com os cabelos mais curtos, sem barba, e vestido em um suéter verde escuro enquanto em seus braços continha um pequeno embrulho. Um bebê estava enrolado em uma manta de linho branco. Ele possuía um sorriso emocionado e feliz em seus lábios.

Ele se lembra perfeitamente daquele dia. Foi o último dia dele ao seu lado. Era ela quem havia tirado aquela foto. Ele sorria pra câmera segurando seu bebê em seus braços. Ele amava aquelas duas, elas eram a razão dele viver. Mas por um pequeno erro seu, ele perdeu parte do seu ser.

— Essa é minha favorita, papai. — a menina mostra outra foto, enquanto segura a mão dele: Ela estava vestida em uma calça marrom com um suéter branco, nos seus pés uma pequena bota de couro. Ela estava rindo enquanto o homem a levantava no alto. Era como se ele pudesse ver um anjo voando. Seu pequeno anjo. Seu lado bom. Sua única razão de viver.

— Venha papai, quero te mostrar meus desenhos.

Ele caminha e se senta na beirada de sua cama, esperando enquanto ela pega algumas folhas dentro da gaveta. Ela retorna e sobe com a ajuda dele.

— Lá na escola chegou uma professora nova, ela dá aula de artes pra minha turma. Ela contou que quer ser uma grande pintola. Papai, o senhor precisa ver o tanto que ela desenha bem! — a menina diz empolgada ao pai, que olha para ela com admiração e amor.

— Olha, eu levei uma foto nossa para ela desenhar.

Ela pega uma folha maior entre as outras, e ergue ao lado do seu rosto mostrando. Em baixo da foto há uma rubrica. Ele nunca tinha visto uma assinatura tão perfeita como esta. E o mais incrível é que o desenho deles está perfeito, como se fosse realmente uma foto tirada deles.

Ele observa cada traço, cada pequena ruga. Seus cílios longos. Até mesmo a cor de seus olhos ela havia feito igual. As mãos dos dois, entrelaçadas, enquanto a mãozinha dela se perdia no meio da dele. Os detalhes das roupas. Tudo está certo, cada coisa em seu devido lugar.

— Não é lindo papai? — a voz de sua menina lhe tira de seus devaneios.

— É sim, meu amor. É muito lindo. — ele concorda com a filha.

— O senhor pode ficar com essa, eu tenho outro desenho igual. — ela informa, mostrando o outro desenho dos dois.

Ele olha a imagem por mais um tempo, e depois a dobra com cuidado e coloca dentro da sua carteira, ao lado de uma fotografia da sua filha e um anel, que foi largado ali. Foi esquecido.

— Agora guarde isso e venha deitar aqui comigo, tenho uma história nova para te contar. — a voz branda e levemente rouca dele inunda o quarto.

A garotinha de cabelos louros pula na cama ao lado dele e deita sua cabeça no ombro dele. O homem empurra com os pés tirando os sapatos e mostrando suas meias, tirando uma risada alta dela.

— Papai. — ela murmura sorrindo.

O homem está com meias brancas com vários desenhos de unicórnios roxos e pequenas fadinhas. Ele levanta as pernas para o alto e menina segue o seu gesto, levantando as curtas pernas, mostrando as meias iguais às do seu pai.

— Eu prometi que sempre que viesse te ver eu viria com elas. — ele fala abraçando seu corpo pequeno.

Ela tem um cheiro de amoras, e ele adora ficar abraçado a ela por muito tempo. Ele ama aquele pequeno ser que é a luz da sua vida.

— Agora vamos à história. Feche os olhos e embargue nessa grande aventura ao Mundo Mágico de Gwen.

Daquela vez, a história foi bem além dos muros de Felicity. Uma cidade protegida por altos muros mágicos que possuíam cogumelos de várias cores e formatos, que a cada vez que um inimigo tentava entrar, era transformado em mais uma nova flor no jardim em frente ao muro. Flores essas que ficariam grudadas ao muro para sempre. Gwen, uma fada que não possuía asas, enfrentaria muitos perigos até finalmente chegar à sua mãe. Ela passaria por lugares assustadores, belos, doces, engraçados, e até mesmo inalcançáveis.

A primeira parada foi ao Vale de Som city. Árvores altas e sem folhas eram vistas logo atrás do alto portão de ferro negro. Gwen, juntamente com alguns amigos, deduziram que aquele era um lugar sombrio. Mas a pequena fada não tinha medo, era destemida e corajosa. Ela saiu na frente até empurrar com força o grande portão. Ao abrir, pássaros no céu com cabeças de corvos e corpos de borboletas começaram a falar todos juntos.

"Corra, fada. Corra, fada. Perigo...perigo"

— Papai, a bruxa má vai pegar a fadinha.

O homem para de contar a história assim que ouve a voz da sua filha.

— Bom, então temos que fazer alguma coisa para que a bruxa má não os veja. — ele diz.

A menina concorda.

— Ela podia ter uma capa de ivisibidade papai. — ela dá a ideia.

— Perfeito, querida. Mas é invisibilidade, coração.

Mas antes que ele possa continuar a contar, eles escutam uma voz gritar pelos seus nomes.

— Parker! Gwen! Venham! O jantar está pronto.

O homem olha para a menina, e logo escuta um ronco alto vindo de sua barriga. Ele a pega no logo e carrega para a cozinha, fazendo de seu corpo um pequeno avião. Enquanto os três comem uma sopa quentinha, a neve cai cada vez mais forte do lado de fora.

O que Parker não imagina é que a quilômetros de distância dali, existe alguém que mudará para sempre a sua vida. Só lhe resta saber se é para o bem ou para o mal.


         <3 

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