¨Capítulo Um ¨

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Ele bate suas botas contra o chão para a terra e neve saírem do solado. Pega em seu bolso a chave com um pequeno lembrete do que perdeu. O sorriso dela se estampa em uma pequena foto ali. Ao abri a porta, é recebido por um pequeno furacão loiro em seu colo.

— Papai. — ela grita ao sentir os braços do homem a levantando, tirando seus pequenos pés do chão.

Ele abraça seu corpo pequeno, tentando de alguma forma matar a saudade que sente. Cada vez que ele ia embora, deixava com ela a única parte boa que restava a ele. Mesmo que essa parte seja pequena.

— Oi minha princesa. Como você está? — ele lhe pergunta ao fechar a porta atrás de si.

— Bem, papai. Mas com muitas saudades do senhor. — ela responde, mas dessa vez com certa melancolia e tristeza na voz.

Se para o homem era difícil manter-se longe dela, imagina para uma garotinha de apenas seis anos? Ela é doce, inteligente, perspicaz, carinhosa. Ela é encantadora aos olhos de todos.

— Eu também, coração. Mas agora estou aqui com você, e trouxe uma história nova. — ela fala sorrindo carinhosamente.

Ele sente uma dor muito grande em seu coração cada vez que vê tristeza nos olhinhos claros da sua menina. Ele prometeu a ela que nunca a abandonaria que sempre estaria ao lado dela fazendo-a feliz. Mas ele não conseguiu cumprir a sua promessa. Mais uma delas que foi quebrada.

— Ebaa! Mas tem que ser depois do jantar papai. Vovó fez uma sopa bem gostosa, com pedacinhos de batata doce, do jeito que o senhor gosta.

Ela rodeia seus bracinhos pelo pescoço dele o abraçando delicadamente, enquanto repousa sua cabeça no seu ombro.

— Eu senti o cheiro lá de fora, e só por ele aposto que deve estar deliciosa. — ele comenta caminhando em direção à cozinha.

Lá ele encontra uma senhora baixinha com seus cabelos brancos em um coque bem feito, enquanto um avental cheio de desenhos de frutas está amarrado a sua cintura. Ela mantém sua atenção concentrada em uma cenoura que agora se encontra toda picada. Ela percebe a presença deles, e se vira encontrando os olhos mais bonitos que já viu.

— Ora, vejo que meu menino já chegou. Venha aqui na sua mãe e lhe dê um abraço bem apertado. — ela ordena, abrindo seus braços para recebê-lo.

Ele coloca a menina sentada no balcão e caminha em direção a sua mãe, abraçando-a com carinho.

— Que saudades suas meu filho. – ela sussurra emocionada.

Uma lágrima solitária desce pelo rosto dela, que logo a seca.

— Veja só, você parece maior do que da última vez que te vi. Isso faz o que? Umas quatro semanas? — ela resmunga bem humorada.

— Vovó, a senhora se esqueceu de que o papai malha muito? E que no trabalho dele, ele tem que ser bem forte? — a garotinha a relembra, fazendo força com o braço para ressaltar os músculos que ela acredita ter.

A senhora lhe dá um sorriso triste, e logo seus olhos desviam para o homem ao seu lado. Ela sabe que o seu trabalho é bem mais do que ele diz. Ela sabe que o trabalho dele é algo perigoso, e ela tem certeza que suas escolhas um dia acarretarão na sua queda.

— Você tem razão querida, eu me esqueci. Agora porque você não vai mostrar para o seu pai os seus desenhos, enquanto termino essa sopa? — a senhora fala, virando-se e voltando ao preparo do jantar.

— Isso. Vem papai, deixa eu te mostrar. O senhor vai adorar. Chegou uma professora nova na escola. Ela é linda! Ela tem os cabelos iguais aos meus, só um pouco mais louros, e ela é muito bonita.

Desaparecida entre os Sete PecadosWhere stories live. Discover now