Tambores e Abutres

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Arma em ruína, ele fita a boca no céu.

O que diz as formas nas nuvens?

Morte! Revela o todo santo

Em pleno esplendoroso escarcéu


Lava sua alma, o sangue que vem a fluir

Festim de abutres

Asas de espinhos

Foi para isto que vim a existir?


Tambores, anunciem a debandada

Lágrimas não rolam

O poço está seco

A maré está baixa


Amores perdidos, palavras não ditas, desencantos

Ergue-se o soldado

Do ventre da morte

Rebento da angústia aos vinte anos


Levanta aos trancos, sem se deixar iludir

Remendado e renascido

Refém da maldosa esperança

Não deixará a guerra sem ter motivos para sorrir

A vida, os sentimentos, e tudo maisWhere stories live. Discover now