Demônios

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A noite chega e eu a sinto com o vento

É negro, é pálido, é frio, este mundo de sofrimento

Não, não venha até aqui, não queira espreitar com inocentes olhos.

Verá que aqui já houve paz, paz devorada por fantasmas odiosos


Morto e vivo eu sigo, por estas descarnadas ruas de fogo

Queimando meus pés, queimando o que eu sinto

Observando os demônios enquanto me distorço


Quem sou eu se não uma turva e opaca sombra?

Quem eu sou perante o vil passado que me assombra?

Futuro nenhum há para mim, não aqui onde a morte é um mero detalhe

Não existe um lar neste mundo ingrato para quem anseia por liberdade


Morto e vivo eu ando, por estas desalmadas ruas em chamas

Fitando o luar que é meu único amigo

Dialogando com os demônios de minhas amargas lembranças


A vida, os sentimentos, e tudo maisWhere stories live. Discover now