A vida, os sentimentos, e tudo mais

A igreja logo à frente

Santas vozes que em reluzente altar cantam

Com gentil beleza que a todos encantam

Esclareçam-me o motivo

O porque de à mim soarem como demônios que dançam

Que guiam seres que me parecem pedidos

Vejo os vultos e ouço as vozes

Vozes que não nascem de mina retorcida loucura

Mas sim ecoam do outro lado da rua

Tal como gritos esfomeados de animais ferozes

Vejo medo, vejo redenção, sinto até mesmo estranheza

Porém permaneço com inabalável certeza

Em minha alma, meu cerne e meu espírito

Que tais cantos e hinos somente me atraem tristeza

Tristeza que me leva a profundo desatino

Perdoa-me pai, se por acaso tudo isto parecer-lhe escárnio

Não é culpa somente minha se eu os vejo assim

E se eles dizem que teu filho caído tem uma mão em mim

Não serei eu que os convencerei do contrário