107.

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Acordei na quinta-feira com o Guilhermo fazendo cafuné em mim. Ao lembrar da noite anterior, um sorriso escapou pelo meu rosto, o que fez o Guilhermo abrir um sorriso lindo. Como a pessoa consegue ser bonita até quando acabou de acordar?

-Bom dia. -Falei sorrindo para ele.

-Boa dia dorminhoca. -Ele me deu vários selinhos. Olhei de rabo de olho para o relógio.

-Dorminhoca nada, são nove horas ainda e pelo que me lembro ainda estou de férias.

-Mas logo não vai estar e não vai encontrar um despertador tão bom quanto eu tão rápido. -Ele parou de fazer cafuné em mim e sentou na cama encarando o nada. 

Sentei ao lado dele e só então lembrei que estava sem roupa, porém não liguei para isso. Dei vários beijinhos nas costas do Gui. 

-Eu nunca vou encontrar uma pessoa como você. -Ele virou o rosto para mim e eu olhei fixamente para seus olhos que ameaçavam deixar escorrer algumas lágrimas. 

-Você me promete que depois que eu for embora você vai ser feliz? Que você não vai se fechar para o mundo igual na época que você só tinha o Arthur? -Não consegui achar palavras para responder. -Você merece ser feliz Elena. 

-Eu já sou feliz. -Sussurrei. Não conseguia imaginar a minha vida daqui para frente sem ter o chato do Guilhermo me irritando e falando tudo que eu preciso ouvir. 

-É tudo que eu vou precisar ouvir quando eu estiver na Itália. Vou precisar saber que você está bem e curtindo sua vida na faculdade. Não pense que só a faculdade dos Estados Unidos fazem sucesso pelo mundo, já ouvi muito falar das faculdades do Brasil lá na Itália... Várias festinhas e noitadas. -Ele acariciou meu rosto. -Aproveite sua vida. -Do jeito que as palavras saiam de sua boca, parecia que tudo que ele me falava era um pedido, mas um pedido que ele mesmo sabia ser impossível dele cumprir. Tudo que ele queria de mim, era tudo que ele queria para ele, mas, conhecendo o Guilhermo, não conseguiria. E eu não estou falando apenas em relação a mim. Todos os dias desse ano, ele não ficou um dia sem falar ou pensar na mãe e sei, bem lá no fundo, que quando ele voltar para a Itália, não vai ter um dia que ele não pense em todos os amigos que ele fez aqui. 

-Eu só prometo se você me prometer... -Ele voltou a encarar o nada. -Me promete que você vai arrumar um motivo para sorrir, mesmo quando a vida quiser te pôr para baixo. Promete que você não vai se excluir do mundo e vai estar aberto a novas amizades e até rever seus amigos antigos. Promete que você vai sair e se divertir... -O Guilhermo não me respondeu e eu não achava mais palavras para continuar falando. 

Ele não trocou nenhuma palavra comigo, apenas me beijou, fazendo com que eu caísse deitada na cama e, então, fizemos amor e, por um momento, todos os problemas foram embora. 

Depois de ficarmos mais um tempo trocando carícias, ele levantou da cama e foi tomar um banho e depois eu fiz o mesmo. Voltamos para cama, agora cheirosos e vestidos, e ficamos abraçados. Eu com a cabeça em seu peito e ele fazendo cafuné em mim. O silêncio reinava no ambiente e já tinha passado de desconfortável para triste, até que ele o quebrou:

-Eu não posso... 

-O que? 


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