07.

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No último tempo de aula o professor de literatura resolveu passar um trabalho para a semana seguinte.
-Sei que vocês não querem, mas eu vou passar um trabalho para vocês. Como é primeiro bimestre, início de ano, eu vou deixar o tema bem aberto. Vocês vão escolher um clássico da literatura, não necessariamente nacional, e vão produzir um filme. -Olhei para o Arthur e percebi que ele me olhava também. Toda as vezes que um professor passava um trabalho de filme, o nosso grupo sempre era o melhor e agora que estamos separados, vai rolar uma grande concorrência. -Ah, eu vou avaliar o melhor trabalho e prevejo que vamos ter uma grande disputa. -O professor olhou para Arthur e depois para mim.
-Claro que não professor! A gente vai ganhar. -Igor falou todo confiante. -Você vai fazer com a gente, né? -Ele sussurrou para mim e eu assenti. Na verdade não tinha nem pensado no assunto e acabei por fazer com eles mesmo.
Dos meninos que andavam com o Guilhermo, todos eram pegadores incluindo ele. Também né, todos eram uns gatos !! Mas nenhum deles tentou dar em cima de mim. Não por eu ser feia, mas sim pelo Guilhermo que cismava em me tratar como uma irmã mais nova que ninguém podia mexer. Isso simplesmente pelo meu tamanho, já que idade tínhamos a mesma.
O sinal tocou e todos saímos da sala. Fomos para o pátio e ficamos conversando. Até que os meninos resolveram ir jogar bola, menos o Guilhermo.
-Lê, eu hoje vou lá no Pão de Açúcar, quer ir comigo?
-Quero! -Falei toda animada. Todas as vezes que eu tentei ir nunca consegui. Sempre acontecia algo de última hora que me impedia.
-Então vai para casa e troca de roupa que já passo lá. -Assenti e sai do colégio. Estava tão feliz e distraída que bati em alguém.
-Descul...-Olhei para a pessoa e dei de cara com...Putz...Arthur. -Desculpa. -Repeti. Voltei a andar, mas ele segurou meu braço.
-Elena...
-Que foi? -A Lara chegou e abraçou o Arthur.
-Nada. -Ele sorriu para mim e me soltou. A Lara me matou com o olhar. Voltei a caminhar sem ligar pros dois.
Ainda gostava do Arthur, mas nada que me fizesse cometer loucuras de amor por ele. Sempre gostei mais dele como o meu melhor amigo do que como outra coisa.
Cheguei em casa e dei de cara com os matadores de aula. Todos estavam no sofá vendo filme.
-Vem ver com a gente, Elena. -Pedro disse assim que fechei a porta de casa.
-Não posso. Vou sair com o Guilhermo. Carol, caso o papai volte cedo, fala que eu estou bem e qualquer coisa é só me ligar. -Fui para o meu quarto e troquei de roupa. Desci para a cozinha e comi alguma coisa bem rápido. Sentei no sofá com a turma apenas para esperar o Guilhermo.
-Vocês dois rola ou não rola? -Téo me perguntou.
-Claro que não rola. Só amizade. -Falei.
-Opa! Então posso investir. -A Carol deu um tapa na nuca dele que estava deitado em seu colo. Ri do que o Téo falou. Até que ele era bem bonitinho e seria ótimo dar uns pegas nele. Resolvi não negar.
-Hoje é seu dia! Ela não negou. -Milena falou.
-O Téo não se contenta com uma das gêmeas. Tem que querer as duas logo. -Celeste falou.
-Ele gosta de mim, mas como não quer assumir, pega a minha irmã. -Carol falou rindo.
Sei que ela não sentia nada pelo Téo, o negócio dela era o Pedro mesmo. Não que ele saiba disso, nem nada. Afinal, ela nunca jogou uma indireta para ele e nem ele para ela.
-Seria seu sonho, né minha linda? -Téo apertou as bochechas dela. A campainha tocou.
Me despedi de todos e fui com o Guilhermo.
-Quem está ai?
-Os matadores de aula. -Ele riu e entramos no carro.

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