51º Dia.

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22 de junho de 2017, San Diego.

A porta do quarto é aberta de forma invulgar, fazendo com que eu acordasse. A pessoa que entrou não me é conhecida, porém pela sua imagem, algo me diz que tem algo a ver com Elaine e Joshua.

"Camilla?" - O homem pergunta. Afirmo, levantando-me. Ele anda até mim e quando pára, tenta bater-me com o bastão que estava meramente escondido atrás das suas costas. Seguro o bastão, arrancando-o da mão do outro. Começo a bater-lhe.

"Quem és tu?" - Pergunto, parando de bater-lhe. O homem contorce-se no chão, negando com a cabeça.

"Sou... Um amigo da Elaine." - Só de ouvir o nome, voltei a bater-lhe. "Pára! Pára!" - Os seus gritos são altos, porém não páro. Estou com raiva acumulada e alguém tem que levar com ela e ser o meu saco de pancada, já que eu já fui para várias pessoas.

Acabo, quando me sinto aliviar. Os meus músculos ainda pulsam e eu sento-me. O homem no chão, apenas mexe as mãos.

"Para que foi que Elaine te mandou? Para matar-me?"

"Sim... Joshua sumiu com a bebé e ela está furiosa." - Como assim Joshua sumiu com a minha filha?! Ele tirou-a de mim? É isso mesmo?!

"Onde ele está? E a bebé?"

"Vinha aqui... Perguntar-te o mesmo."

"Sem informações, não me vales de nada." - Preparo o bastão novamente.

"Eu... Eu salvei a Elaine. Ela estava muito magoada."

"Tomara que morra então." - Dou-lhe com o bastão na cabeça.

Vendo o corpo imóvel no chão, saio pela porta, arrastando o mesmo. A porta da rua está aberta e eu vou até à mesma.

Pondo um pé fora, Joshua olha-me negando com a cabeça e empurra-me para dentro.

"Mas que porra! Tu dizes que queres me ajudar, porém continuas a manter-me aqui!" - Ele apenas finge não me ouvir e olha para o outro corpo no chão, sem movimentos.

"Tens alguma coisa a ver com isto?"

"Pergunta à tua irmã. Ela é que o mandou, para matar-me certamente." - Reviro os olhos, sentando-me na cama. "Afinal, queres matar-me, não queres? Dizes que pretendes matá-la mas de ti não vejo nada feito! E outra, para onde levaste a minha filha?"

"Ela está num sítio seguro. Não te preocupes."

"Tenho de me preocupar se ela está sob tua vigilância."

"Elaine descobriu-a. Ela esteve aqui, no dia em que falamos sobre o plano. Ela ouviu tudo. Falou com um amigo nosso em comum e ele descobriu aonde eu morava."

"Como sabes que ela esteve aqui?"

"Vi-a a correr daqui de casa, para longe. Segui-a e vi que foi falar com Jason." - Levo as mãos à cabeça.

"O que vamos fazer agora?"

"Primeiro de tudo, quero ensinar-te algumas coisas." - Pega numa cadeira e em cordas. "Senta-te aqui." - Assim o faço. "Tens de saber desatar as cordas sem que ninguém o perceba."

"Ela pretende voltar?"

"Elaine não morre tão facilmente. Aquela filha da puta é rija como o diabo! Temos de aguentar com ela até ao fim." - Ajoelha-se. "O que eu quero que percebas é que o final disto não vai ser nada bom. Podemos morrer, sabes?"

"Isto vai ser entre nós os três?!" - Arqueio a sobrancelha, não compreendendo.

"Sim, certamente. Porém, eu não vou deixar que ela te mate. Até ao fim temos de lutar, juntos."

Assenti. Joshua começou por amarrar-me. Ele fez o típico nó que Elaine sempre faz. Explicou-me que tenho de ter agilidade com as mãos, coisa que nunca tive.

No primeiro treino, demorei 20 minutos e não consegui desamarrar tudo. Tenho de ficar profissional nisto, pois talvez será isto que nos vai salvar.

Já na quarta fez, em 3 minutos consegui. Começamos a estratégia. Tenho de saber qual será o momento correto para agir.

Joshua preferiu não lutarmos pois disse que nisso já sou boa demais.

"Vou dar-te uma arma, porém sabes que se tu me matares, nunca vais saber onde está a tua filha e se eu não aparecer, ela morrerá à fome." - A raiva toma conta de mim, novamente.

A arma doí-me dada e ele pega em mais munições para dar-me.

"O que aconteceu com Elaine?"

"Ela não falou que ia-te fazer o que na segunda guerra mundial fizeram às mulheres?" - Adirmo. "Acontece que fiz-lhe o mesmo. Deve estar ainda na cama, sem saber de si."

"Porque não a matas de uma vez? Tens tudo para fazê-lo!" - Ele nega. "Por vezes, eu penso que tu não queres matá-la."

"Ela é minha irmã, por isso é difícil para mim."

"A Cat também era tua irmã e tentaste matar-lhe várias vezes. Tu ainda gostas dela, não é?" - Nega. "Eu sei que gostas. Porém, tens de escolher." - Puxo o gatilho e aponto-lhe a arma. "Ou a matas, ou eu te mato." - Vi a calma no seu rosto e dou-lhe um tiro na perna.

"Caralho, Camilla!" - Anda aos pulos, até que cai no chão.

"Tens sorte que não te matei." - Escondo a arma.

"Tu vais arrepender-te por isso." - Ando até ele, colocando o meu pé em cima dos seus genitais. Ouço gritos do mesmo.

"Será que vou?" - Faço-me de pensativa. "Acho que não."

Retiro o pé e ele suspira alto. Ele e a irmã não sabem com quem se meteram desta vez.

A polícia também parece não fazer nada, como é habitual. Falaram que iam-me proteger mas até agora, não protegeram porra nenhuma.

Vejo o homem sair do quarto, cambaleando devido ao tiro na perna. A porta foi fechada e trancada.

Sinceramente, não sei quem quero ver morto. Se Joshua, se Elaine, se ambos. Os dois me enfurecem. Quero-os mortos, por tudo o que me fizeram e ainda vão fazer.

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