14° Dia.

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5 de abril de 2016, San Diego.

Já passou mais de metade de um dia.

Joshua não veio até cá e eu fiquei aliviada por isso. Richard também não deu sinais de vida e ainda bem.

"Ajudem-me." - Ouvi de longe. "Ajudem-me!" - Ouvi novamente.

Será que estou ficando maluca? Eu não me admirava se isso acabasse por acontecer.

A porta foi finalmente destrancada, mas a pessoa que entrou não era a esperada.

"O que queres de novo? Ainda não entrou na tua cabeça minúscula aquilo que o Joshua falou ontem?" - Disse, cruzando os braços.

"Sabes, eu estou pouco me fodendo para aquilo que ele fala ou manda. Aqui eu faço o que eu quero e o que me der na cabeça, entendes?" - Dá um sorriso de canto.

"O Joshua não vai gostar de saber que vieste aqui novamente."

"Quando ele chegar, tu vais estar enterrada no quintal ao lado das outras." - Engoli em seco. "A resmungona perdeu a língua foi?" - Ri-se.

Não falei nada.

Dei um passo atrás batendo contra a janela.

"Estás a tentar fugir? Olha que não vais conseguir." - Fecha a porta à chave e arruma-a. "Nem mesmo o outro burro vai conseguir salvar-te, desta vez."

Merda!

"Vamos começar com um jogo."

"Vamos começar nada!" - Gritei.

"Não gostei desse tom." - Olha-me, fazendo-se de zangado. "Vais ser punida ainda mais, por causa disso."

"Mais ainda do que já me fizeste? Onde arranjas tantas ideias de tortura? Num manual de como ser um perfeito psicopata?" - Dei uma gargalhada.

Calei-me quando ele deu alguns passos.

Estamos a um metro. A minha pele está arrepiada e o meu coração quase que bate-me na garganta.

"O que será que o Joshua gosta em ti?"

Não murmurei nada.

"Eu matei a outra namorada dele. Ele viu tudo e nem mesmo assim tentou salvá-la e sabes porquê?" - Neguei. "Porque ele é um merdas! Ele sempre o vai ser! Ele teve a ideia de fazermos isso apenas porque ele queria reconstruir a Beatrice!"

"Já percebi isso, não me estás a contar nada de novo."

"Pergunto-me como descobres tantas coisas sobre nós e o que fazemos."

Respirei fundo.

"Estou farto de conversas, vamos passar à ação?" - Aquilo nem foi uma pergunta.

Fui puxada até à cama. Dei-lhe alguma resistência, mas ele não cedeu nenhuma vez.

Foi-me tirado a camisola. Quando ele ia para o meu sutiã, dei-lhe uma bofetada e ele retribuiu a mesma com um soco no meu nariz.

Depois de toda a minha roupa no chão, fui amarrada à cama.

Richard pegou num cigarro e levou-o até à boca. Ele ficou a fumar enquanto olhava para mim.

Por mais que eu me queira tapar, não consigo pois as minhas mãos e os meus pés estão presos à cama.

Ele atirou o cigarro pela janela e começou a tirar as calças.

"Tu agora vais ser uma bela menina." - Saltou para cima de mim, ficando sentado em cima da minha barriga.

"Nunca!" - Olhei-o. "Socorro!" - Gritei e levei uma bofetada.

"Sua cabra!" - Mais uma tapa foi dada no meu rosto. "Se tu gritas mais uma vez, eu juro-te que parto esses dentes todos que tens na boca e olha que não aviso à segunda vez." - Cuspi-lhe para a cara. "Tu estás a pedi-las!" - Diz, limpando o rosto.

Ele virou-me a cabeça, mordendo o meu pescoço. A sua mão foi até à minha intimidade.

"Joshua! Socorro!" - Arrisquei e voltei a gritar.

Richard parou.

Estremeci.

"Tu gritaste, outra vez?" - Serra os dentes.

"Para além de psicopata e burro, também és surdo?"

"Camilla?" - Ouço Joshua a bater à porta. "Camilla? Abre a porta!" - Grita.

Vejo a maçaneta da porta mexer várias vezes e Richard prepara-se para violar-me.

"Joshua, o Richard vai violar-me!" - Tento gritar, mas o meu choro não deixa.

A porta é derrubada e Richard sai de cima de mim e pára ao ver o outro rapaz com uma arma na mão.

"Que merda ias fazer?!" - Grita e eu começo a chorar desesperadamente.

"Ia fazer aquilo que tu até agora não fizeste!" - Empurra o homem que possui a arma e sai, pegando nas suas jeans.

"Camilla, estás bem?" - Começa a tirar as cordas dos meus pés.

Não respondo.

Depois de estar desamarrada, Joshua retirou a sua camisola, dando-me.

"Ele chegou a fazer-te alguma coisa?" - Acarinha-me a bochecha.

Neguei ligeiramente.

"Eu vou tirar-te daqui." - Deu-me um pequeno sorriso.

"Deixa-me ir para casa." - Pedi.

"Não! Isso não!" - Levanta-se. "Podes pedir-me tudo menos isso!"

"Mas..."

"Mas, nada!" - Interrompe-me. "Eu gosto demasiado de ti para deixar-te ir."

"Se gostasses verdadeiramente de mim, não me deixavas exposta a Richard e às coisas malucas que ele faz! Aliás, se gostasses tanto, como dizes, deixavas-me voltar para a minha família!"

"Eu ia deixar-te voltar para ires contar à polícia? Nem pensar! Não vale a pena insistires mais, pois não vais voltar nunca mais a ver os teus pais!" - Grita.

Ele fechou-me na casa de banho, enquanto colocava uma porta nova no quarto.

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