5° Dia.

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27 de março de 2016, San Diego.

Desde madrugada que estou acordada com dores.

O meu braço está todo infetado e arde-me imenso ao tocar levemente sobre ele.

Gritei por Joshua durante toda a noite, mas ninguém respondeu. Estava tudo escuro na outra divisão.

Perdi as forças e encolhi-me na cama até agora que começou a entrar luz solar pela janela.

Quero levantar-me e ir ver se o homem que raptou-me já chegou, porém as forças são mínimas neste momento e para ajudar tenho cólicas devido ao período.

A porta abriu-se e felizmente era o Joshua.

"Como estás?" - Perguntou-me tirando água oxigenada de um saco de plástico.

"Está tudo infetado." - Murmurei. "Estou com dores insuportáveis e já para não falar no período."

"Eu trouxe coisas para desinfetar e os tampões e uns comprimidos. Esqueci-me da roupa no carro, vou buscar." - Ele vira-se já indo para a porta.

"Não." - Digo e ele olha-me. "Trata-me do braço primeiro. Por favor." - Pedi e ele assentiu.

O rapaz ajudou-me a sentar na cama e esticou-me o braço devagar.

"Posso?" - Questionou antes de depositar a água oxigenada no meu braço. Afirmei.

Gritei de dores. Era inevitável não o fazer. Estava a verter uns líquidos onde estava os pontos e claro ardia imenso.

"Tenho de colocar mais uma vez, Camilla." - Ele informou. Assenti e logo as dores voltaram novamente.

Ele enxugou-me o braço com uma gase e logo depois colocou uma pomada e enrolou o meu braço com gase branca.

A pomada foi refrescante para o meu braço que estava quente.

"Os comprimidos." - Dá-me a caixa. "Esses são para as dores do braço e esses são para o período." - Entrega-me outra caixa.

"Tens água?" - Depressa o rapaz apressou-se a tirar a garrafa do saco dando-ma.

Tomei os comprimidos.

"Agora posso ir buscar a roupa?" - Afirmei.

Ele fechou a porta ao sair.

Mesmo que quisesse fugir não tenho nem força nas pernas para o fazer.

Era pior se ele não estivesse a dar-me esses pequenos cuidados médicos.

O homem voltou com uma bagagem.

"Vais mudar de quarto." - Anunciou.

"Para onde vou?" - Falei.

"Menos perguntas." - O seu telemóvel tocou e ele saiu.

Com algum esforço atirei-me para o chão e gatinhei até à estante. Tirei o livro e arrumei-o debaixo da minha blusa.

Não ouvi quase nada da conversa dele ao telemóvel, mas deveria estar a falar com o Richard.

71 Days Of PainOnde as histórias ganham vida. Descobre agora