Capítulo 10

1.9K 220 45
                                    

Bianca Trajano.

Estou terminando de me ajeitar para a faculdade quando escuto minha porta sendo aberta num rompante.

─ E aí, conseguiu?

Me viro para Murilo com as sobrancelhas erguidas, pronta para xingá-lo:

─ Não sabe mais bater na porta?

─ Foi mal, foi mal! ─ ele diz na defensiva, erguendo as mãos para o alto. ─ Mas me diz, conseguiu o casamento pra mim?

─ Eu mandei uns vídeos seus para a noiva e ela adorou ─ digo enquanto coloco a bolsa no ombro, pronta para sair. ─ Passei seu número e mais tarde ela vai te ligar para vocês se encontrarem.

Porra maninha, você é a melhor! ─ ele me abraça e me tira do chão para me girar quando tento passar por ele para sair do quarto.

─ Também te amo.

Ele me coloca no chão novamente e eu saio, mas ouço ele me seguindo logo atrás.

─ Qual é o nome da noiva? É gata?

Murilo! ─ o repreendo, revirando os olhos.

─ O que foi? Não é por nada, só preciso saber dos detalhes.

─ Você a conhece.

─ Diz que é você e eu mato seu ex futuro marido num instante ─ ele me corta murmurando enquanto desce as escadas comigo.

─ Como você é irritante! É a médica que me atendeu no dia do assalto, a dra. Sofia.

─ Sério? ─ ele pergunta surpreso. Ele deveria estar esperando qualquer outra pessoa no mundo, menos minha médica de um dia. ─ Mas vocês se falaram hoje?

Estreito os olhos de costas para ele, com a mão na maçaneta da porta. Não queria ter que contar que estive no hospital agora. Eu já estava até melhor.

─ Depois eu te conto, preciso ir pra faculdade. Me manda um whats quando a Sofia te ligar, tá? E ah, o nome do noivo dela é Miguel.

─ Beleza. Se cuida, Bia. E passa longe dos bancos ─ ele diz com um sorriso no rosto. O susto já tinha passado para todo mundo, eu parecia ser a única ainda traumatizada ali.

─ Pode deixar. Beijo, tchau ─ jogo um beijo no ar e saio de casa, já com a chave do carro na mão.

Bufo assim que fecho a porta do motorista e me acomodo no banco. Como era possível eu ainda sentir o perfume do policial no meu carro depois de sei lá, cinco dias? Eu estava com medo de estar ficando realmente louca.

Dirijo entre o caos do trânsito de São Paulo nesse horário até a casa de Camila, para irmos juntas para a faculdade. Eu a buscava quase todos os dias. Nós morávamos relativamente perto, seria desperdício de gasolina irmos separadas todos os dias.

Assim que chego, buzino para que ela venha e pego meu celular. Eu ainda estava recebendo mensagens de alguns conhecidos querendo saber se eu não levei um tiro ou algo assim. Esse assalto tinha tomado uma proporção gigante para um simples assalto. Eu estava assustada com tudo isso ainda.

Camila chega, sentando-se no banco ao meu lado e jogando um jornal em cima de mim. O olho com a sobrancelha erguida, estranhando ela me jogar um jornal em vez de me fazer mil perguntas sobre minha ida ao hospital hoje mais cedo.

─ Por que raios você comprou o Notícias do Dia? Eles são nossos maiores concorrentes ─ pergunto assim que vejo o nome estampado na capa.

Amor em Risco (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora