Capítulo 9

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Bianca Trajano.

"Você precisa ir, Bianca! E eu não estou pedindo!"

Era só o que me faltava mesmo. Tinha contado para Camila exatamente porque pensava que ela não daria muita atenção para isso.

"Para de ser paranoica! Tá tudo bem comigo."

A mensagem no whatsapp não demorou nem meio minuto para chegar:

"Eu vou ligar pro Murilo se você se recusar mais uma vez. Sério."

Bufo alto, rolando na cama e afundando meu rosto no travesseiro. Devia ter ficado de bico fechado. Quem mandou contar para a melhor amiga que estava com a cabeça latejando desde ontem?

O celular apita de novo e eu olho para a tela bloqueada, lendo a segunda mensagem da Mila:

"E aí, qual vai ser?"

Não evito uma risada silenciosa, desbloqueando o celular e digitando rapidamente a resposta. Não tinha o que fazer, já que se Camila contasse para meu irmão sobre essa dor esquisita que não passava nem com meia dúzia de remédios seria bem pior. Ele com certeza me amarraria no carro e me deixaria internada um dia inteirinho até fazer todos os exames existentes para a cabeça.

Pensando por esse lado, me obrigo a levantar da cama em um dos meus únicos horários livres e me olho no espelho da penteadeira: meus cabelos loiros, apesar de lisos, estavam um caos. Passo os dedos pelos fios embaraçados e faço uma careta, desistindo em seguida para fazer um coque bagunçado. Me recuso a olhar muito para meu rosto sem maquiagem, apenas me levanto e troco o pijama por calça jeans, uma camiseta qualquer, um moletom por cima e o all star branco de todos os dias de faculdade. Estava bem frio lá fora.

Enquanto sigo para o hospital sendo guiada pelo GPS, repasso mentalmente minha conversa com o tal policial Marcelo. Sei que deveria procurar por Dra. Sofia ou Dra. Nina caso sentisse alguma dor e era isso que eu estava planejando fazer.

Quando finalmente estaciono em frente ao hospital, me sinto meio idiota por estar aqui apenas por uma dor de cabeça sendo que há quatro dias atrás eu havia feito uma série de exames que não mostraram nada de errado. Era muito errado estar preocupada por uma dor que não passava de jeito nenhum depois de levar uma coronhada e uma batida no chão? Sei lá, essa coisa toda de assalto, armas e bandidos tinham me deixado meio maluca.

Assim que chego na recepção, sou atendida por uma moça simpática chamada Fernanda que faz minha ficha e em menos de dois minutos já estava me levando até Dra. Sofia.

─ Oi, Bianca. O que faz por aqui? Está sentindo alguma coisa? ─ a doutora pergunta no instante em que me vê, me fazendo sorrir um pouco.

─ Oi doutora. Desculpe atrapalhar, mas é que desde ontem estou com uma dor de cabeça que não passa por nada. Eu fiquei um pouco preocupada, sabe? Sei que vocês tem coisas mais interessantes com que se preocupar, como por exemplo ataques cardíacos ou transplante de órgãos, mas eu realmente não estou mais aguentando e pode ser alguma coi...

─ Ok, ok. Respira primeiro ─ ela me corta depois que eu desembesto a falar. Não penso muito quando estou nervosa. Respiro fundo e ela dá risada, me levando pelo braço para algum lugar. ─ Isso. Não se preocupe, não está atrapalhando, eu estou aqui pra isso. Você está certa de vir me procurar, realmente pode ser alguma coisa devido as pancadas que você levou. Vamos para o andar da neurologia para eu pegar seu prontuário e eu já vou te pedir alguns exames, tudo bem?

─ Tudo, claro ─ respondo assentindo rapidamente. O movimento me deixa um pouco tonta, mas fico quieta enquanto entramos no elevador.

─ Teve sorte de me encontrar por aqui. Eu acabei de chegar, ainda não estava atendendo ninguém.

Amor em Risco (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora