Capítulo 8 - Ela está em todo lugar

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    Achei meio mórbido e relutei bastante antes de escrever, mas sempre pensei que antes de morrer eu tinha que deixar uma carta de despedida.
  Ainda é difícil de acreditar que vou morrer, mas essa é a verdade, e eu já aceitei, Arthur. Sei que é difícil para você, mas quero que você saiba, que a minha vida foi feliz, não me arrependo de nada que tenha feito.
   Não quero que você pense que desistir, apenas aceitei, meio relutante, mais aceitei, claro que queria mais tempo, queria me casar, ter filhos e ter a profissão que sempre quis.
  Tantas lembranças que vou levar comigo, Arthur. Lembra quando meu pai levou a gente na praia quando nós éramos crianças? Eu destruir seu castelo de areia e você para se vingar jogou areia dentro da minha mochila ou então quando você ficou bêbado no seu aniversário de 16 anos? Sua mãe quase me mata, são ótimas lembranças da minha vida, que sempre vão estar comigo.
   Peço que por favor, não chore, sei que vai, mas por favor não chore muito, sabe que odeio despedidas, quero que sorria e só solte lágrimas se forem de alegria, por ter podido fazer parte da minha vida.
   Quero que me deixem ir, despeçam-se de mim, mas por favor, não me esqueça, lembre-se sempre dos nossos momentos divertidos, apague apenas o momento que fui embora, quero que lembre de mim apenas como aquele amigo que foi morar em outra cidade, mas que um dia você vai se encontrar com ele novamente, eu acredito nisso.
    Se você não estiver seguindo a sua vida de forma feliz, eu voltarei para puxar seu pé enquanto estiver dormindo e garantir que você realize o meu pedido.
    Arthur, você foi o melhor amigo que alguém poderia ter, e eu espero ter sido o mesmo para você, não pense que não vou estar ai quando você precisar, vou te mandar força de onde eu estiver, e tenho certeza que você vai sentir quando recebe-la, e saberá que estou com você.
Sei que você é forte, mais do que eu, e seguirá meu último conselho, não pense nisso como um adeus, pense como um até logo.

Daniel Clark Rogers

   Arthur releu aquela carta algumas vezes, prestou atenção em cada palavra, sorriu a lembrar daqueles momentos divertidos de quando eram crianças, e ele sentia que nesse momento Daniel estava mandando a força de onde estava

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   Arthur releu aquela carta algumas vezes, prestou atenção em cada palavra, sorriu a lembrar daqueles momentos divertidos de quando eram crianças, e ele sentia que nesse momento Daniel estava mandando a força de onde estava.
   Ele não sabia quando seria o momento certo de entregar a outras cartas, então resolveu esperar uma semana, abriu outra vez a gaveta da sua cômoda e pegou as 3 cartas restantes, desceu as escadas, seus pais não estavam em casa, então pegou a bicicleta e foi até a casa dos pais de Daniel, apertou a companhia uma vez, quem atendeu foi a mãe de Daniel, ela lançou lhe um sorriso simples, Arthur percebeu seu olhar um pouco distante e triste, ela convidou Arthur para entrar.
- Desculpe, não ter vindo antes - Arthur sentou-se no sofá da sala, e percebeu a quantidade de porta retratos na estante com Daniel em quase todas as fotos.
- Eu entendo, Arthur – Ela olhou na direção dos retratos e percebeu que Arthur observava um especifico.
- Lembra desse dia? – Ela foi até a estante e pegou o porta retrato e levou até Arthur.
Arthur sorriu ao ver a foto, foi no dia que eles foram a praia, eles deviam ter uns 11 ou 12 anos, estavam sentados na areia, o castelo de Arthur ainda estava intacto, foi antes de Daniel destrui-los.
- Claro, foi um ótimo dia – disse olhando a foto atentamente – Não lembrava que tinha tirado essa foto.
- Achei essa semana enquanto mexia nas coisas do Daniel, acho que ele iria querer que ficasse com você.
- Obrigado, significa muito para mim – disse enquanto guardava a foto na mochila e depois tirando a carta endereçada a os pais de Daniel.
Ela sorria e passou a mão em seu ombro o reconfortando.
- Antes dele entrar em coma, ele me pediu que entregasse essa carta na hora que eu achasse mais conveniente
Ele entregou a carta nas mãos dela, ela olhou atentamente para a carta em suas mãos e passou os dedos pela letra dele gravada no envelope.
- E a letra dele – Ela disse ainda á observar a carta em suas mãos.
- Sim e ele escreveu uma para o Nick também e eu queria saber se posso entrega-la pessoalmente.
- Claro, ele estar lá em cima no quarto de Daniel – Ela disse enxugando uma lagrima que descia em seu rosto – Ultimamente, ele não tem saído de lá.

Seu Coração Ainda é MeuOnde histórias criam vida. Descubra agora