Capítulo 16

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O dia já estava acabando; fazendo o sol se ir, deixando o laranja fraco nos encher os olhos com a sensação de mais um dia terminado; eu ainda não havia digerido a morte e ressurreição de Summer, mas conseguia me manter andando.
Nós estávamos indo para a cidade de lava, e essa era nossa terceira parada antes de, finalmente, chegarmos ao copo. Eu não tinha certeza se Rodthal havia chego na cidade das sombras, mas se fosse o caso, nós não devíamos estar muito para trás. Summer parou de repente, como se algo estivesse muito errado. Nós paramos com ela, sem mexer nenhum músculo mais.
— Que foi?— Perguntei
— Não se movam...— ela mandou
— O quê?— Indaguei

Ela olhou para o chão, prendendo a respiração como em um filme de terror; Olhei para o chão também, vendo o porquê de sua expressão assustada. Estávamos parados sobre um piso fino, como uma casca de ovo transparente. Ele possuía rachaduras, que se dividiam cada vez mais em torno de nós. Sam olhou para os lados, mas em todo lugar havia mais disso. Não havia notado, e só agora vejo que deveria, que as árvores estavam afastadas, não nos dando uma rota de fuga.
— E agora, Sam?— perguntei
— O que tem lá embaixo?— Shisar gaguejou
— A arena Mortal— Sam respondeu— Já fui parar lá uma vez, com meu grupo. São diversos caminhos com desafios Mortais; temos que achar a saída.
— Não podemos cair lá!— Ravena afirmou
— Acha que eu não sei, cenoura?— Sam fuzilou ela com os olhos— Mas esse chão vai se quebrar
— Você sabe voar?— perguntei
— Sei...— Sam assentiu— mas tenho que tomar impulso, e se eu botar pressão nesse chão não vai dá jeito.
— Mas se cairmos, podemos voltar voando— Hylla deu de ombros
— Acha que isso vai ficar aberto?— Sam riu— Essa arena foi feita para buscar pessoas a força para estarem nela. Essa é uma das armadilhas.
— Então não tem jeito— Murmurei
— Vamos cair— Sam assentiu— e quando estivermos lá, quero que me sigam o mais rápido que puderem, e lutem, da forma que dizem serem bons. Elfos tem essas habilidades, certo?
— Certo...— assenti
— Ótimo...— Sam sorriu— Que comece o desafio!

Ela pisou no chão que se quebrou, nos derrubando na escuridão do tenebroso buraco. Hylla e Ravena foram as únicas a gritarem; Sam se matinha focada no chão e eu nas paredes. Shisar se mexia no ar, tentando agarrar Hylla de qualquer forma. O ar ficava úmido, e um cheiro forte de sangue e água se intensificava. Nós chegando no fundo; caindo em algo macio e inchado. Olhei ao redor para então notar que era o corpo de uma lesma gigante.
— AAAAAHR!!!— Ravena foi a primeira a gritar e saltar do bicho

Minha namorada tem um medo descontrolado de insetos, e isso ficava óbvio a cada vez que enfrentamos situações assim. Descemos do bicho, e eu fui fazer Ravena parar de bater no próprio corpo.
— Passou!— segurei ela— Ela tá morta, tá bem.
— Rahel!— ela me abraçou
— Calma...— apertei ela
— Qual seu problema?— Sam perguntou à Ravena
— Fobia a inseto— respondi
— Trouxa...— Sam passou por nós

Ravena fuzilou a aequita, e eu trouxe seu olhar para mim, advertindo ela de nem tentar discutir. Hylla e Shisar vieram para perto de nós; armados e em guarda.
— Onde isso vai dá?— Hylla perguntou
— Não sei— revirei os olhos— Eu não sei de tudo, galera.
— Vamos seguir a Sam— Shisar apontou
— Apoiado— Ofereci passagem.

Os dois foram na frente, deixando Ravena e eu por último. Estava com minhas adagas já em mãos, e Ravena também estava com a dela; olhando ao redor com a maior atenção possível. Tudo ali me lembrava o paraíso das pragas, um lugar do qual não gosto de pensar, afinal, fui atacado por um escorpião e quase morri. Olhei para frente, vendo Sam nos chamar com uma das mãos; nós corremos, ficando muito perto dela, o máximo que conseguíamos. O que podíamos esperar de um lugar assim?
Desde que chegamos em Meribella, vimos diversos perigos, dos quais só nos deixaram vivos pelo fato de termos uma aequita ao nosso lado. Caso o contrário, nossos corpos teriam ficado para trás. Ouvi algo ali perto, mas não me atrevi a verificar; continuei andando, puxando Ravena para mais perto.
— O que  pode haver aqui?— Hylla perguntou
— Tudo..— Sam respondeu— As piores mutações do meu mundo estão aqui. Orgni os cria para serem os piores pesadelos de qualquer pessoa. Cobras gigantes, bichos espinhosos, coisas que nem tem nome. Até insetos.
— Tá brincando, né?— Ravena controlou o grito
— Fala baixo, cenoura— Sam repreendeu— Tudo vai nos atacar, eles não querem que saiamos daqui.
— Você saiu daqui como?— perguntei
— Minha equipe e eu fomos parar em um forno gigante— Sam sorriu— o gigante abriu o forno porque achou que a Nikki estava queimada.. sabe...Ela é morena. Quando ele a retirou, nós pulamos fora.
— Isso parece piada— afirmei
— Mas não é— Sam riu
— Tem outra saída?— Hylla saltou, como se tivesse se assustado com algo
— Tem...— Sam disse para alívio de todos— Eu sei onde,mas é perigoso. Igualmente perigoso
— Então, vamos logo— Ravena apressou

O Destino de Ravena: O Outro Lado de VerumOnde as histórias ganham vida. Descobre agora