Capítulo 72

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Um dos maiores defeitos dos pais, é achar que sabe tudo sobre seus filhos e na verdade, só conhecem o básico de suas emoções e pensamentos. Augusto se recusava a admitir isso. Achava que conhecia sua filha como conhecia uma arma, mas não. Não conhecia. Parou na porta do prédio, desligou o carro e olhou para Maite.

- Você já pode parar. - comentou.

- Parar? - ela questionou. - parar com o que?

- Com esse teatro. - ele também se recusava a aceitar que ela realmente estava apaixonada por aquele cara. - Isso é uma forma de chamar a atenção, já descobri.

Maite soltou uma risada abafada e deitou sua cabeça no banco do carro, tentando fingir que não tinha ouvido aquilo.

- Pai, você acha mesmo? Acha mesmo que eu correria todo esse risco apenas para chamar a sua atenção ou a da mamãe? Não tem cabimento você pensar isso.

- Pois estou pensando e sei que tenho razão. Você não o ama, e ele muito menos a você.

- Você tá enganado, pai... eu o amo de verdade, aceite. Ele também me ama.

- Se você está dizendo. - Augusto olhou para os lados e em seguida olhou para Maite. - Vamos para casa.

Maite notou que seu pai estava furioso por dentro, porém bastante calmo por fora. Subiu para seu andar ao lado dele, calada. Era estranho. Parecia que estava com um estranho, mas era seu pai. Em outra época, estariam brincando um com o outro para saber quem chegaria mais rápido em casa, mas agora... Não. Sem mais brincadeiras, sem mais risadas.

Quando entraram em casa, Silvana estava de pé ao lado de um jovem, que até então era desconhecido para ela. Estava esperando por Augusto, e o assunto parecia sério.

- Oh, boa tarde! - Augusto cumprimentou o jovem. - Que bom que veio.

- Não deixaria de vir. - ele disse, sorrindo e depois olhou para Maite.

- Augusto. - Silvana disse, desconfiada com aquela situação. - Quem é esse rapaz?

- Esse? Ah, desculpe por não apresentar. Esse é o Jeremias. O novo policial lá da delegacia.

 O novo policial lá da delegacia

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- Sei... - Silvana o olhou. - E o que ele faz aqui?

- Nós temos assunto para tratar. Poderiam dar licença?

Sem discutir mais, Silvana e Maite foram para seus quartos, deixando-os sozinhos.

- Bela casa, senhor Augusto. - Jeremias elogiou.

- Obrigado, mas não viemos falar sobre minha casa, certo?

- Certamente. Viemos falar sobre negócios.

- Exato. Negócios.

- E sobre que tipo de negócios viemos falar? - Jeremias perguntava.

- Você reparou na jovem que chegou comigo?

- Sim, muito linda. - ele respondeu sinceramente.

- Minha filha. Uma graça mesmo.

- Ela tem a ver com isso?

- Tem, Jeremias. Tem e muito.

- Não compreendo o que quer dizer, senhor.

- Me chame de você! - Augusto sorriu.

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