Renata, mãe de William era uma senhora culta e de bom coração. Sofria bastante ao ver que William e Pedro, seu marido, não se davam bem. William até tentava suportar o difícil gênio que o pai tinha. As vezes, sem motivo algum, apenas num simples e formal jantar em família, Pedro dizia coisas que feriam profundamente William. Até então, todos têm um limite. O de William chegou. Começou a trabalhar na boca de fumo. Foi ficando rebelde e muito violento em casa, até o dia em que foi embora de vez.
- Espero que você fique a vontade Maite. - Renata disse.
- Sim, claro. - ela comentou.
Will, se afastou das duas e começou a andar pela casa. Tocando nos móveis e nos quadros que ainda estava ali. A ex casa dele era muito bonita, aberta, e tinha uma varanda que dava de frente pro mar. Ele foi até seu quarto. Sorriu quando entrou. Tudo estava do mesmo jeito que ele deixou quando saiu de casa, e olha que fazia bastante tempo, pois já estava caminhando prós 29 anos. Seu quarto era branco, tinha uma parede verde onde estava todos seus diplomas do colégio, curso e competições. Em cima da sua cama estava seu violão elétrico, com quem se distraia. E logo em seguida, uma escrivaninha, com uma pasta cheinha de papéis em branco, pois ele adorava desenhar.
Depois de matar a saudade de tudo, ele desceu novamente e se deparou com sua mãe mostrando o álbum de fotos dele pequeno.
- Awn, peladinho. - Maite ria ao ver a foto onde Will, com aproximadamente 2 aninhos, estava do jeito que veio ao mundo.
- Mãe eu não tô acreditando que você fez isso comigo. - disse, se referindo ao álbum de fotos.
- Amor, você não mudou nada. - ela continuava rindo.
- Mudei sim, eu "cresci" em um lugar.
- Mas a cara de bebê, continua a mesma.
No instante em que conversavam, a empregada deixou na mesa de centro umas bandejas com vários aperitivos. Will se sentou, e começou a comer, vendo as fotos com Maite.
Do corredor de trás, ouviu-se uns passos indo até a sala de estar, onde estavam os três.
- Boa tarde! - um homem apareceu. Usava um terno fino, com uma gravata discreta, um relógio caro no pulso esquerdo, segurava uma pasta com a outra mão. Era um homem importante, isso notava-se de longe.
Era Pedro, pai de William que havia acabado de chegar. Ao dizer boa tarde, nenhum sinal de sorriso apareceu em seu rosto. Era um homem sério, muito sério.
- Boa tarde! - Renata e Maite disseram ao mesmo tempo.
Will respirou fundo, mas continuou calado. Tentando fingir que seu pai nem estava ali.
- Não foi essa a educação que demos a você, William. - Pedro disse, colocando sua pasta pendurada.
- Não não se liga em mim, velho! - Will cruzou seus braços ne pediu.
- Onde está sua cultura? Que linguagem é essa para se usar numa conversa normal e formal?
- Pedro, por favor. Você não está falando com um de seus empregados. Então pare de por um padrão em tudo o que vê.
Pedro olhou para Renata.
- Dinheiro muito bem gasto. - Pedro se referiu a Renata. - Do que adiantou ter feito tantas aulas particulares, se ainda se comporta como um moleque.
- Não se preocupe Pedro, um dia todo seu dinheiro mal gasto comigo, será devolvido. Você poderá usar para pagar seu funeral.
Maite e Renata observavam aquela cena, totalmente caladas. Até que Renata tomou uma providências para acabar com aquilo tudo.
- Pedro, por favor, se acalme. Olha, deixa eu te apresentar. Essa é a Maite. Namorada de William. Maite, esse é meu marido e pai do William.
- Ahm... - Maite disse, se levantando e apertando a mão de Pedro. - É um prazer conhece-lo, senhor.
- O prazer é seu, e a surpresa é minha. William finalmente conseguiu alguém? Cuidado, para não destruir seu futuro com pouca coisa, menina.
- Oh, não entendi seu comentário, senhor.
- Não se preocupe com isso. E desculpas pela cena que você viu. Não é todo o dia que vejo esse cara, e quando vejo, prefiro dizer logo o que eu penso.
Maite assentiu com a cabeça e se sentou ao lado de William. Pegou na mão dele e sorriu.
- Você ainda é o meu amor. - disse ela, dando um beijo no rosto dele.
Renata conversava algo breve com Pedro.
- Melhor irmos embora. - Will sugeriu.
- Se você quer assim, tudo bem. Vamos...
- Mãe, obrigado por nos receber hoje. Talvez a gente se encontre mais vezes. - Will abraçou a mãe.
- Sim meu filho, com certeza.
- Foi um prazer conhecer vocês. - Maite disse, cumprimentando seus sogros.
- Até mais mãe. - Will puxou Maite e saiu da sala como se mais ninguém além dos 3 estivessem ali.
No caminho para casa, ele foi calado. Não sabia o que dizer para ela! Ou ao menos, não queria falar sobre a pequena briga que tivera com o pai.
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Amor Blindado
FanfictionSinopse: Maite e William vivem em mundos diferentes. Ela, uma rica menina, vaidosa, mora em Copacabana. Sempre teve de tudo do bom e do melhor. Ele, que tem um passado curioso, é o traficante mais procurado do Rio de Janeiro. De uma forma inesperada...