Nomeando Coisas

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Imagine-se escrevendo, desenvolvendo sua história, todo satisfeito consigo mesmo, e então você trava. Seu herói acaba de se sentar para uma refeição e uma bebida fermentada de sua escolha. O que ele está bebendo? Cerveja? Vinho? Champanhe? Sim! Champanhe – ele acaba de matar um dragão e quer celebrar! Espera – champanhe é uma palavra bem francesa! Não combina com o Deserto S'nnari! Droga! E agora?


Bem, ou você terá que imaginar uma bebida diferente para ele celebrar – talvez um mero copo de vinho ou (mais adequado a caçadores de dragões que vivem nos desertos) leite fermentado de camelo. Ou você pode inventar uma palavra nova para vinho branco borbulhante. Bem, de onde seu vinho borbulhante vem? Obviamente, não é um vinho do deserto – a carbonatação nunca ocorreria bem em um clima árido.


Ah, então é um vinho estrangeiro, mesmo para seu herói criado no deserto. Tudo bem, então. De onde vem? Err... do norte? Confira seu mapa – quem vive no norte, e qual tipo de idioma eles usam? Bem, você percebe que colocou ali uma tribo de guerreiros bárbaros austeros, mas tudo bem – até mesmo um bárbaro pode fazer vinho borbulhante, nas condições certas.


Seus bárbaros falam um tipo de idioma gutural, estilo Klingon, não é? Bem, o que eles diriam ou fariam após beber uma caneca do vinho borbulhante? Sim, você acaba de inventar o que os bárbaros chamam de "suco-arroto", mas que, para os ouvidos de seu herói do deserto, soa como "braak-nos":


"Dravin sacudiu a poeira de sua capa de viagem e entrou inclinado na tenda da taverna. 'Uma caneca do seu melhor, caro anfitrião!' O anfitrião trouxe uma frágil garrafa de braak-nos, o lendário vinho borbulhante dos bárbaros nortenhos, e encheu um cálice brilhante..."


Dizem que os esquimós têm 500 palavras para "neve" e ninguém duvida disso – obviamente, a neve (e suas diferenças sutis) é muito importante para as tribos esquimós. O que pode ser importante para as culturas de seu mundo? Você imagina uma raça de criaturas mágicas que tenha 50 modos diferentes de descrever um fluxo mágico?


Os seus elfos conhecem centenas de palavras para "canção"? Seus anões têm 80 palavras para "rocha", mas 200 para "ouro"? Pense sobre os inúmeros sinônimos que suas culturas podem ter. Mesmo que seu herói nunca encontre os 200 modos diferentes de dizer "sangue" em orcish, umas cinquenta ou sessenta variações ainda podem surgir nos nomes dos locais, outrora dominados por clãs orcs e hoje habitados por aldeãos.


Exercício de Hoje: você tem uma boa ideia de quem são seus personagens, de para onde eles estão indo, até mesmo do tipo de mágicas que podem encontrar. Enquanto escreve, imagine dois ou três pequenos objetos que seus personagens achariam alienígena o bastante para usar nomes estrangeiros.


Agora decida: como os povos que criaram tais coisas as chamam? Volte ao seu mapa e aos seus sons outra vez – quais sons você associa com quais povos, e quais sons eles associaram ao objeto? Finalmente, pense: é uma coisa comum ou valiosa o bastante para ter mais de um nome? E, se for comum, ela pode ser usada para nomear locais tanto quanto coisas?


LinkRecomendado: What's in a Name? The Guide to Harry Potter Name Etymology tem informações excelentes sobre a origem dos nomes na série Harry Potter. Vá!Veja como uma mestre da narrativa faz!


What's in a Name? The Guide to Harry Potter Name Etymology

http://www.theninemuses.net/hp/

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