Capítulo 15

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P.O.V Anne

1 ano depois

   Estava quase tudo pronto para minha viajem, quase tudo, menos eu. Naquele momento eu poderia entender como o Kauê se sentiu frustado e perdido, há um ano atrás. As únicas vantagens que eu teria nessa viajem seria estar com o meu irmão e realizar meu grande sonho. Mas eu estava muito triste por ter que deixar as pessoas das quais eu gostava.

— Anne, anda logo! Senão, iremos nos atrasar, filha. — Mamãe gritou, atrapalhando meus pensamentos.

— Calma. Só mais 5 minutinhos. — Gritei para que ela pudesse ouvir.

Combinado então. Daqui a 5 minutos, quero você fora desse quarto.

   Eu estava nervosa, já tinha checado todas as minhas coisas, mas não sosseguei até conferir uma última vez. Roupas, joias, saltos, maquiagens, passaporte, cartões de crédito, celular, tudo ok. Desci as escadas e todos já estavam a minha espera. Até mesmo a Beatriz e a Antonella.

— Cheguei! — Falei, descendo as escadas com a mala menor. Organizamos todas as coisas e entramos no carro.

   Minha viagem era de 09:00 da manhã, chegamos lá com 45 minutos de antecedência, fiz o check in e aguardei minha chamada. Como minha ansiedade não me deixava quieta, com medo de não ter tempo para se despedir de todo mundo, adiantei isso.

Meninas, se cuidem.— Falei com um sorriso no rosto.

— Você também. — Falaram juntas. — Quando chegar lá nos avisa, ok? — Bia pediu.

— Pode deixar. — Sai em direção aos meus pais. — Mamãe, papai, quero que também se cuidem, não esqueçam que vocês são tudo para mim.

— Vai com Deus, princesinha do papai. Nada de namorar e esquecer dos estudos, hein? Você só tem dezessete anos, e eu quero você estudando para ser meu orgulho, igual seu irmão. — Me abraçou e me deu um beijo na testa. Antes que eu pudesse falar, a mamãe deu início.

— Minha pequena, se cuide e lembre-se que você é muito especial, qualquer coisa que você precisar, só é ligar para nós. — Abracei eles e agradeci por tudo. O interfone tocou avisando que o vôo sairia em 5 minutos.

— É o meu vôo. — Falei olhando para minha passagem. — Até logo pessoal. — Sorri e saí. Enfrentei uma fila mediana para entrar no avião, o meu assento era na janela, o que me deixou bastante empolgada, pois poderia ir a viagem inteira olhando as paisagens.

   Estava passando músicas aleatórias, quando começou a tocar can't take my eyes off you, do Joseph Vincent. Automaticamente  lembrei-me do Thomaz Parker, ou melhor, do momento em que dançamos ao som daquela música, em minha festa. Aquele dia tinha sido louco, e só sobraram as lembranças.

   Depois de muitas horas de viajem, eu cheguei naquela cidade linda e maravilhosa que é Manchester, eu iria ficar na casa de uma amiga da mamãe. E estava curiosa para saber quem era, segundo a minha mãe, eu iria gostar muito, mas insistiu que fosse surpresa. Avistei o endereço que ela havia me dado, peguei um táxi e fui em direção a tal casa.

   Era um condomínio, tinha uma mansão de número 590, vi que batia com o mesmo endereço que eu tinha em mãos. Toquei a campainha, para finalmente saber quem ali morava.

P.O.V Thomaz

   Eu estava jogando videogame no sofá da sala, quando alguém tocou a campainha. Esperei alguma das secretárias atender, mas não foi como esperei. Me levantei um pouco enraivado, por pausar os meus afazeres naquele momento.

— Você? — Arregalei os olhos sem acreditar no que estava vendo. Anne Bittencourt, depois de 2 anos sem vê-la.

— O que você faz aqui? — Perguntou com a mesma expressão de surpresa que eu estava.

Eu que te pergunto, pra você que não sabe essa é a minha casa. — Falei abrindo os braços e soltando um riso falso.

— Acho que bati no endereço errado. — Ela confere os números da casa.

Aqui é o número 590.

— Então é aqui mesmo. — Ficamos parados por um tempo, olhando um para o outro. — Qual é? Não vai me convidar para entrar na sua casa? — Perguntou com ênfase nas últimas duas palavras.

— Entra ruivinha mimada. Pode ficar a vontade, Anninha. — Dei espaço e a mesma entrou.

— Pra você eu sou Anne. — Falou levantando uma mão pro ar.

— Já vi que você continua sendo a mesma mal educada daquele tempo. — Sorri com ironia.

E eu já vi que você continua sendo o mesmo chato, e intrometido de sempre.

— Oh Thomaz você viu o meu boné, aquele pre... ANNE. — Kauê gritou quando viu avistou sua irmã mimada.

— Kauê. — Ela correu e o abraçou. — Quando tempo, garoto. — Estavam muito emocionados. Sentimentalismo de mais, me causava tédio.

P.O.V Anne

   O Kauê estava um pouco diferente, seu corpo um pouco bombado e com aparelho dental, de resto continuava igualzinho, aparentemente.

— Me conta, você tá gostando de Manchester? — Perguntei.

— Aqui é tudo muito lindo.

— Onde você tá morando?

— Aqui, desde que cheguei de viagem.

— O que? — Me espantei. — Na casa desse metido?

— Anne ele nem é tão mal assim, ele é legal. — Assim que ele falou isso, pude ver o idiota do Thomaz se gabando.

   Parecia mesmo um pesadelo aquilo, por mais que eu tentasse me confirmar, algo em mim não conseguia gostar do Thomaz. Para mim, ele não era o tipo de cara adepto a uma amizade ou qualquer outro relacionamento.
Querendo ou não, eu tinha que improvisar algo para ter que suportá-lo. Gostava muito da tia Laura, por ser uma mulher doce e respeitável. A presença do meu irmão também poderia me ajudar ou não, mas eu sabia que ia ser barra pesada ficar ali.

 A presença do meu irmão também poderia me ajudar ou não, mas eu sabia que ia ser barra pesada ficar ali

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   e quando a gente menos espera, vem a vida e nos surpreende, nesse caso aconteceu com a anne. como vocês acham que ela irá lidar com isso? e o thomaz, será que gostou de revê-la? deixem suas opiniões, e cliquem na estrelinha. espero que tenham gostado.
lembrem que: estou sempre em constante evolução! ✨
♥️com amor, morg.

Nada é Por Acaso (EM REVISÃO)Where stories live. Discover now