- Claro, tenho todo tempo do mundo. - Me levantei e estendi a mão para ele. - Vem. Entra. - Ele segurou minha mão e levantou. - Senta. - Apontei para o sofá e corri até a cozinha para pegar um copo de água.

Quando voltei, ele estava sentado no sofá, olhando para o nada, bastante pensativo e... triste.

- Obrigado! - Ele disse quando pegou o copo. Eu me sentei ao seu lado e apenas esperei que ele quisesse falar alguma coisa. Jamie tomou um pouco de água e olhava fixamente para o copo em suas mãos.

- Parece que eu perdi um pedaço do chão, Dakota. - Jamie continuou, ainda olhando para o copo. - O filho que Amélia espera, não é meu.

- O que? - Perguntei chocada, ainda tentando processar o que eu tinha acabado de ouvir.

- No dia que ela foi me procurar para me contar, ela ameaçou abortar, caso eu não ficasse com ela e nós não nos casássemos. Foi por isso que eu fui um estupido com você no dia seguinte, quando você foi até mim, querendo saber o que tinha acontecido. - Eu não sabia nem como reagir, diante disso.

- Eu não queria ser responsável pela morte de um bebê. - Ele suspirou e continuou encarando o copo. - Foi por isso que eu falei daquela forma com você. Foi para te afastar e para que eu cedesse a chantagem.

- E por que você não me falou? Nós poderíamos ter passado por isso juntos. - Ele me olhou.

- Naquele mesmo dia, depois que ela foi embora, eu estava sem saber o que fazer, tanto que eu sumi, me tranquei em casa, não queria falar com ninguém, muito menos com você porque eu não sabia o que falar. Amelia me ligou e ameaçou sumir, caso eu contasse para alguém sobre o que tínhamos conversado. Eu tinha que fazer parecer que foi tudo uma decisão minha de querer fazer as coisas direito, me casando com ela. Contei apenas para Eddie, para não me sentir sufocado demais, mas foi em uma conversa de cliente para advogado e eu pedi sigilo.

- Meu Deus, como ela pôde? - Ele deu um riso fraco.

- Eu também não sei, ou melhor, agora eu sei. Por dinheiro e vingança. - Arregalei os olhos e ele voltou a encarar o copo. - O pai do bebê é Collin Farrell, o herdeiro das empresas Farrell, nossos concorrentes. Ela queria se vingar de mim por ter terminado com ela e com isso, com o nosso casamento, ela arrancaria dinheiro de mim e consequentemente, ajudaria Collin a se reerguer porque ele nunca aceitou que nós fossemos melhores que eles e hoje eu descobri isso quando ouvi ela conversando no telefone, com ele. Nós tivemos uma briga feia, ela jogou umas coisas na minha cara, além de ter confessado a verdade. Tô um trapo.

- Eu não consigo nem imaginar como você está se sentindo. - Involuntariamente, eu segurei sua mão e ele apertou a minha. Eu só queria mostrar que eu estava ali por ele.

- Na verdade, nem eu sei. - Ele olhou para as nossas mãos. - São muitos sentimentos juntos e está tudo meio bagunçado aqui dentro de mim. Eu estou triste por ter perdido uma filha, que mesmo que não fosse nas circunstancias que eu desejava ser pai, eu tinha aprendido a amar aquela neném. A cada chute que ela dava, a cada ultrassom, aquecia mais o meu coração de amor. - Ele sorriu nostálgico. - Estou com raiva pelo que fizeram comigo, com ódio de mim mesmo por ter me deixado levar pela emoção de ser pai e não ter verificado se o filho era mesmo meu, de não ter pedido um exame mais detalhado, um DNA e ainda mais arrependido pelo que eu fiz com você, pela forma como eu te tratei, pelas coisas que eu falei, por Nina ter ido parar no hospital por minha causa. - Ele deixou o copo na mesinha de centro, me olhou, com os olhos marejados novamente e se virou ficando de frente para mim, ainda segurando minha mão.

- Me perdoa Dakota! Eu sei que não estou nesse direito, mas por favor me perdoa. - Meu coração acelerou de novo. - Perdoa pelo que eu falei, pelo jeito que as coisas terminaram entre nós, pelo que eu causei a Nina. Me perdoa.

Learning to love again.Where stories live. Discover now