-Eu estou morrendo de fome. Queria comer canjiquinha, será que a Amália faz para mim?- ela perguntou e eu franzi o cenho.

-O que é canjiquinha?Acho que aqui em casa não tem isso. Nem sei se a Amália sabe fazer. Eu nunca comi.- eu fui sincero.

Nunca tinha comido nem ouvido falar daquela comida. A Carol afastou o rosto do meu ombro e me olhou incrédula.

-Não acredito que você não sabe o que é canjiquinha Heitor.- ela falou exasperada.

-Não.- eu disse sem graça.

-Não é possível! Em que mundo você vive?! Como um ser humano não sabe o que é canjiquinha?!- ela exclamou. 

Eu parei de andar e a olhei confuso.Era impressão minha ou ela estava irritada comigo? Não era impressão. Ela estava irritada. 

-Eu posso pedir para comprarem para você.- eu propus.

-Você não vai achar canjiquinha nesses restaurantes que você frequenta e no supermercado só vende o pacote dela crua, então não vai adiantar nada já que a Amália não sabe fazer. - ela disse emburrada.

-Eu não tenho certeza Carol. Talvez ela saiba, eu vou pedir para ela.

-Ah, agora pode deixar!- ela disse irritada.

-Porque você está irritada comigo Carol? Eu vou pedir para comprarem a canjiquinha.- eu me defendi.

A Carol me olhou e de repente seus olhos enxeram de água.

-Desculpa, eu...eu estou nervosa. Não sei o que deu em mim. É tan...tanta coisa acontecendo.- ela falou e lagrimas começaram a cair pelo seu rosto.

  Eu a olhei perdido, não entendia nada. Meu pai, que estava andando do nosso lado, olhou para minha cara e começou a gargalhar.  

-Se prepara que isso é só o começo meu filho. Eu passei um perrengue danado com sua mãe. Só tenho um conselho para ter dar: Quando uma mulher está assim, dê a ela o que ela pede e reze. - ele disse e deu um tapinha nos meu ombro.- Boa sorte garoto, você vai precisar.- ele falou e saiu andando na frente enquanto ria da minha situação.

Eu olhei para a Carol chorando no meu colo e me lembrei do Lucas reclamando da Agatha. Fiz até uma careta quando pensei nas mudanças de humor louca que minha irmã vivia tendo agora, pelo jeito a Carol também não fugiria da regra.  O jeito era dançar de acordo com a musica e seguir o conselho do meu pai. Eu deixei um beijo na boca da Carol e a olhei.

-Não precisa chorar cacau. Eu sei que você está nervosa com tudo isso que aconteceu. Eu vou comprar a canjiquinha para você.- eu a acalmei

Ela sorriu, beijou meu pescoço e voltou a encostar a cabeça no meu ombro

-Obrigada meu amor. Eu quero canjiquinha com chuchu e peito de frango.- ela falou.

Eu ri e balancei a cabeça. Voltei a andar e quando passei pela porta de casa a Agatha estava em prantos e  agarrada ao meu pai no hall. Ele estava todo curvado enquanto a Agatha distribuía beijos pelo seu rosto feito louca. Meu pai, pelo jeito, estava gostando de ver a preocupação da minha irmã com ele, porque o coroa tinha um sorriso vaidoso no rosto enquanto a Agatha não parava de dizer que quase teve um infarto quando soube que ele tinha enfrentando o sequestrador. 

-Fica calma minha filha desse jeito você acaba passando mal. Está tudo bem. Eu estou inteiro.- ele dizia para acalma-la.

Ela respirou fundo para tentar se acalmar, mas voltou a chorar quando me viu segurando a Carol. Ela largou meu pai e correu para me abraçar também. 

Carol - Ao seu lado encontrei o amor.  #Wattys2018Where stories live. Discover now