Capítulo III

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"Do sofrimento surgiram almas obstinadas. Suas características predominantes são cicatrizes de queimaduras". 

Khalil Gibran


Hope

Já faz alguns dias desde que eu resolvi voltar para os EUA com Jack e Angel, nos últimos dias conseguir enrolar meu pai para não ter que dar explicações a ele, mas como todo bom agente ele sabia que alguma coisa não estava tão bem. Mas no momento isso não tem tanta importância.

Angel no momento dorme tranquilamente em sua cadeirinha agarrada ao seu bichinho de pelúcia que ganhou no seu primeiro aniversario desde então ela se apaixonou por ele e nunca mais o largou. A olho pelo espelho do carro mais uma vez, estamos parados esperando o trânsito andar, meu pai no volante é pior que muito velho, isso na verdade só quando eu e Angel estamos no carro, porque sozinho o velho parece que está numa corrida de F1.

— Pai?

— Sim Hope.

Ele retira seus olhos da estrada por uns instantes e me encara.

— O senhor tem certeza que ficará bem quando eu não estiver por perto? Vai conseguir cuidar de Angel sozinha? Porque qualquer coisa podemos arranjar alguém para lhe ajudar assim que chegarmos lá.

Ele me encara novamente com uma cara tão azeda que me seguro para não rir.

— Está me dizendo que eu não sei cuidar da minha neta sozinha senhorita Hope?

— Não paizinho, você é o melhor avô do mundo, mais vai que você precise de uma mãozinha e tal...

— Eu não preciso de nada.

Ele volta sua atenção para trânsito que volta a andar e sua carranca enorme quase me faz gargalhar.

— Okay senhor.

O trânsito logo se dissipa e chegamos no aeroporto com uma hora de antecedência, pego Angel enquanto meu pai retira nossas malas do carro e o coloca no carrinho. Ele logo resolve tudo mais que precisa ser resolvido enquanto fico sentada com Angel dormindo em meu colo, logo mais nosso voo é anunciado.

Durante a viagem inteira revezei entre dormir e cuidar de Angel que também só acordava para comer, nunca vi menina pra gostar mais de comer do que essa.

O piloto avisa que pousaremos, aperto meu cinto e verifico o de Angel e de meu pai que passou a viagem inteira dormindo, depois reclama quando eu o chamo de velho. Fecho meus olhos me preparando para o pouso e permito minha mente vagar novamente nas lembranças daquele dia.

"- Claire, por favor, abaixa a arma. Você não precisa fazer isso.

Eu estava desesperada, havia várias armas apontadas para minha irmã, eu precisava cuidar dela como sempre cuidei, e no momento ela precisava de ajuda.

Eu não preciso fazer isso Hope? Eu quero fazer isso, na verdade eu já fiz irmãzinha e acho que todos viram não?

O sorriso sádico que ela continha nos lábios, seu olhar não havia nenhum remorso do que ela havia feito, eu sabia que ela estava doente e eu precisava ajudar.

Agora só falta eu acabar com chave de ouro.

Antes que eu pudesse falar qualquer outra coisa sua arma estava apontada para mim novamente, o som de tiros sendo disparados preenche meus ouvidos e logo seu corpo cai chão."

HOPE Where stories live. Discover now