Capítulo 33 - Não te amo mais

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Como combinado fui até a praça e esperei Sakura chegar. Eu sabia que a conversa que teria com ela não seria nada fácil, mas era melhor falar logo, antes que eu perdesse a coragem. Quando chegou, ela tampou meus olhos e perguntou se eu adivinhava quem era, brincadeira boba de criança, mas eu gostei.

— Adivinha quem é? – as mãos tão macias e a voz só poderia ser dela

— Sakura – disse seu nome e foi incontrolável eu acabei sorrindo

— Eu mesma – disse enquanto retirava a mão dos meus olhos e me selava os lábios

— Que bom que veio

— Claro que viria. Parece sério o que você tem a me dizer.

— E é muito sério.

— Bem, então me fala.

— Você sabe que a vida de toda a minha família virou de pernas para o ar por causa do atropelamento não é?

— Claro!

— E todos sofremos muito com o estado de coma do Itachi.

— Sim, inclusive eu sofri muito. Devo a ele a minha vida.

— Eu sei. E foi por isso que eu percebi o quanto o meu irmão te ama.

— Eu também percebi. Nós vamos ter que ser muito cuidadosos ao contar pra ele sobre nós.

— Nós não vamos contar pra ele. – fui direto, pois prolongar isso só iria tirar a minha coragem

— Vamos namorar escondido então? Não acho certo. – os olhos dela estavam preocupados

— Nós não podemos namorar mais.

— Por quê? – agora os olhos dela se encheram de lágrimas

— Eu não mereço o seu amor. Quem se atirou na frente do carro pra te proteger foi ele, não eu.

— Mas você é o dono do meu amor, Sasuke! – ela disse já deixando escapar as primeiras lágrimas

— Ele precisa mais de você do que eu. Ele te ama mais do que eu. Ele te merece mais do que eu. – declarei triste, mas sabia que aquilo era a única coisa que eu podia fazer pelo meu irmão, além disso, Itachi ama a Sakura e acha que aquele beijo que ele viu só aconteceu porque ela estava chateada com ele. Ele não sabe que a Sakura me ama e eu achei melhor ele nunca saber. A conversa que eu tive com o meu irmão foi clara e definitiva pra mim. Ele me disse que amava Sakura e que era com ela que ele queria passar todos os dias da vida dele.

— Eu amo você, Sasuke! – Sakura afirmou chorando e ouvir aquilo me doía, mas eu fiz uma promessa, eu prometi que abriria mão da Sakura se o meu irmão saísse do coma e ele saiu. Agora eu tinha que cumprir essa promessa.

— Eu não te amo mais. Você estava certa. Eu só te queria por causa do meu irmão, mas agora eu entendo que ele te ama mesmo e que você não é apenas um brinquedo pra ele. – tive que dizer que não a amava, só assim ela aceitaria

— Você não me ama? – agora aqueles olhos verdes que estavam tão vermelhos por causa do choro estavam tristes

— Não – afirmei seguro. Isso foi o suficiente para ela sair chorando de lá e assim que eu vi que ela estava distante demais eu apenas sentei no chão e escondi o rosto chorando o máximo que pude. Eu tinha perdido o amor da minha vida ali.

[...]

A única coisa que eu queria entender era porque justamente quando tudo ia ficar tudo bem Sasuke tinha que dizer que não me amava. Se ele não me amava então porque se declarou? Porque me procurou? Porque até brigou com o irmão por mim? Por quê? Eu não conseguia entender. Até então apesar de todos os problemas e termos que ir todo dia ao hospital, ou no meu caso que ia sempre que podia, nós estávamos bem e apesar da gente não ter conversado ainda sobre o nosso relacionamento eu não poderia imaginar que ele iria acabar com tudo desse jeito, sem nem mesmo ter um inicio. Me senti usada por ele, usada como ele dizia que Itachi queria me usar. Ele me magoou. Faz tanto tempo que alguém não me magoava desse jeito.

 Peguei um taxi e voltei pra casa ainda chorando. Não conseguia conter. Entrei em casa e me tranquei no quarto. Quando Gaara chegou da faculdade veio me perguntar se eu estava bem e ele ficou muito preocupado com o meu silêncio então insistiu até que eu abrisse a porta. Desabafei com ele. Gaara me ouviu paciente e disse que o Uchiha não me merecia e que eu devia esquecê-lo afinal ele nunca tinha sido uma boa opção. No final dormi deitada no colo do meu amigo que acariciou meus cabelos até que eu pegasse no sono cantarolando uma doce canção.

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