Capítulo 5 - Helena

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Por um breve momento o tempo parou. Aquele nome ecoou por minha mente. Senti um arrepio. Helena, o nome dela é Helena!
Ainda estava de costas para que me dissera o nome. Eu puxava o ar com força, estava cansado, senti um leve fisgar na coxa direita. Aquela cena me parecia familiar, como se eu já estivesse vivido aquilo - Devia ter escutado Frence quando ela disse para eu voltar a praticar exercícios físicos - murmurei.

Então, ao me virar para quem revelara o nome da garota que eu perseguia, deparei-me com uma mulher, uma senhora. Seu semblante me assustou, nele transparecia algum tipo de perturbação. A mulher possuía cabelos grisalhos que estavam desgrenhados e os olhos arregalados como se tivesse se assustado.
As peças de roupas que a vestiam eram desproporcionais ao seu corpo, pois ficavam longas demais. Ela estava imóvel, parecia que não respirava.

- Conhece a garota? - Indaguei

 
- Conheço sim senhor.

 
- Ela é paciente aqui?

 
- Conheço sim senhor

 
- Você já me disse que a conhece, mas eu perguntei se a garota é paciente deste lugar.


- Conheço sim senhor.

 
- Senhora Dolores, a senhora está passeando pelo corredor novamente sem me avisar? _ uma outra mulher apareceu no início do carregador a minha direita. Ela estava vestida com um jaleco branco. Pude ler rapidamente o nome escrito na roupa. Dra. Sarah.

 
- Venha, está na hora de tomar seus remédios. - Ela segurou delicadamente o braço da senhora - Olá, perdoe-me. Ela lhe causou algum incômodo? - questionou a doutora.


- Não, nenhum.

 
- Prazer, meu nome é Sarah. É parente de alguém? - Ela esticou a mão para me cumprimentar

 
- Prazer, meu nome é Marcos. - retribui o gesto - Não, eu não sou um parente, vim conversar com o diretor a respeito..

 
- Ora, você realmente veio. - Uma voz grave e forte veio do final do corredor a frente de onde eu estava.

 
Olhei para ver, e saindo de uma sala com mais dois homens, o homem corpulento e levemente calvo que me dirigiu a palavra, caminhou em minha direção.

- Vejo que já conheceu a doutora Sarah.


- Bom dia diretor. - disse gentilmente a mulher - Bem, vou levar senhora Dolores a seu quarto. Com sua licença senhores, vamos Dolores.

A senhora ainda parecia estar em estado de choque, mas obedeceu a mulher. As duas seguiram por onde Elisabeth veio e depois viraram a esquerda, sumindo assim de nossas vistas.

- Seja bem-vindo doutor Marcos. Fiquei contente por aceitar o convite que lhe enviei. Estava pensando que não atenderia ao meu comunicado.


- Eu estava muito atarefado, senhor Theodro. Família, você sabe como é.

 
- Claro! - Ele disse balançando a cabeça como afirmação - Bem, vamos conversar? Ah sim, doutor Marcos, esses são Pietro e Lucas. Pietro é enfermeiro e Lucas médico. Cumprimentei ambos com um aperto de mão. Os dois pareciam aborrecidos. Theodro fez sinal para que saíssem.

- Se importa de andar um pouco doutor Marcos?


- De forma alguma. - Theodro apontou o caminho por onde deveríamos passar.

 
- Bem, creio doutor que o senhor veio em buscas de mais informações a respeito de nosso hospital. Antes que diga qual coisa, irei mostrar-lhe melhor as nossas instalações. - disse ele arrumando a gravata no pescoço

O MISTÉRIO DE HELENA - (EM HIATO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora