Capítulo 4 - Trenton Psychiatric Hospital

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-Eu não deveria ter vindo, Frence irá me matar-Dizia repetidas vezes em minha mente. Porém, não tinha mais volta. Eu já havia marcado e confirmado minha visita ao Trenton Psychiatric Hospital. Viajei de carro por cerca de 1h de Nemark até Trenton . Pensei em dar meia volta várias vezes e desistir dessa loucura, mas a curiosidade e adrenalina de fazer algo diferente fizeram com que eu chegasse até aqui.

Estacionei o carro, respirei fundo e pegando a carteira e o celular na porta luvas, sai em direção a recepção. Olhei a minha volta. O dia estava quente, mesmo que no relógio ainda estivesse marcando 9:30 o sol se destacava no céu, cheguei meia hora antes do combinado.

Observando bem o lugar, fiquei impressionado ao ver a grande construção que foi erguida em um terreno de aproximadamente 5.000 mil metros quadrados, as margens da rodovia Sullivan Way. O hospital que já foi um grande complexo de prédios interligados em pleno funcionamento, agora conta com um terço das grandes alas que possui. Cada ala contém 4 andares. Da portaria até a entrada principal do hospital conta-se uma distância de 500 metros.

A segurança do local era reforçada, fui revistado e tive que mostrar não só minha identidade, como também a autorização assinada do diretor, que foi enviada a mim, por email. A principal entrada para o hospital era bem bonita e os jardins que levavam até ela, eram bem cuidados. O lugar em si era bonito, olhando pelo lado de fora. As paredes dos prédios eram de tijolos não rebocados já envelhecidos com o passar dos anos, que davam a aparência de estarmos em um tempo antigo, algo como o século XIX.

Realmente, o lugar poderia ser bonito na primavera e no verão , mas no inverno seria um lugar tenebroso. - pensei.
Senti um arrepio ao imaginar neve naquele lugar. O hospital seria como um ponto negro no meio de uma folha branca. E ao ficar olhando fixamente para o prédio, e sabendo o que aconteceu no passado daquele lugar, jurei poder ter ouvido os gritos de horror e desespero dos pacientes, imaginar seus olhos arregalados olhando desesperadamente para o que estava além das janelas de vidro revestidas de madeira. Meu coração doeu. Sacudi a cabeça, não queria fantasiar nada. Voltei a realidade.

Entrei no hospital e fui até a recepção anunciar minha chegada. A secretaria disse que o senhor Theodro estava em reunião e pediu  para que eu aguarda-se, que logo ele retornaria. Sentei-me num dos bancos do grande corredor que dava acesso a várias salas, presumi que seria o local adequado para esperar. Pude escutar pessoas conversando ao final do corredor , creio que ali deveria ser o pátio. Uma das lâmpadas que iluminava o local estava queimada. Apesar de o dia estar ensolarado e quente, a parte de dentro do hospital era escura e fria. Então, para passar o tempo, fiquei lembrando de tudo o que fiz para chegar até aqui.



-Dr. Marcos, Catarina chegou. Disse Ângela ao abrir bruscamente a porta. Eu me assustei.


- Eu disse que era para me avisar, não para invadir meu consultório. - Disse tentando ser o mais cordial possível.

 
- Desculpe senhor, não quis assusta-lo. O senhor está passando bem? Parece pálido.

 
Também quem não se sentiria mal com o que acabei de ver - pensei

 
- Está tudo bem, pode deixá-la entrar.

 
Ângela fez sinal para que ela entrasse.

 
- Bom dia doutor Marcos.

 
- Bom dia. Seja breve querida, minha paciente está quase chegando.

 
- Tudo bem.

 
Enquanto a mulher estava limpando a sala, fiquei com os olhos fixados na tela do computador. Realizei várias pesquisas para ter certeza da informação que havia encontrado e tentado absorver estavam corretas. Para minha infelicidade não era um engano, o hospital que me oferecia emprego já foi uma casa de horrores.

O MISTÉRIO DE HELENA - (EM HIATO)Where stories live. Discover now