Cena 13 - Extra 01: Epílogos

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Chris Redfield

Uma hora após a fuga de Brad, Chris e Kevin do prédio do Banco Central de Manhatan.

As duas meninas estavam juntas dentro da pequena cabine do barco de pesca. Usavam capas de chuva amarelas e estavam com frio. Assim como lhes fora aconselhado, esperavam a mãe que falava com o amigo do pai antes de partirem para longe. Do lado de fora a água ainda caía dos céus impiedosamente. A mulher estava em pé no cais falando com o sujeito. O homem usava uma blusa verde musgo e estava encharcado, assim como ela.

—Não sei como dizer isso de outra forma – explicava ele – mas ele sabia de algo que eu não sabia, sabia de coisas que acredito nunca ter contado para ninguém. Pelo que entendi da última vez que nos falamos ele estava pensando em fazer a coisa certa, fazer o que precisasse para que se orgulhassem dele, para que não precisasse carregar nenhum peso na consciência.

—Mas nós sempre nos orgulhamos – respondeu a mulher, as lágrimas se misturando com a água da chuva que escorria por seu rosto – Eu sempre soube dos sacrifícios que meu marido precisou fazer pela saúde de nossa filha. Mas sempre o apoiei, quem seria eu para lhe dizer não quando nós dois só queríamos ver nossa menininha bem?

—Eu realmente não sei o que estava acontecendo, mas sei que ele era um bom amigo. E fez o que achava certo até o último momento. Creio que devemos muito a ele e nunca irei me esquecer disso. Prometo que os responsáveis por isso irão pagar, mas no momento vocês tem que sair daqui, ir para o mais longe possível. Já falei com Justin e ele irá deixá-las fora da ilha em segurança, depois disso tem que se afastar o quanto puder sem olhar para trás e sem voltar por qualquer razão. As coisas estão ficando complicadas e logo uma verdadeira guerra vai estourar nesse lugar. Acredito que se Barry tivesse escapado do prédio era isso que ele estaria fazendo agora, estaria levando você e suas filhas para longe.

A mulher ia fazer menção de perder novamente o controle e começar a chorar quando Chris a segurou com força pelos ombros. Amélia fitou o sujeito de olhos azuis a encarando com frieza, a expressão severa de quem não pretendia perder tempo em uma conversa mais longa que o necessário. O soldado esperou alguns segundos até que ela se acalmasse.

—Eu iria com vocês se pudesse, mas precisam de mim aqui. Tenho trabalho a fazer, minha missão, a missão que Barry também estava ainda não acabou. Você precisa ser forte nesse momento, precisa fazer isso pelas suas filhas. Vá e não olhe pra trás, não volte.

Não havia o que dizer. Chris ficou em pé no mesmo lugar vendo a mulher se afastar e seguir para o barco. Quando a mesma adentrou a cabine o sujeito acenou para o amigo que viera buscá-las assim que recebera a ligação. Uma de suas responsabilidades estava resolvida e agora era hora de retomar o plano.

—Alô, Jill? Sei que você vai ouvir essa ligação cedo ou tarde. Passei pela sua casa, mas vi que as coisas não haviam sido mexidas. Sei que você escapou, sei que está viva e que vai sair dessa. Não pude voltar para a área do prédio, o que vimos lá dentro acredito que ninguém deveria ver. Acredito que logo tentarão nos encontrar para nos fazer ficarmos quietos quanto àquilo assim que descobrirem que sobrevivemos. Vou agora procurar por Claire, Kevin está me esperando. Entre em contato assim que puder para que possamos nos encontrar, precisamos ficar juntos nessa, dessa vez mais do que nunca. Eu te amo. Se cuide.

Chris desligou o telefone e o colocou no bolso. Na avenida ao lado de onde estava um comboio de caminhões militares passava em alta velocidade. Assim como pensara, a infecção estava se espalhando além do prédio. A contaminação em grande escala era impossível de ser contida agora. Em breve, tudo estaria tomado pelo caos.

Resident Evil: Primeira AçãoWhere stories live. Discover now