A outra

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E lá...sai correndo para o jardim, Sam veio atrás, corri sem pensar e chorava, estava doendo, quando me dei conta estava na estufa, sentada em frente à árvore colorida, Sam estava do lado de fora pois não podia entrar sem que eu liberasse. Eu encostei na árvore e continue chorando.

-Lili, me deixa entrar por favor.- Sam pedia e tentou passar pela barreira mas não conseguiu, levantei, me apoiando na árvore e cheguei até ele toquei seu peito e liberei sua entrada.

-Lili...eu- interrompi ele e em soluços tentei falar algo- e-eu deveria estar feliz, mas, mas...por que não estou?- sequei as lágrimas - e-ele pareceu tão bem, sou muito egoísta, por que?- meu mundo parecia desabar, como se algo estivesse super errado...olhei para Sam e estava com os olhos cheios de água. - O que eu faço agora?.

-Lili eu...-continuei chorando e Sam parecia pensar por alguns segundos, foi então que depois de um soluço sinto a mão direita dele se enroscar em meu cabelo e ele me beijou, era calmo, sem muita força, como se tivesse medo de me quebrar com as mãos, quando senti que ele ia se afastar eu fique na ponta do pé e segurei em sua gravata, ele passou a outra mão em minha cintura e me puxou. Tudo parou, as coisas, as pessoas, sons, movimentos, pensamentos, o tempo tinha parado, naquele momento a única coisa que realmente estava ali era ele, quanto mais ele me puxava contra ele mais meu coração acelerava e eu esquecia dos acontecimentos, o calor do corpo dele, o doce do perfume, o hálito fresco, já não estava mais chorando e mesmo assim não queria parar aquele beijo, queria continuar assim...mas ele parou, aos poucos e terminou com um beijo suave, coloquei os pés no chão, ele me abraçou estava um pouco ofegante, eu estava calma, seu abraço me protegia, era meu porto seguro, safe room, era ali que eu queria viver e estar todo dia...isso é errado eu sei, mas deixei de ligar por um instante, só queria ficar protegida mais um pouco, queria me sentir única, sem ter medo de nada, eu sentia isso naquele momento.

- Não chora, por favor, odeio te ver assim, eu estou aqui, sei que posso não ser quem você quer, mas eu vou estar aqui, sempre que precisar de mim, só por favor, não quero te ver assim...-ele sussurrou e me abraçou mais forte.

-Obrigada...vamos...temos que jantar... senta comigo, por favor - pedi pra ele e me afastei para olhar em seus lindos olhos grafite. Ele concordou com a cabeça, secou as últimas lágrimas que tinham em meu rosto e beijou minha testa, estendeu o braço e eu peguei, fomos em direção ao salão, ao entrar vejo meu pai com olhar preocupado e ela do lado, vejo ele vindo em minha direção ele me olha sem jeito.

-Princesinha eu queria te contar antes mas com a correria acabei deixando pra depois, eu queria- interrompi ele- tudo bem papai, estou muito feliz, não precisa ficar assim -dei um tapinha em seu ombro e falei baixinho- papai está podendo em, quem diria. - e de um rosto preocupado vi um sorriso de criança abrir em seu rosto o que me fez pensar, ele está feliz, não posso estragar isso.

-Fico feliz que esteja tudo bem, seu pai e eu estávamos preocupados, vamos, estávamos só esperando você para o jantar.- ela vai me puxando pela mão e meu pai segue todo feliz atrás puxando Sam.

Chegamos e sentamos, meu pai e ela sentaram na ponta, eu e Sam sentamos do lado esquerdo onde meu pai estava, a mesa era enorme e tinham muitas pessoas na qual nunca vi, meu pai se levantar e o silêncio foi total.

-Olá a todos, agradeço desde já a presença, o motivo dessa reunião, na verdade é um anúncio, quero apresentar a vocês minha futura mulher Melinda- ela se levantou e abraçou meu pai- estou convidando vocês, meus mais chegados amigos, companheiros, pessoas importantes na minha vida e do nosso submundo, espero ver todos vocês em meu casamento e quero propor um brinde, as duas mulheres mais lindas da minha vida, minha futura mulher e minha amada filha.

Todos brindaram e deram os meus parabéns, meu pai pediu silêncio e foi a vez de Melinda.

-Oi, bom, podem deixar as formalidades pra outra hora, estou muito feliz por estar aqui hoje, com todas as pessoas importantes para meu marido e futuramente as pessoas importantes pra mim, como minha nova filha, Lilith, espero ser uma ótima mãe e quem sabe futuramente nosso pequeno herdeiro- meu peito apertou...eu ia começar a chorar...foi então que senti uma mão segurando a minha, virei para Sam e ele estava me olhando como se dissesse, "tudo bem, estou aqui".- agradeço a todos pela presença e vamos comer! -Ela bateu uma palma e vi os cozinheiros entrando com vários pratos nos braços, esse é o bom de ser demônio, vejo Lo vindo com um sorriso no rosto, enquanto todos recebiam pratos estranhos com carnes cruas, lulas, matos e algumas comidas normais, Lo trouxe um prato estrogonofe e serviu nós dois, nós dois sorrimos e começamos a comer, vinhos, sangue, coisas verdes e a gente tomando refri, era engraçado, Sam ficou a todo instante conversando comigo, até tivemos uma breve guerra de comida. A sobremesa chegou, me empanturrei de torta de morango e chocolate com marshmallow, Lo sabe fazer casa sobremesa com marshmallow e morango e chocolate e maçã e sorvete e meu Zeus quantas coisas, engordei 3 quilos só de lembrar.

O jantar acabou e alguns demônios foram se despedindo, eu saí, fugi um pouco de Sam, fui até um lago que tinha um pouco mais afastado, bom, o submundo não é como as pessoas dizem, fogo, lava, pessoas deformadas, demônios com chicotes e essas coisas, existem áreas e áreas, onde fica nossa casa/mansão/castelo tem grama, lago, campos normal, existem lugares como uns calabouços prisões sabe, daí sim, é um chão frio, lugar mais escuro, em um dos reinados tem até neve! Enfim...estava no lago, tem um coisinha lá, eu esqueci o nome daquelas casinhas sabe mas não tem telhado, fica no meio do lago, atravesso a ponte e fico lá, pensando na mamãe...

-Oi mãe...não sei se me ouve, bom...se é como os humanos dizem... Você sempre estará cuidando de mim...E deve saber o que está acontecendo, eu deveria estar feliz né? Depois de todos esses anos sozinho, papai se apaixonou- suspirei- bom, tenho que apoia-lo, mas não vou mentir...não gostei dela e...sinto sua falta, te amo mãe...

A lua chegou ao seu pico, lá estava ela, bem no meio do céu, ela era tão linda, entendo porque a mamãe amava ela, quando olho no reflexo da água vejo uma luz, meu vestido estava refletindo a luz do luar...meu vestido meio que...tava brilhando... Adramelech... você é fodah...viro e vejo Sam, parado feito uma estátua moscando, olhava pra mim de cima a baixo, mas parou nos meus olhos.

-Oi...oooi -aceno pra ele - eei, submundo pra Sam, a vivo- quando vou dar um passo pra frente piso na barra do vestido e tropeço.- desculpa Sam, eu...eu...- eu estava com a mão no peito dele...E seu coração... acelerou...o que era estranho...o coração de Sam meio que é como o do pai...não bate como o dos humanos... Depois de uns segundos percebi que estava olhando fixamente pros seus olhos e vi que ele estava olhando pra minha boca, me assusto com os fogos de artifício e levanto em um pulo.

-Desculpa eu... É... você sumiu e eu com atrás de você e seu vestido começou a brilhar daí eu é...a...- ele falava tão rápido que até me perdi.

-Sam...vamos entrar? Ja estou com sono.- Ele se recompõe, acena com a cabeça e assim voltamos, dei boa noite pra ele e fui pro meu quarto, deitei e pronto já estava dormindo...mas com aquela sensação de que estava algo errado...

❤-❤ oiiin, volti e né...ta ai, nem sei se tem alguém que lê ainda kkkkk, beijus ❤-❤

Doce anjo meuWhere stories live. Discover now