Capitulo Um

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Harry chegou em casa tentando fazer o menor barulho possível, mesmo sendo difícil para ele, que queria gritar pra todos sua dor naquele momento. Avistou a pequena sala de estar sua casa olhando a todos os lados mesmo não conseguindo enxergar direito devido as lagrimas que se acumulavam em seus belos olhos, que sem receio já começavam a cair pelo seu rosto.

Caminhou correndo em direção as escadas que levava ao segundo andar, onde se encontrava seu quarto trancando-o assim que adentrou o local. Lá ele poderia chorar o quanto quisesse, se entregar a dor de uma vez por todas. Escorou-se na porta e escorregou ao chão lentamente,  encostando sua cabeça no mesmo, soluçando alto. Já não importava mesmo, não havia ninguém em casa, ele poderia sofrer sozinho um pouco. Novamente.

Levantando rápido, caminhou em direção armário ao lado de sua cama, abrindo a gaveta procurando por algo. Algo que mandaria sua dor embora, por pelo menos um tempo. Era o que ele esperava. Limpando seu rosto com a manga de seu moletom tentando acabar com as lagrimas que descia e encontrar a lâmina escondida abaixo dos tantos papeis, que naquela hora, não era uma boa ter visto. Ignorou completamente toda aquela papelada, dizendo mentalmente que não era aquilo que precisava. Pegou a pequena lâmina com resquícios de seu próprio sangue entrou no banheiro que havia em seu quarto e começou a se despir ficando assim com sua Box preta. Sentado no chão frio do banheiro ergueu seu braço posicionando o objeto em sua pele clara afundando lentamente, se concentrando apenas na dor física que o consumia. “ Como ele pode” “Eu não merecia, merecia?” “ A culpa é toda sua Styles” se torturava também com seus próprios pensamentos. Até que percebia ficar cada vez mais fraco, com pulsos e coxas cortados. Ele nunca havia ido tão longe assim, mas não importava no momento.

(...)

- OH CÉUS .. GEMMA ME AJUDE RÁPIDO. – dizia Anne desesperada e já chorando chamando a filha mais velha. Harry o mais novo jazia caído no chão do banheiro inconsciente com cortes profundos em seus braços e alguns na extensão da perna e sangue, muito sangue rodeando o garoto de olhos verdes.

Gemma viu seu irmão em um estado totalmente deplorável, já ligava para a ambulância enquanto alternava o olhar entre a mãe e o irmão assustada.

(...)

- Já chega de tudo isso, - disse à Gemma limpando seu rosto enquanto via seu filho sendo carregando para dentro da ambulância com todos aqueles machucados, uma cena que não se apagaria fácil de sua cabeça. – Eu .. eu não sabia que ele fazia essas coisas, devo ser a pior mãe que existe. – disse chorando novamente. Ela sabia que Harry tinha seus problemas, e tentava ajudar a sua maneira, e também já havia visto pessoas fazendo o que ele fez, mais uma mãe nunca pensa que seu filho se submete a esses métodos.

(...)

Harry acordava meio sonolento, olhava ao redor onde era tudo de um branco que até agoniava de ver, piscava os olhos ate ter totalmente foco. Suspirou e descançou a cabeça no travesseiro, já conhecia o lugar. Olhou para o lado, sentindo a presença de alguém, que já imaginava quem seria. A pessoa que estava sempre com ele quando acordava em um hospital. Só que ele teve uma surpresa, não era sua amiga sentada ali com cara de choro. Era sua mãe.

- A quanto tempo Harry? – ela perguntava com a voz falha.

Harry entendeu o que ela quis dizer claro. Mais não respondeu, a pergunta se perdeu por entre eles.

- Eu tomei uma decisão Harry. – disse repirando fundo. – Você não voltará para casa.

Harry arregalou os olhos com as palavras da mãe, será que ela havia descoberto? “Claro que ela havia descoberto idiota, agora ela deve ter nojo de você”. De seus olhos já saiam lagrimas e sua cabeça rodava.

- Mã..e. – Anne chegou mais próximo do filho e sentou na beira da cama pegando em sua mão.

- É para seu bem meu filho, porque eu te amo.

- Mãe não, não faça isso.

- O medico me disse que não era sua primeira vez aqui Harry, e essas marcas também não, e do modo que disse, não seria a ultima, se não tivéssemos lhe encontrado a tempo. – sua voz era apenas um sussurro, como se qualquer palavra dita poderia machucar mais ainda o filho e a ela mesma.

- Eu não .. não farei de novo mãe, eu fui longe demais, eu se.. – Harry pedia a mãe para repensar sobre isso, mais foi interrompido.

- Filho ... você não entende que se não tivéssemos chegado aquela hora, você poderia nem estar .. – sua voz sumiu e o que se ouvia era as maquinas com fios presos ao corpo de Harry. Nisso ela abraçou o filho com a visão turva. O medico havia dito coisas que ela não falaria a ele agora, e por si própria, ela sabia de mais coisas que o filho não tinha ideia.

- Você vai pra uma clinica, lá irão cuidar de você, melhor do que eu posso fazer.

am·big·u·ous | Larry Stylinson editingTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang