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Olhava para as milhões de opções de sorvetes e coberturas possíveis com os olhos brilhando. Yuro a olhava com graça, em sua visão aquilo era a coisa mais adorável do mundo, mas é claro que não iria falar nada, gostava de parecer meio indiferente às vezes.

– Yah, você não vai pegar nada? – Perguntou para o menino que saiu de seus pensamentos rapidamente.

– Eu já escolhi, você que é muito indecisa – Riu da cara de Nana que inflou as bochechas.

Para não parecer muito arrogante, aceitou o convite de seu colega para tomar sorvete, não estava tão ruim assim... Ele até que era legal. Mas parte de sua mente ainda estava no híbrido.

– Já escolhi sim, Okay! – Mostrou o potinho de sorvete com várias balas e confeitos.

– Isso vai deixar você melhor – Sorriu gentilmente para a menina.

Será?

Na cabeça de Nanami, a única coisa que o sorvete poderia amenizar era seu estômago vazio por não comer direito. O coração não é tão fácil de se remendar assim, principalmente quando se está muito apaixonada.

O tombo é mais forte; e em compensação, há mais cacos pelo chão.

Comeram os doces falando sobre assuntos aleatórios, tudo para amenizar o clima tenso que se instalara no ar minutos atrás.

– Ah! Já tenho que ir pra casa, minha mãe deve estar preocupada. – A menina diz se levantando e jogando o pote no lixo.

– Tudo bem, quer que eu lhe acompanhe? – Yuro ofereceu.

Já estava de tarde, era meio perigoso alguém como ela andar assim sozinha.

– Não precisa, minha casa é bem perto daqui – Agradeceu saindo da sorveteria às pressas.

A história de sua mãe estar preocupada era tudo fachada, a morena sabia que sua mãe não havia chegado em casa, e se tivesse chego, não teria ligado muito por sua falta.
Sua mãe era muito ausente e sempre dando prioridade ao trabalho, o que entristecia Nanami. Agora a mesma nem ligava, aprendeu a lidar com tudo sozinha já que "nunca" teve sua mãe para ajudar.
Passou a mão pelo pescoço sob as cicatrizes que obtivera no outro dia;

– O que eu vou fazer daqui pra frente? – Sussurrou sentindo a brisa fresca.

🌟🌟

Um ano depois

– YAH SUA PASPALHA, já disse que eu não quero usar isso! – O menino se debateu não querendo usar a base.

– Para de se mexer, ninguém vai perceber nao! Se não tivesse brigado com os meninos na rua não estaria com esse olho meio roxo! Ou será que você prefere ir ver sua futura namoradinha todos espancado? – Nanami ralhou olhando para seu melhor amigo brava.

– Hunf, Okay! Mas vai logo! – Yuro cruzou os braços Zangado e com um bico adorável nos lábios.

Com o passar do tempo, Nana e ele começaram com um laço de amizade bem forte, claro que no começo Yuro esperava algo a mais e até falou de seus sentimentos, mas a menina só o via como um irmão, um irmão rabugento e que sempre estava lá para lhe ajudar.
Quando ela tinha seus momentos de recaída e chorava o tempo todo com saudades dos amigos híbridos, Yuro sempre estava lá para lhe acalmar;

" Eu também sou híbrido, não precisa mais ficar assim"

Ele dizia com um sorriso nos lábios enquanto afagava deus cabelos castanhos.

Ambos já estavam maiores, o 3 ano do colégio já estava no fim o que era uma benção. Nanami tinha seus cabelos mais longos, corpo mais desenvolvido e mentalidade mais madura.

Talvez nem tanto.

– Por que você não quer ir no baile? – Perguntou irritado tentando arrumar a gravata borboleta.

– Você sabe que eu não curto esse tipo de festa, e convenhamos, se eu fosse no baile eu ficaria o tempo todo sentada com cara de paisagem, então nem valeria a pena. – Disse ajudando o menino com a gravata.

Yuro bufou e deu uma última olhada no espelho contemplando sua roupa. Ele estava realmente lindo. Seus cabelos pretos é um pouco bagunçados, os olhos ônix e o sorriso de lado.

Puta amigo gostoso.

Se despediu do menino com um sorriso no rosto e desejou boa sorte. Ao fechar a porta sentiu um grande incomodo em seu interior.

Ela não gostava daquela casa; Não mais.

Sua mãe agora viajava mais que nunca, o que fazia com que Nanami se sentisse adulta antes do tempo.
Engoliu a sensação de desconforto e resolveu sair na noite quente que estava fazendo para passear um pouco, ou talvez ir comer alguma coisa. Ao pisar na beira da calçada, deu uma rápida olhada para a casa vizinha, desde que ele se foi, ninguém se mudou para lá.
Suspirou tentando mudar o rumo de seus pensamentos e começou a chutar as pedrinhas da calçada; Isso lhe dava uma vaga lembrança de quando saiu às escondidas de madrugada para invadir a escola.

Foi aí que conheceu Taehyung de verdade.

Às vezes desejava nunca ter tido a sorte, ou talvez azar de ter conhecido ele. Gostaria de não ter se entregado tanto e depois ter sido tão quebrada.

Seus remendos ainda doíam.... Como o inferno.

Jurou nunca mais dar bola para alguém, o ano todo ignorava os meninos que vinham se confessar ou aqueles que tentavam algo a mais consigo. Havia um medo continuo, como uma marca, uma tatuagem impossível de se esquecer.

– Por que? – Sussurrou com as voz embargada – Por que você não foi embora quando eu ainda não estava apaixonada? Seu desgraçado – Urrou no meio da avenida vazia.

Seu coração estava em chamas e desesperado por ajuda, esquecer não fazia parte de seu dicionário, era difícil demais.
Enxugou as lágrimas teimosas que escorriam pelo seu rosto rosado.

O tempo passa Nanami, e você tem que se acostumar com isso.....

Doía pensar aquilo, mas para si era pura verdade, não podia lutar contra o seu passado, já passou.... A única opção era seguir em frente junto a suas dores.

– De todas as besteiras que eu já cometi, te amar foi a pior delas..... Taehyung. – Sussurou olhando para o céu já estrelado.

– Pois para mim te amar foi a melhor..... – Sentiu um hálito quente em sua nuca.

Ela conhecia aquela voz, conhecia a metros ou milhas de distância. Seu coração deu um solavanco enorme, sentiu como se seus pulmões não tivesse mais nenhum resquício de ar.
Nana ao mesmo tempo que sentia-se feliz, tinha vontade de chorar e gritar para ele o quanto ela sofreu.

Taehyung voltou.

Bitten Love - BTS FanficOnde as histórias ganham vida. Descobre agora