Disaster

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Estava sentada, ou melhor, jogada vegetando na frente da TV com um pacote de biscoito polvilho doce no colo e zapeando os canais. Os dias em casa estavam se tornando uma coisa monótona, eu era capaz de anotar em minha agenda o que eu fazia em 24h.

– Acordar

– Comer

– Netflix ou TV

– Comer

– Escutar música

– Ouvir sermão da minha mãe.

– Dormir.

Era praticante isso. Bufei me arrastando até a cozinha e me debrucei sobre o balcão frio de mármore lamuriando por que eu não tinha um namoradinho ou até mesmo um gato pra me fazer companhia.
Não avistei mais o vizinho denominado Taehyung, por que os mais bonitos não se mostram mas quando é um zero à esquerda só falta encontrá-lo até na fila do pão? Ou melhor, o problema nem é ser feio ( quem sou eu pra julgar alguém ) mas gente irritante não dá também.

– Filha, você vai continuar aí no seu mundo lunático ou vai escutar o que eu tenho pra falar? – Despertei dos meus pensamentos e olhei pra mais velha que parecia irritada.

– Desculpa.

– Enfim – Bufou revirando os olhos – Preciso que vá ao mercado para mim! Estamos sem nada e eu preciso ir buscar uns papéis no trabalho. – Ela estendeu a carteira e saiu rapidamente pela porta a deixando aberta.

Não tive tempo nem de negar, droga! Sair? Agora? Aish!

Corri para o meu quarto colocar uma roupa mais legal e pentear os cabelos. Coloquei a carteira no bolso junto com o meu celular e as chaves de casa e andei lentamente até o mercadinho mais próximo que encontrei um dia desses indo pra sorveteria.
Dei uma pequena espiada pelas ruas para ver se meu vizinho estranho ( porém bonito) não estava. E não, não havia ninguém.
Entrei tranquila dentro do mercado e abri a listinha que minha mãe jogou no chão antes de sair pro trabalho.

– Leite, cereal, pão, bolacha.... E chocolate? – Só isso? Eu não iria passar fome se não comprasse isso. Fala sério mãe.

Bufei irritada e andei pelos corredores colocando os itens da lista dentro da cestinha do mercado e alguns  à mais, aliás, eu não sairia ali de mãos vazias de jeito nenhum, se for pra fazer compra que valha a pena!
Perambulei mais um pouco pelo local tentando lembrar de algum doce que eu gostaria de comprar e de repente ouço um barulho alto de vidro se estilhaçando.

– SAI DAQUI SEU IMUNDO! ENTRE NA MINHA FRENTE OUTRA VEZ QUE NUNCA MAIS VOCÊ IRÁ VER A LUZ DO DIA!

Arregalei os olhos e me escondi atrás de uma prateleira de refrigerante, torci para que o homem/ assaltante não me visse. Engoli em seco e virei o pescoço tentando enxergar algo, e bom.... Não era UM assaltante maníaco. Eram SETE!

– Meu deus.... Como eu saio daqui agora?! – Sussurrei passando a mão pelos meus cabelos castanhos.

– PODEM APARECER! NÃO ESTAMOS AQUI PARA ROUBAR NINGUÉM! – Uma voz grossa se manifestou e um alívio percorreu meu corpo.

Sai do meio das bebidas e vi os outros clientes se apressando para ir ao caixa. E eu faria o mesmo. Porém, antes de conseguir dar um passo, um grito ensurdecedor fora ouvido e no outro canto do mercado o baque de algumas latas e garrafas de vidro foram ouvidas.
Pessoas se aglomeraram em volta da possível vítima e logo o gerente apareceu furioso, mas assim que avistou o que se encontrava no meio da roda empalideceu.

– Meu deus.... ESTA MORTA! – Arrepiei. Morta? Como assim?

Olhei para os lados tentando avistar os sete " não assaltantes" mas que eram os mais prováveis suspeitos. Parei meus olhos em alguém, muito conhecido até.

Taehyung.

Ele estava lá, junto com aqueles meninos, me encarando com um sorriso divertido em seus lábios. Senti um calafrio percorrer minhas costas, larguei a cesta no chão de qualquer jeito e corri pra fora dali.
As ruas estavam escuras, e os postes eram a única iluminação, deixando o ar quieto e aterrorizante. Senti o ar faltar em meus pulmões e chequei se estava longe do local e daqueles loucos. Eu NUNCA presenciei um assassinato, tal ato me deixa enjoada só de pensar.

– Por que correu? – Virei para trás com tudo por conta do susto e arregalei os olhos.

– O que você? Como? O que quer? – Me afastei subitamente do moreno que continha seus lábios avermelhados e seu típico sorriso de escárnio no rosto.

– Quantas perguntas, minha casa fica pra cá lembra? – Ele apontou para a casa ao lado da minha no final da rua.

Vamos Nanami, se você correr ele não vai te alcançar!

Mordi os lábios pensando em como fugir do garoto misterioso a minha frente, correr não seria má ideia. Seria?

– Está com medo? – Riu baixinho – Qual é.... Eu não fiz nada. – Seus dedos acariciaram minha bochechas e meu coração quase saltou pra fora.

– Hum... É e-eu, s-sabe como é ! Minha mãe está me esperando e...

– Você é uma péssima mentirosa, sua mãe saiu. – Ele me interrompeu sorrindo e eu quase me ajoelhei implorando para que ele não me estuprasse ou sei lá o que.

Senti sua respiração bater em meu rosto e observei seus lábios entre abertos chegando perto dos meus. Fiquei estática por um minuto mas lembrei que aquilo era loucura, muita loucura.
Me afastei rapidamente e disparei pela rua escura desesperadamente até chegar a porta de minha casa. Com as mãos tremular peguei a chave do bolso e enfiei na fechadura entrando e trancando-a logo em seguida.
Com a respiração descompassada eu agachei até cair no chão inerte.

Ele iria me beijar?

Bitten Love - BTS FanficOnde as histórias ganham vida. Descobre agora