Capítulo 18

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- Rose! Isso é mesmo verdade? - Lissa estava com os olhos arregalados enquanto tomava seu chá. - Você sabe a encrenca que vai sobrar pra você se os seus pais sequer cogitarem uma coisa dessa?

- É, é verdade. E sim, eu sei que seria uma grande desgraça. Mas o que eu posso fazer? - dei de ombros. - Não escolhi gostar dele.

- Ele gosta de você?

Meus ombros caíram e eu me afundei no sofá.

- Não, Lissa.

- St. Vlad! Não sei o que é o pior disso tudo.

- Nem eu, Liss. Nem eu. - suspirei enquanto passava a mão pelo cabelo. - Então, como você está? Quase não nos falamos direito enquanto estive fora.

Vasilisa sorriu.

- Estou muito bem. Muito mesmo.

- Iih, isso cheira a garotos. Quem é o sortudo da vez?

- Você não conhece. - ela comentou. - Também não o conhecia, ele começou a trabalhar agora na empresa. Ele é tão maravilhoso, Rose.

- Não venha me dizer que você também está apaixonada. - balancei a cabeça em reprovação. - Como ele se chama?

- Talvez eu esteja mesmo, por quê não? O nome dele é Christian Ozera.

Isso me era familiar. Acho que tinha escutado Dimitri falar sobre uma pessoa com o mesmo sobrenome.

- Ah. Bem, qualquer dia desses quero conhece-lo. - coloquei a xícara sobre a mesinha de centro e me levantei.

- Aonde você vai, Rose? - perguntou Lissa. - Você acabou de chegar, praticamente.

- Preciso ir. - olhei no relógio. - Realmente preciso.

***
Meus passos eram rápidos e ecoavam sobre a Central, algumas das pessoas ali presentes paravam suas obrigações para olharem pra mim. Provavelmente pensando "Olha, é a garota que conseguiu prender o bandido russo".

Mas eu estava pouco me importando para a atenção deles. Apressei mais o passo e já estava na sala da Helen; os meus pais não estavam lá desta vez.

Helen Kirova estava vestida em suas roupas glamorosa e um sapato alto vermelho que destacava de longe.

Me sentia inferior usando minha calça jeans, jaqueta de couro e meu conturno.

- Rosemarie, sente-se. - ela apontou para a cadeira em frente a mesa. Afastei um pouco e me sentei me sentindo impaciente.

- Então... - incentivei-a falar.

- Você fez um ótimo trabalho. Os seus pais duvidavam da sua capacidade, mas eu não. Sempre acreditei em seu potencial.

O que eu poderia dizer? Que estava honrada pelos seus elogios?

Apenas balancei a cabeça sem nenhuma vontade de falar.

Helen voltou seus olhos para um papel que estava em cima da mesa e depois o pegou.

- Você precisa assinar esse papel aqui se quiser ser uma de nós. Creio eu que se você se empenhar em todas as Missões como fez nessa, você será melhor do que o Abe e a Janine.

Eu sempre quis ser uma Agente, ser tão boa quanto os meus pais eram. Mas agora, com a possibilidade bem ali na minha frente eu não sabia se era isso que eu ainda queria.

Peguei o papel da mão dela e o analisei.

- Será se eu posso pensar? - perguntei engolindo em seco.

- Pensar? Por que precisa pensar, Rosemarie? É uma oportunidade única, tirando o fato de que você sempre quis isso.

- Olha. - disse apertando as têmporas. - Eu preciso pensar.

- Tudo bem, então. Faça o que você quiser.

- Aonde o Dimitri está? - perguntei com certo receio, não sabia se eu já era considerada alguém importante para saber onde os presos eram mantidos.

- Ele está no subsolo, em uma das celas especiais. Dimitri Belikov nunca foi preso, e não pretendemos correr o risco de ele escapar.

- Eu posso vê-lo? Só preciso tirar a limpo um outro caso que envolve ele e outro homem.

- Ah, claro Rosemarie. Peça um dos guardas para lhe acompanhar.

Bem, foi mais fácil do que eu tinha pensado.

Saí da sua sala e fui procurar o guarda que me levaria lá em baixo. Não foi difícil encontra-ló, e assim nós fomos para o subsolo.

Tínhamos que pegar um elevador para descer, tinha também as escadas; mas demoraria um pouco mais. Assim que chegamos o guarda perguntou se não precisava que ele ficasse. Dispensei-o e fiquei sozinha naquele lugar frio e assustador.

Aproximei da cela que Dimitri estava e coloquei meu rosto contra a grade.

- Dimitri? - chamei-o, ele estava sentado de costas pra mim.

Vi seu corpo estremecer assim que me ouviu falar. De imediato ele não se virou, apenas ficou lá sentado; provavelmente olhando pro nada e me odiando.

- Dimitri? Olhe pra mim. - chamei-o mais uma vez.

Desta vez ele se virou e olhou nos meus olhos.

- O que você quer, Rosemarie? Veio confirmar se a sua tática tinha realmente funcionado e agora eu estou detrás das grades?

Oh droga!

- Quê?! Não, Dimitri. Olha, você precisa acreditar em mim. Não tive nada haver com sua prisão, até dormindo estava naquela noite.

Ele sorriu em deboche e revirou os olhos. Era a primeira vez que eu o via agir desse jeito.

- Acreditar em você? Por que eu acreditaria?

- Porque Dimitri... Eu... Droga! Eu vou te provar que eu não tive nada com isso. Não faria isso contigo. Você sabe que eu am... Você sabe que eu não faria e pronto.

Nem sempre Dimitri se mostrava vulnerável como ele estava naquele momento. Os seus olhos se acenderam em um brilho novo e a sua boca se curvou em um ligeiro sorriso.

- Você vai me tirar daqui, Roza. Eu sabia que você não me decepcionaria.

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Hey VAfanatics! Esses dois estão quase a um passo de confessarem os seus sentimentos, hã?

A Rose quase que falava ali que o amava. Lembrando que a história está quase que chegando ao fim, creio que só terá mais uns 3 ou 4 cap.

Obrigada por estarem acompanhando a fic, mt obrigada mesmo.

Beijos, beijos. 💋🎀

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