Enrascada

Capítulo 14

Quando me apaixonei pela última vez não foi lá uma época muito boa. Na verdade foi péssima.
Eu praticamente era uma submissa do Jesse, acredito que se ele tivesse me mandado ir catar coquinho no inferno, eu teria ido.

E até um tempo atrás eu tinha me esquecido de como era estar apaixonada. Ah, apaixonada. Você age por impulso, o seu sangue corre mais rápido pelos vasos sanguíneos, seu coração torna-se de certo modo mais forte e você fica uma completa boba.

Eu não queria me apaixonar outra vez. Veja só, você passa a pensar naquela pessoa o dia inteiro, você sempre quer estar nos lugares que ela frequenta, e fazer de tudo que possa agrada-lá.

Porém... Sim, um mega e gigantesco porém, minha situação não era uma situação que eu fosse desejar nem para o meu pior inimigo.

Eu estava apaixonada pelo mafioso que eu tinha que colocar atrás das grades.

Isso mesmo, acabei de confessar. Eu estou apaixonada!

Meu Deus, isso não é nada bom. Mas desde quando coisas boas acontecem em minha vida, hein?

E bem, cá estava eu apavorada e trêmula por ter disparado bala em minha paixonite.

No momento em que Dimitri disse que sabia que eu o desejava, acabei puxando o gatilho e disparado. E agora eu não conseguia me mexer, estava praticamente que encima dele, enquanto ele provavelmente xingava em russo e tentava se sentar no chão, falhando em seguida.

- Será se você pode pelo menos me dá uma ajudinha, Rosemarie? Ou será se está dificil? Contando que você acabou de atirar em minha perna.

Aos poucos fui sendo puxada de volta do meu torpor.

- Eu... Tenho que te levar para um hospital.

- Esqueceu que eu sou um criminoso? Arrume um jeito de me ajudar antes que eu morra sangrando!

Com o seu grito eu levantei do chão as pressas e corri até o banheiro aonde havia uma caixa de primeiros socorros no armário. Na verdade era bem mais que isso.

Quando voltei para o quarto e abri a caixa tirando de dentro uma seringa com a anestesia, Dimitri se sobressaltou.

- O que você pensa que está fazendo? Não acha que vai me operar, não é mesmo?

Eu sorri vitoriosa.

- É exatamente isso o que irei fazer, Belikov. Não se preocupe, fiz um curso de enfermagem e sei exatamente o que fazer. Você não vai perder a perna e nem nada. - lancei uma piscadela para ele e logo me arrependi.

O que diabos eu estava fazendo, afinal?

Bem, eu não poderia deixa-ló morrer. Mas eu era tão ruim em pontaria que provavelmente a bala nem teria penetrado tanto assim.

*~*~*

Olhei no relógio do meu celular e era exatamente 00:00.

Eu tinha conseguido tirar a bala da perna do Dimitri, como tinha pensado, não fiz estrago algum. Ele já estava sentindo menos dor, e agora estava repousando em minha cama.

E isso me apavorava demais. Bebi o restante da água em um único gole e fui ver se ele continuava bem.

Meus passos eram apressados e ansiosos, abri a porta e entrei me encostando nela em seguida.

Limpei a garganta, e ele levantou os olhos.

- Obrigado, Rosemarie. De verdade. Não pelo tiro, é lógico. Mas por ter cuidado de mim mesmo eu sendo quem sou.

- Rose. - respondi olhando em seus olhos.

Confusão se passou pelo seus bonitos olhos castanhos.

- Como?

- Me chame apenas de Rose.

Dimitri olhou para a janela e depois de volta para mim. Os seus lábios traziam um sorriso bonito.

- Então, Rose. - ele colocou as duas mãos atrás da cabeça e se aconchego em minha cama. - Espero que você esteja disposta a continuar cuidando de mim pelos próximos dias, já que por sua culpa eu estou debilitado.

QUÊ??!! Pelo amor de St. Vlad, que não seja o que eu ouvi.

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E aqui estamos nós mais uma vez!
Rose com seus sentimentos conturbados e Dimitri se apaixonando por alguém que provavelmente não pode ter.

Esse foi um dos capítulos que mais gostei e me divertir escrevendo, espero que assim como eu vocês gostem.

Até breve!