Capítulo 15

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- Não sei por qual motivo continua rindo. - Dimitri disse.

Fui me contendo e aos poucos fui parando de gargalhar.

- Pelo óbvio, não? Essa sua piada camarada, de ficar em minha casa e eu cuidar de você.

Ri outra vez.

- Acha mesmo que estou brincando? Eu falo sério.

Parei para absorver aquela informação. Meus olhos se arregalaram e franzi a testa.

- Não, não! Como?... Wow, nossa. Sei lá, eu acho que esse tiro afetou o seu cérebro.

- Não acertou, não. Até porque você tem uma péssima pontaria, mal fez um estrago em minha perna. Mas como provavelmente ficarei sem me locomover por alguns dias... Bom, você já sabe do resto.

Eu estava a ponta de entrar em um colapso nervoso! Como ele ficaria aqui, enquanto eu cuidava dele?! Ok, a Helen não colocou em sua pasta de informações que Dimitri também tinha algum distúrbio mental, mas depois dessa eu podia ter certeza que faltava um parafuso a menos.

- Você não pode simplesmente ficar aqui! - esbravejei- Estamos falando sobre você, o cara que eu deveria prender e não cuidar.

- Não vai fazer mal algum, ou vai? Talvez seja demais pra você ficar perto de mim, alimentando ainda mais as suas vontades; se é que você me entende.

Ah St. Vladimir por quê que não atirei em seu coração? Afinal, morto não fala e nem exige coisas absurdas.

Respirei fundo e contive minha vontade de enforcar-ló.

- Você não entende a dimensão do problema? Parece que tudo pra você é uma brincadeirinha de mal gosto. Mas eu não sou um dos seus submissos, Dimitri Belikov.

- Não sei porque tem essa visão distorcida de mim.

- Não é distorcida, é a realidade. - apertei as têmporas em aborrecimento. - E o que tenho vontade de fazer agora mesmo é ligar pro meu superior e avisar que estou com você.

Dimitri se levantou da cama como se nem estivesse ferido e se aproximou de mim, seus olhos eram perigosos.

- Nem pense em fazer isso, Rosemarie. - ele apertou forte o meu pulso direito me fazendo grunhir de dor. - Nem pense.

- Você está me machucando. - olhei pra sua mão envolta do meu pulso. - Pare com isso Dimitri.

Seus olhos castanhos se suavizaram e ele me soltou.

- Está vendo? Você pode me matar á qualquer momento. Se eu contar uma piada e você não achar graça é capaz de até arrancar minha língua pra que eu não fale nunca mais.

- Eu não faria isso com você Roza. Posso fazer muitas atrocidades, mas não faria qualquer coisa ruim à você.

- O quê?! - me espantei. Por quê ele falaria essas coisas pra mim?

Dimitri passou a mão pelos cabelos sedosos e parecia muito confuso consigo mesmo.

- Não, nada. Esqueça o que eu disse.

Nunca fiquei de mãos atadas sem poder fazer nada. Maioria das vezes sempre tive tudo sob controle, e quando algo dava errado eu ia lá e concertava tudo.

Quando eu tinha que decidir algo de imediato nem precisava pensar muito, pois já tinha a decisão em mente.

E quando todos achavam que eu iria fracassar, eu ia lá ganhava poder e conquistava o que eu queria.

Mas agora... Ah, agora eu não sabia fazer e nem pensar em nada. É como se eu estivesse apenas do lado de fora assistindo uma Rose Hathaway não conseguir dá um basta nisso.

Mas como eu poderia conseguir?

Por um lado tinha minha honra que não poderia jogar pelo ralo, e por outro... Tinha o Dimitri que eu estava apaixonada.

Maldita seja a hora que me apaixonei por um bandido. Mas talvez eu mereça mesmo estar passando por esse dilema todo, se eu não fosse tão contraditória já teria discado o número da Elen ou dos meus pais e os constatados sobre o caso.

Mas por fim, meus sentimentos falaram mais alto.

Me virei para sair do quarto e me encostei no batente segurando a porta e disse à Dimitri:

- Tudo bem, você pode ficar.

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Oi gente. Demorei um pouquinho pra poder postar, mas eu estava sem internet; então não tinha como e também é final de Unidade e a escola passa muitos trabalhos e provas. Enfim!

Espero que gostem, votem e comentem se quiserem...
Beijos e até a próxima.

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