17 - My heart wants to fuck me

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Mansão Jauregui - 7:00 p.m.

Entrou na mansão com o olhar opaco, a cada batida de seu coração, era possível sentir a dor, sua barriga revirava em angústia, ansiedade.

"Você é cruel"

Lembrou das palavras de Oliver, e aquilo era realmente verdade.

Lembrou com clareza daquele olhar acastanhado, da tristeza que ele ostentava e sentiu-se suja, ignorante, insana. Tão insana que chegara ao limite de queimar um estúdio, por puro prazer, capricho e vaidade.

--- Eu sou um monstro.. -- Murmurou com a voz cheia de repugnância. -- Onde eu estava com a cabeça? -- Continuou. A voz ficava cada vez mais falha, dolorida e os olhos, cada vez mais encharcados de lágrimas.

"eu não posso perdoa-la, eu realmente não consigo."

Aquela frase ecoava em sua mente, apunhalava seu peito com força, machucando. Era insuportável o sentimento de culpa que seu corpo carregava.

"Eu odeio você"

Fechou os olhos com força, precisava arrancar aquela sensação de seu peito, alivia-la e finalmente ficar com a consciência limpa.

---- Então eu lutarei por ele.. Lutarei em nome da pouca dignidade que me resta, em nome da culpa que me assombra. Eu vou lutar por seu perdão Cabello, mas do meu jeito. -- Falou firme.

(....)

Terça-feira - Apartamento de Camila Cabello, Manhattan.- 9:00 a.m.

Sugou a nicotina e soprou pelos ares, observando a fumaça branca sumir no ambiente, varanda a fora. Bem que com elas, poderiam ir junto o seus problemas e aquele sentimento desastroso, que crescia em seu peito pela egoísta empresária, era pedir muito?

Fumar não estava nos seus hábitos há muito tempo, mas era o seu calmante preferido, fora o sexo. Na verdade ela fumava uma vez ou outra, quase nunca. Não era um vício, nunca foi, desde os seus 16 anos, quando experimentou pela primeira vez em uma festa, com uma namorada metida a bad girl da época.

Observava o movimento da grande avenida na ilha de Manhattan, debruçada no para peito da varanda.

A brisa sacudia os seus lindos e bem cuidados fios de cabelo castanho, acariciava o seu rosto e deixava-o gelado. O céu estava com muitas nuvens, mas já era possível ver o azul celeste lutando em meio as fumaças acizentadas, o inverno finalmente chegava no seu ponto final. Camila particularmente odiava o gelo, o frio. Sempre preferiu o quente, achava mais aconchegante, as praias, os biquines, as férias em Miami com sua família, os almoços na casa de seu amigo de colegial Harry Styles. Ou então os dias no parque, numa tarde qualquer, quando seu pai arranjava um tempo para sair mais cedo da empresa, C.J. (Cabello Jewels). As brincadeiras de pega pega com Sofi na piscina da mansão onde seus pais viviam juntos e mais unidos que nunca, naquele casamento de quase trinta anos.

Mas por ironia, ela se apaixou por um ser completamente ao contrário disso, ele era frio, desconfortável, dominador, cativante com seus olhos verdes. Ela odiava isso, tudo o que vinha em sua mente, a levava para ela. Para os seus olhos gélidos magníficos, para os seus lábios carnudos e delicados, para a sua pele pálida, que parecia suave e macia. Camila queria poder sentia-las, na verdade queria senti-la por inteiro, cada pedaço, não importa se fosse para ficar por cima, de quatro, para deixar sua boceta a mostra e ser possuída por Lauren de todas as maneiras humanamente possíveis. Ou para foder a empresária forte e rápido, como um castigo cheio de luxúria, por tudo que a fez passar. Ela só queria provar daquele corpo pelo menos uma vez na vida, sentir as peles suadas e grudadas, os gemidos se misturando no ambiente, e se perdendo nas paredes, tornando aquele momento intimido e secreto. Droga! Ela estava loucamente atraída por Lauren, e totalmente entregue, aos caprichos dela, não importa o tanto de dor que Lauren a faria passar, aquele sentimento insuportável nunca sumiria... Só resta Camila entender isso de umas vez por todas.

O seu coração batia aceleradamente, porque as memórias do acontecimento de um dia atrás, ainda passavam por sua mente confusa como um filme de terror.

Não conseguia entender o pedido de desculpas de Lauren, eles pareciam sinceros, doloridos. Ela via isso nos olhos verdes, ela via a dor no lugar de um imenso iceberg que Lauren ostentava no olhar, mas ela não entendia, não entendia o porque de sua subta mudança de comportamento. E então sentiu-se curiosa, à quanto tempo essa culpa a atormenta?

---- Pare com isso imediatamente... -- Murmurou sugando uma grande quantidade do cigarro -- Ela não merece.. Não merece. -- Comepletou séria, aquela era a voz da sua consciência, brigando com o seu fraco coração, coração esse, que estava partido, partido por culpa de Lauren Jauregui.

Pressionou o pedaço de papel com a ponta acesa no cinzeiro, apagando-o, e o deixou ali, junto com os outros cigarros presente no objeto de ferro, todos usados pelo mesmo motivo, a arrogante milionária.

--- Eu preciso de sexo.. -- Murmurou -- É disso que preciso.

Porra Lauren!

Praguejou ao lembrar-se das curvas presente na empresária, dos seios médios porém fartos, dos lábios carnudos e vermelhos, e novamente aquela curiosidade de te-la para si inundou sua mente pecaminosa, mas por poucos segundos dessa vez.

Sentiu uma raiva descomunal tomar posse de seu corpo triste, não podia estar sentindo-se atraída pela pessoa que era a causadora de suas lágrimas. Aquele era um ato masoquista de seu corpo, um ato cruel, tão cruel quanto Lauren Jauregui.

"Não ouse se apaixonar por ela, Chancho!"

Lembrou com exatidão das palavras de Dinah, e riu irônica, talvez, finalmente aceitando aquilo.. Aquela merda de sentimento, que nunca pensou sentir, por mulher alguma, em todas aquelas noites em que durmira com mulheres, bêbada, algumas até um pouco louca por alguma droga colocada na bebida. Camila ja teve muitas mulheres em sua vida, e nunca pensou que pudesse ter a falta de sorte, de se apaixonar pela mais problemática delas, em plenos 26 anos de idade, quando queria apenas trabalhar e sair na sexta-feira, beber, acordar no outro dia, comemorar por não ter sua cara estampada no jornal. Ou até mesmo escutar sua mãe derrubar a porta de seu apartamento as nove da manhã, e dar um belo de um sermão, com todo aquele falatório que só mães tem o dom de fazer. Mas de repente não sentia mais vontade de viver essa vida vazia, ela sabia que era vazia, mas era algo que a divertia, excitava, o prazer de ser livre para fazer o que bem entende. Mas Lauren roubou isso dela, e levou junto, a sua sanidade, a sua capacidade de pensar no ridículo, porque ela sabia que era ridículo querer transar com a mulher que fazia da sua vida um inferno, e perder a vontade de transar com outras, porque na sua mente a única que entrava e saia, era a poderosa e petulante rainha de gelo, dona do grandioso Império de diamantes.

E então chegou a conclusão de que:

---- Meu coração ama foder comigo Dinah.. Ele ama foder comigo.. -- Resmungou irritada, liberando algumas lágrimas dos olhos castanhos completamente perdidos e cheio de deboche, porque ela sabia que estava se apaixonando por Lauren, pelo seu corpo, pelo seu olhar, pelo seu cheiro. Bem lá no fundo, ela sabia. Ou melhor, ela ja está apaixonada.

E então sentiu vontade de pedir demissão, vontade de fugir da milionária, como uma perfeita covarde, mas ela não podia, precisa do emprego. Precisava reconstruir o C.C. Photograph Studios, sozinha, sem a ajuda dos pais, porque Camila era humana, e como todo ser humano, orgulhoso. Ela enfrentaria Lauren, não daria esse gosto a empresária, até porque, ela não conseguia e nem queria ficar longe dela, grande parte de seu corpo e de seu coração necessitavam de sua presença, mas a outra parte dele abominava o fato de tê-la por perto, tornando tudo aquilo confuso, aquela paixão ridiculamente estranha e doentia, incapaz de ser entendida por ela, de conseguir relembrar exatamente, com perfeição, em que momento começou a sentir pela rude magnata, algo muito maior do que um simples, tesão.

Mas como dizia um velho e sábio escritor de literatura:



O amor é a única loucura de um sábio, e a única sabedoria de um tolo. - William Shakespeare.

Video Game. (No Way) ||camren||Onde as histórias ganham vida. Descobre agora