Capítulo 10

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-Ahn... Sem querer fingir ser burro nem nada, mas...- disse Alex, contemplando o trabalho. -Eu não entendi nada...

-Alex... Você está diante de uma pérola da criptografia, meu amigo!- Tom exclama com uma luz nos olhos, como uma criança que finalmente ganha seu presente de natal. Anita só olhava sem fala alguma.

-E eu tô sobrando na alegria de vocês, não repararam???

-Desculpe, Alex. Isso é um código 4S! Ou "Shamir Secret Sharing Scheme", como preferir. Há séculos não via um desses, era um dos meus favoritos! Praticamente podia pegar qualquer segredo meu, converter em um código específico e dividir esse código em quantas partes eu quiser. Podia até mesmo espalhar essas partes com todos os meus amigos que eles nunca iriam desconfiar do que era até que todos juntassem essas partes e quebrassem a criptografia.

-Como as Horcruxes do Voldemort no filme do Harry Potter?

Anita revira os olhos diante da comparação de Alex por não gostar de Harry Potter. Tom conclui.

-Exato! Agora precisamos saber o que é isso.

Rapidamente, Alex digita no Google sobre a criptografia de partilha.

http://point-at-infinity.org/ssss/demo.html

Ao abrir a página, Alex inseriu os códigos resultantes de cada cartaz na caixa de texto.

-O que digito na caixa "Threshold"?

-Bom, 3301.- Tom começa a pensar alto. - Três e três, seis, com um sete. Tenta sete.

Alex digitou no Theshold. Enter.

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-Três?- perguntou Alex.

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-Posso tentar um cinco?- disse Anita.

p7amjopgric7dfdi.onion

-NOOOOOOOOOOOOOOOOOOÓ!!!! QUE CAGADA FOI ESSA, ANITA!!!??? FEDEU ATÉ!!!

-Meu Deus, Anita!!! Confesse, quais são os números da próxima mega sena???!!!

-Aff, idiotas!- disse enquanto rachava de rir. -Entra aí no Tor, vamos ver onde vai dar!

Ao abrirem no Tor pelo computador de Alex, apareceu uma tela em branco com um teste, em programação bem grosseira. Consigo fazer uma página dessas brincando... Anita pensou.

- Não há nenhuma verdade

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- Não há nenhuma verdade.- Tom leu em voz alta. -Parece uma prova de filosofia...

-Cara, odeio filosofia!- Exclama Alex na cadeira da escrivaninha. -É a matéria de escola que quanto mais alta a nota, mais louco você é!

-Ah, então foi você quem escreveu na lousa aquela frase do Hawking, "A filosofia está morta", antes de todo mundo chegar na aula?- Anita ria da lembrança.

-Eu mesmo!- Alex segurava a barriga como se ela fosse cair com seu riso espasmódico.- Ele ficou louca com aquilo, não é!? Foi a primeira vez que deixei aquela chata sem fala a aula inteira!!!

Tom estava distante. Lembrava do ocorrido, mas estava absorto com a questão e suas alternativas.

-Não há nenhuma verdade... Verdadeiro, Falso, Indeterminado, Sem significado, Auto-Referencial, Regra do jogo, Paradoxo, Nenhuma das alternativas... Se não há nenhuma verdade, então é tudo falso, certo?

-Sei lá, você é que é o queridinho da professora de filosofia, Tom!- Alex desdenha.

-De acordo com a questão sim, mas sabemos que até essa afirmação é falsa, né Tom?- Anita arrisca.

-Sim... O que a torna um paradoxo, já que é falsa e verdadeira ao mesmo tempo...

-Por mim, é falsa!- exclama Alex, impaciente. Já ia posicionando o cursor na questão quando Tom grita.

-Alex, espera! Estamos todos certos e errados ao mesmo tempo. Logo vai da perspectiva de cada um! É Auto-Referencial!!!

Anita levanta a sobrancelha.

-Tem certeza?

-É claro! Pra mim é falso, mas pra você é paradoxal, enquanto Alex acredita ser falsa! Não é uma decisão unânime!

-Verdade...

-Não , é falso!- Tom dá uma risada zombeteira.

-PAREM DE ME BUGAR, VOCÊS DOIS!!!- Alex grita dando risada. -Vou clicar em Auto-Referencial e pronto, tá!?

-Tá bom, bebezão pode clicar!

-É por isso que detesto filosofia!- disse clicando na questão.

3301: O Jogo da CigarraOnde histórias criam vida. Descubra agora