Capítulo 25

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Aquele homem, definitivamente, não era o alguém que eu esperava ver. Por mais que não me parecia trazer perigo ao mesmo tempo sabia que ele poderia me levar ao perigo. Meu coração batia descompassadamente, segurei a mão do meu marido que agora tomou minha frente.

-O que você faz aqui? E como nos encontrou? –Miguel pareceu intimidador, mas ele era um homem treinado. Rafael era um bandido treinado. Aquele pensamento me arrepiou.

-Precisamos conversar e vocês precisam confiar em mim. Eu os encontrei? Eu nunca perdi vocês na verdade. Preciso de privacidade. –disse apontando para o segurança que estava atrás dele. Miguel me olhou apreensivo e eu concordei com a cabeça, algo dentro de mim me fazia querer confiar em Rafael.

-Matheo, espere do lado de fora. Qualquer movimentação estranha você sabe o que fazer. – Miguel ordenou e o homem saiu pela porta da frente a fechando em seguida. –Agora diga de uma vez o que te trouxe aqui. –era palpável que Miguel estava impaciente com sua presença, eu também estava. Caminhamos até o sofá onde nos sentamos, eu e meu marido lado a lado com nosso visitante de frente para nós.

-Algumas coisas tem acontecido, e eu tenho investigado detalhadamente tudo para tentar entender alguns pontos. E principalmente, para te proteger Helena.

-O que exatamente esta acontecendo? – quis saber.

-Os homens que mataram Ale estão atrás de você. –meu mundo parou, perdi o foco e o ar. Apertei a mão do Miguel que também estreitou o abraço em mim.

-Helena não pode passar sustos. Por favor... –interrompi meu marido, que droga, agora não era hora disso. E o que me impede de assustar? Ser mulher? Ignorei-o e voltei minha atenção, passado o choque, a Rafael.

-Explica Rafael. –pedi.

-Eles acreditam que Ale não esta morto, acham que tudo pode ter sido uma farsa muito grande. Enquanto você estava no Brasil eles monitoraram por um bom tempo tudo o que você fazia, porém deixaram disso quando notaram que sua vida não passava de um rotina sem fim de amargura. Exatos dez anos após a "suposta" morte de Ale você "se casa", deixa o Brasil e passa a viver feliz bem longe dali. –Aquele quebra –cabeça nem de longe se encaixava para mim.

-Qual o problema nisso tudo? –Miguel questionou. –E qual o motivo das aspas? –só agora que ele havia citado que parei para pensar, tinha realmente sentido, ele tinha usado algumas aspas na fala.

-As aspas são os pontos chaves em que eles estão focados. Suposta morte para eles, não para nós. Nós sabemos que Ale realmente se foi. Eles não. E quanto ao seu casamento eles também acreditam ser uma farsa.

-E por quê?

-Você sofreu dez anos. Dez anos de choro diário e sem ter outra pessoa, de repente se casa e vive feliz. Para eles nesses dez anos você e Ale mantiveram um relacionamento escondido e agora podem viver felizes, pois eles supostamente foram despistados. –meus olhos estavam arregalados e eu buscava sentido nesse bolo todo.

-Tudo bem, mas se eles sabem onde ela está também sabem que vivo com ela, sendo assim... –ele foi interrompido.

-Você, supostamente, foi o médico que assinou o atestado de óbito de Ale, portanto também faz parte do jogo. –agora nós dois olhávamos sem saber o que dizer ou fazer. –E qual a situação atual?

-Não sei. Eles estão sendo extremamente inteligentes. Trabalharam muito tempo nisso.

-Isso significa que eles podem estar aqui em Boston? –Miguel queria saber, e agora eu também.

Amor pra Recomeçar (COMPLETO)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora