capítulo 20

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- Experimente, querida - disse a ela


Vanesa abriu os lábios e aceitou a oferta.


Minutos mais tarde yasmin colocou a mão na coxa musculosa. Em seguida enterrou as unhas e foi descendo na direção das partes íntimas da sua esposa


- Vingando-se, Yasmim ?


- Sim.


- Não passe a fronteira.


- Eu não sabia que fronteira tinham sido colocadas.


- A retribuição tem um preço, Yasmim . Não se esqueça.


- Trata-se de ameaça ou desafio?


- É a sua vez de jogar. - Os olhos dela estavam quase negros.


Talvez fosse aconselhável parar, admitiu Yasmim . Temporariamente, claro, pois ainda não estava vingada.


Virou-se então para sua companheira  de mesa do outro lado, o advogado da firma, e iniciou uma conversa.


- Soube que você vai voar para São Paulo amanhã a fim de ver umas das propriedades que Renato tinha em vista - disse vanesa ao advogado.


Yasmim encarou sua esposa , contendo surpresa. O advogado da firma sabia de suas intenções, e com certeza achara seu dever relatar a informação a vanesa .


- Sim, vou.


- Eu o acompanharei.


- Por quê?


- É de meu interesse, como inventariante do testamento de Renato e membro da diretoria, sancionar qualquer decisão que se fizer acerca dos negócios da firma.


- Pretendo passar uma noite lá.


- Sem problemas. Imagino que tenha reservas para o primeiro vôo.


Yasmim teve vontade de ranger os dentes. Com muita habilidade vanesa manobrara as coisas de tal forma que ela teria de aceitar, pois se tratava de viagem de negócios.


O café foi servido no salão. Ela sentou-se numa poltrona onde achou que ficaria sossegada por algum tempo.


Enganou-se, contudo, percebeu em poucos minutos. Vanesa ocupou um lugar bem perto dela e essa proximidade teve um efeito desastroso até em sua respiração. Como também em outras partes mais íntimas do corpo.


O que havia de errado com ela? Ambos estavam representando como num teatro. Assim que o carro passasse pelo portão, tudo voltaria ao normal. Quartos separados. Vidas separadas. Estavam juntos apenas por uma questão de aparência.


Então, por que sentia como se seu corpo fosse um instrumento musical à espera de que o músico o tocasse? Cada nervo estava retesado, cada palpitação sensibilizada.


Se vanesa  a tocasse, ela ficaria em chamas.


Saberia vanesa disso? Santo Deus, esperava que não! Seria uma total humilhação. Para ela!


Queria que a noite chegasse ao fim, voltar para casa, queria se despir, remover a maquiagem e deitar-se... Sozinha.


Mentirosa... Ela queria estar com ela. Experimentar mais uma vez o que compartilharam um dia. Nos bons tempos.


Com vanesa , foi mais do que sexo. Foi intimidade, uma expressão física de amor entre duas pessoas, sempre em sintonia de uma com a outra em todos os níveis.


Todos os seus instintos protetores a preveniam de que voltar ao passado seria o mesmo que cometer suicídio emocional. E ela era uma sobrevivente. Tinha de continuar sendo.


Eram mais de onze horas quando vanesa decidiu sair, yasmim agradeceu aos donos da casa, despediu-se de todos e foi para o carro ao lado de vanesa . Minutos mais tarde chegaram à estrada principal, a caminho do Leblon.

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