Day 215 – 217
Abby acendeu a luz do quarto, mas continuava parada encarando a Blake mais nova com uma interrogação na face. Octavia fitava a mulher, agora com a expressão vazia, enquanto sua mente maquinava numa desculpa, no mínimo, viável. Respirou fundo e, deixando que todas as lágrimas reprimidas caíssem, começou a chorar. Abby se aproximou dela e bateu de leve no ombro da menina, sem saber exatamente o que fazer. Octavia suspirou de alívio internamente por se lembrar que a médica tinha esse ponto fraco.
– Briguei com meu irmão, Abby. Mas não queria estragar a noite de ninguém, nem voltar para casa... Então a Clarke falou que eu podia ficar aqui... – Fungou, recebendo um lenço da médica. – Mas acho melhor ir embora, não quero causar nenhum transtorno.
– Claro que não, você fica. – Abby tentou sorrir, afagando os cabelos morenos. – Qualquer coisa, estarei no meu quarto. Boa noite.
– Boa noite, Abby, e obrigada. – Fungou mais uma vez, vendo a mulher deixar o quarto.
Assim que a porta se fechou, a morena deu um salto da cama, lembrando-se que havia empurrado Lincoln pela janela. Na hora, parecia a única saída. Naquele momento, entretanto, ela já não estava tão certa. Correu até o parapeito e olhou para baixo, Lincoln estava caído entre os arbustos e o sangue da morena gelou. Ela tinha matado o homem que quebrou seu coração.
– Merda. – Xingou ao se dar conta de que tinha que tirar Lincoln dali.
Passou seu corpo pela janela, apoiando-se na encanação lateral. Olhou para baixo, a procura de algo para se apoiar e enxergou um ponto de apoio que seria ideal. Se ela não fosse tão baixa. Grunhiu um xingamento, perguntando-se por que diabos não havia usado as escadas e a porta da frente. Tentou voltar para a janela do quarto de Clarke, mas estava fora de seu alcance. Suspirou, teria que tentar o apoio de baixo. Saltou e, por pouco, não foi parar no chão. Respirou fundo, balançando seu corpo para conseguir apoio.
Grudou seu corpo contra a parede e olhou para baixo. Era um salto de pouco mais de dois metros de altura. Não era muito, mas ela precisava manter uma postura correta se não quisesse se machucar. O vento frio tocou sua face e ela repassou cada detalhe do salto. Seu celular começou a vibrar no bolso de trás de seu jeans, fazendo-a se apressar ao lembrar que estava com as chaves do carro de Lexa. Respirou fundo mais uma vez e pulou. Ainda no ar, dobrou as pernas e ergueu os braços acima dos ombros.
Colocou as mãos para frente do seu lado mais resistente, o direito, e deixou que uma de suas mãos tocasse o chão absorvendo parte do impacto ali. Por sorte, lembrou-se de deixar os joelhos relaxados quando seus pés tocaram do solo. O impacto, entretanto, ainda era grande e ela teve que impulsionar seu corpo para frente, dando uma cambalhota desajeitada. No fim, seu corpo estava dolorido, mas continuava inteira. Adrenalina corria em suas veias quando correu até Lincoln e levou dois dedos até o pulso do rapaz, sentindo seus batimentos.
– Lincoln. – Chamou, sussurrando. – Lincoln, acorda. – O rapaz não respondia e seu celular não parava de vibrar. – Diga, Bell.
– O, tem como você pegar o carro da Lexa no clube e trazer para o sexto departamento de polícia? – Bellamy pediu e Octavia gelou. – Ela, aparentemente, perdeu as chaves. Tente ver com algum gerente se acha, do contrário, tem uma chave reserva na casa da Clarke.
– O que vocês estão fazendo na delegacia? – Octavia conseguiu perguntar.
– Você sumiu, perdeu a visão da Lexa dando uma surra no Finn. – Bellamy ria, como se a situação fosse engraçada.
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Wild Hearts (Part I)
FanfictionCriada de acordo a visão conservadora de seus pais, Clarke sempre seguiu pelo caminho mais cômodo. Aceitando as imposições familiares de quem ela deveria ser, pois nem ela sabia quem de fato era. Entretanto, no seu décimo oitavo aniversário, sua ami...