After Match

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Day 133

Bellamy olhava fixamente para a loira a sua frente enquanto ela explicava a matéria de biologia para ele, sem conseguir compreender muito bem qual era realmente o significado de suas palavras. Estava hipnotizado com a leve rouquidão de sua voz, com a forma que ela pausava entre uma explicação e outra para morder os lábios. Ou seria pelos toques despreocupados em suas mãos e ombros enquanto tentava colocar os assuntos de biologia forense em sua cabeça?

– Você pode usar a espectrometria de massa para detectar diversas substâncias no corpo do indivíduo, mas o que é preciso para isso? – Clarke perguntou, recebendo um olhar confuso e distraído em retorno. – Você ao menos estava prestando atenção?

– Desculpa, Clarke. – Suspirou, passando as mãos sobre os olhos. – Nunca vou passar nessa matéria!

– Claro que vai! – A loira lhe deu um soco de leve no ombro. – Você tem a minha ajuda, agora só falta parar de pensar nas paixonites e focar na matéria.

– Paixonites? – Perguntou, completamente intrigado.

– Sim, dá para ver pela sua cara de bobo. – Riu.

Bellamy seguiu seu riso, indignado com a capacidade da moça de perceber que ele estava pensando em alguém que gostava sem notar que era ela quem tomava conta de seus pensamentos. Havia algum tempo que sentimentos intrusos tomaram conta dele, mas Clarke nunca estivera disponível. Ele não tinha como disputar com Finn Collins. E quando ela finalmente terminou com o namorado, acabou se afastando de todos e retornando com uma garota em sua vida. Ele sentia que não tinha como disputar com Lexa também. Ao menos não de maneira justa.

– Prometo tentar me controlar. – Suas mãos estavam levantadas em rendição e um sorriso torto emoldurava seu rosto anguloso.

– Acho bom. – Clarke levantou, pegando suas coisas. – Agora tenho que ir para minha aula. Te vejo no jogo?

– Claro. Até mais, Clarke! – Acenou, deixando que a garota fosse embora para dar lugar ao vazio que sentia toda vez que percebia que eram apenas amigos.

[...]

Raven e Lexa caminhavam juntas rumo ao bloco. Conversavam tranquilamente sobre as matérias que tinham que estudar e o júri-simulado que deviam fazer ainda naquela semana. Ambas estavam animadas com a possibilidade de praticar o pouco que haviam aprendido. Acabaram se aproximando por terem a maioria das matérias juntas e iniciando uma espécie de amizade frágil. Por isso, Lexa pensou que poderia questioná-la sobre Clarke.

– Você e Clarke são amigas há muito tempo?

– Nós crescemos juntas, praticamente. – Raven respondeu, sorrindo.

– Ah. – Lexa suspirou, sem saber como continuar. – Você acha que ela vai surtar novamente?

– Provavelmente. – Raven sorriu. – Clarke sempre foi a filha perfeita, ela não sabe lidar com o que considera um fracasso.

– Talvez seja melhor eu me afastar... – Lexa falou, mais para si mesma, pensando que, por diversas razões, era melhor mesmo se distanciar.

– Talvez... Não é fácil lidar com as descobertas dos outros. – Raven riu e começou a contar uma de suas experiências com uma garota que também não aceitava muito bem a sexualidade.

[...]

Clarke tentava achar o outro par de seu brinco enquanto Octavia gritava repetidamente para que ela se apressasse. Havia um jogo de basquete naquela noite e, em seguida, uma festa para comemorar a vitória ou afogar a mágoa da perda. Era engraçado como tudo era motivo para uma festa. Achou seu brinco atrás da cômoda e logo o colocou. Octavia estava realmente irritada.

Wild Hearts (Part I)Wo Geschichten leben. Entdecke jetzt