Capítulo 14

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Depois da nossa primeira vez o relacionamento mudou bastante. Aquela noite que passamos na casa de campo fortaleceu nossa relação e quebrou novas barreiras entre mim e Cristian. Claro que nos primeiros momentos ele ficou tão constrangido que não queria sair do banheiro em que estava trancado desde a hora que eu acordei. Precisei bater muito na porta e conversar bastante com ele dessa maneira, separados, para que ele percebesse que estava sendo bobo. Devo ter gravado suas palavras depois que já estávamos de volta na cama, abraçados.

-E...eu te ma... machu... chuquei?

Antes de responder eu acabei rindo da sua preocupação. Lógico que eu fiquei um pouco dolorido, não só pelos arranhões em minhas costas. Porém a noite foi tão perfeita em todos os momentos que compartilhamos que estava valendo a pena sentir qualquer desconforto.

-Fica tranquilo amor. Eu tô bem! E você, eu te machuquei?

-Nã... não...fo... foi ma... mara... maravilhoso.

Depois disso trocamos caricias e acabamos repetindo algumas doses da noite anterior. Nosso apetite estava muito além do que imaginei ser possível. O apetite por comida também foi muito maior, só que esse não me assustou de forma alguma, depois da noite que tivemos e da forma como o dia amanheceu, seria de se estranhar caso não estivéssemos com fome.

Tranquei tudo e agradeci ao caseiro por ter organizado as coisas por mim e fui com Cristian para um restaurante tomar café da manhã, ou almoça pelo horário. Como não tinha planejado passara noite ali à dispensa estava vazia.

Não deixei meu namorado se fazer de rogado e permiti que ele comesse mais do que esta acostumado. Apesar de Cris vir ganhando peso ele continua magro e não gosto de vê-lo assim. Por isso sempre que posso o faço comer um pouco mais.

O bom dessa experiência é que nosso relacionamento ficou mais meloso e apaixonado e as pessoas a nossa volta perceberam isso, porém tiveram a decência de não comentar nada. Não conseguimos passar nenhum dia sem nos ver e sempre que tínhamos algum tempo sozinhos coisas mais quentes aconteciam e percebi que não era o único a adorar esses momentos.

Consequentemente o meu coelho se tornou mais solto, principalmente na parte em que envolve outras pessoas. Sua forma de interagir ficou mais espontânea, como se a sombra do seu pai fosse a ancora que o prendia e agora que ele se vê em alto mar esta deixando os ventos levarem-no para onde quiser e o lugar em que ele vai chegar não será uma decepção e sim um momento para aproveitar novas descobertas. O problema disso é que às vezes precisamos voltar ao porto para reabastecer. À volta ao porto para Cris foi o dia do julgamento. Eu não sabia como ele iria reagir por estar na presença do homem que o maltratou por tanto tempo.

A noite anterior ao julgamento nós dormimos juntos em meu quarto para ficar mais fácil do meu pai levar ele para a audiência. Todo o momento fiquei preocupado com o silêncio do meu pequeno. Ele se fechou em um mundo próprio e só respondia de maneira curta as coisas que eu perguntei. Os filmes e tudo o mais que coloquei para distrair não funcionou então eu só fiz abraça-lo e ficamos deitados, com ele perdido em pensamentos que não compartilhava e eu preocupado, procurando uma maneira de fazê-lo ficar bem sem conseguir encontrar um caminho para isso.

-Você acha que papai vai ser solto?

Cristian me perguntou no meio da noite. O silêncio da casa era grande. Provavelmente todos já estavam dormindo. Minha mãe e meu pai nos acompanhariam até o tribunal enquanto meus irmãos ficariam em casa fazendo o que quisessem com Stephany, que voltou para casa pra nos apoiar. Meu namorado e minha irmã acabaram conversando bastantes coisas que eu não pude participar, segundo eles.

-Eu não sei. Não quero que ele seja solto, quero que ele pague por tudo. Mas mesmo que ele possa ficar livre nunca mais vou deixar que ele chegue perto de você.

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