Capítulo 17

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Boa leitura! 




"Você vai ser pai" essas palavras ainda rondavam a minha cabeça e um frio subia pela minha espinha. Não é como se eu fosse pai de primeira viagem, mas eu nunca tinha passado pelos rituais que todo homem passa. Eu não pude ver a barriga da mulher crescer com seu primeiro filho, a primeira ultra, a primeira vez que você pega seu filho no colo, o primeiro dentinho, ou até mesmo a primeira palavra.

Quando eu descobri que era pai, meu filho já tinha chegado praticamente criado, falando de tudo e aprontando todas, eu era apenas o cara que teria que se ajustar a ele, e aprender a conviver com uma criança com energias transbordando. Mas não foi isso. Eu me preocupei quando ele teve a sua primeira febre, ou quando caiu na escola e eu tive que sair desesperado no meio de uma reunião porque ele gritava que queria o pai. Lembro como se fosse hoje, o pequeno garotinho no colo de sua tia, me olhando como se soubesse quem eu era. Eu sempre soube que seria um bom – modéstia parte -, mas eu jamais imaginei o medo que eu sentiria o perceber que uma pequena vida dependia única e exclusivamente de mim. Seja pros momentos bons ou ruins.

Claro que eu me senti feliz, quer dizer, feliz não é a palavra certa pra definir o que eu senti quando eu descobri que Benjamin era meu filho. Foi um misto de alegria, medo. Muito medo. Medo de falhar como pai, como educador, como amigo, ou até mesmo como a pessoa que ele iria seguir de exemplo, mas Nathalie, meus pais e até mesmo meus melhores amigos, dizem que estou fazendo um bom trabalho, e toda vez que meu filho diz que quer ser como eu quando crescer e diz que me ama, eu deixo o medo de lado e tenho certeza que estou me saindo bem como pai pro meu filho.

Uma semana já se passou desde o dia que eu descobri que Nathalie me daria um segundo filho, e eu voltei a quase dois anos atrás, quando meu melhor amigo me contava que seria pai. Lembro-me que eu o arrastei para um restaurante e conversamos, lembro-me que também senti uma pequena inveja dele, pois achei que nunca saberia qual seria a sensação de ver aquela vida que você ajudou a fazer, crescer bem na sua frente. E hoje estou aqui, com um filho lindo que eu sou totalmente apaixonado, e outro a caminho. Olhando pra trás, vejo que a vida tem sido muito boa comigo e com Nathalie. Mesmo com todos os obstáculos que tivemos que enfrentar para que hoje fosse possível ter essa criança, valeu a pena.

Deixo meus pensamentos de lado quando ouço duas batidas na porta da minha sala, em seguida vejo Alex entrando. Ele tira seu paletó e joga em cima da poltrona no canto e se senta em uma cadeira em frente a minha mesa. Ele sorrir. Ele está feliz por mim.

"E ai papai do ano, precisamos comemorar." Ele diz ironicamente e sei exatamente o que ele está pensando.

"Concordo. Não podemos fazer isso na primeira vez, porque eu não sabia do Ben, então iremos comemorar o dobro." Eu digo me recostando na minha cadeira e o couro protesta sobre meu peso.

"Justo" ele diz concordo e prossegue "Como Nath está? E Benjamin?"

"Nathalie não se agüenta de felicidade e já temos uma consulta marcada pra semana que vem, hoje ela disse que iria sair com Julia para comprar a primeira roupinha, e Benjamin disse que seria super legal ter uma irmãzinha, e que ele já a amava." Eu digo sorrindo ao lembrar a reação do meu filho. Ele será um irmão mais velho maravilhoso.

"Ela?" Ele pergunta rindo.

"Sim. Nathalie e Benjamin têm certeza que é uma menina. E eu acho que é um menino, mas o que eu posso fazer?" Eu digo dando de ombros.

DE REPENTE NÓSOnde as histórias ganham vida. Descobre agora