Days On Fire

Nothing But A Song.

Tiago Iorc

Mia

A melhor música para mim era o som da sua risada.

-Mas então... Você vem mesmo?

Perdi as contas de quantas vezes ele me perguntou se eu ia, a que horas eu ia e com quem eu ia.

Não sabia dizer se a mente dele era tão cheia de coisas que esquecia o que eu acabava de dizer.

Ou se ele não prestava a devida atenção.

Ou se gostava mesmo de testar a palavra das pessoas.

Sendo qualquer uma dessas alternativas a correta, ou nenhuma delas, eu adorava como isso me fazia pensar que o dia tinha sido maravilhoso. Que até me fazia esquecer as horas de angústias esperando por uma ligação ou uma mensagem.

Sim, eu estava apaixonada, mas eu não queria admitir.

Eu já tinha entregue meu coração na mão dele uma vez e ele jogou para o alto, por trás de sua cabeça, como se não significasse muito naquele instante.

Eu nunca iria entender a carência que poderia ter por atenção. Ele não precisava disso.

E mais uma vez... -Riso.- Eu estava dedicando bastante do meu tempo pensando nele. Ou até... Em nós.

Desde que conheci Gustav, ele sempre me foi uma grande incógnita que até então eu não tinha a menor vontade de resolver. Já me bastava o Jared.

Nunca me aproximei o suficiente. Nem esperei que ele o fizesse.

Mas por alguma "armadilha" do Destino estávamos mais uma vez de frente um para o outro.

Deveria ser mais um semestre normal, até que... Ele começou a me atrair mais do que deveria.

Ele tinha uma certa grandeza e quando eu enxergava isso em um homem... Ah! Era uma merda.

Então foi daí que dei o primeiro passo no ponto de auxiliar profissionalmente. Retive o carinho carnal e o observei quase como um irmão, mas as aproximações... Estavam sendo demais para que eu pudesse suportar mais tempo.

Eu já tinha caído feito patinho. E isso não me fazia reagir bem.

Além das pisadas de bola e dele simplesmente me jogar na friendzone resolvi superar isso. Afinal, eu não perdia tempo.

Aumentei a frieza. Ele não recebeu isso bem, mas era de se esperar. Um galinhão quando alguma franguinha sai do galinheiro, logo cisca.

Mas sabem como é. Você começa a ficar bem e então ele volta com uma força surpreendente.

E aí está você. Quase explodindo de alegria, pois irá vê-lo atuando em uma peça de teatro.

Você, como uma assídua crítica de atuação, começa a pensar em pegar leve. Ele não deve ser tanta coisa.

Ainda que tenha surpreendido em alguma coisa ou outra.

Pois bem. Vamos esperar.

Mas é óbvio que você se atrasa. Afinal, o percurso da sua casa até o teatro são de 3 horas.

Você começa a se questionar a razão de estar fazendo tanto esforço para aquela empreitada.

E então... Algumas coisas começam a fazer sentido.