Prólogo.

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Eu costumava sair e perder minha cabeça em outros pensamentos.

Eu tentava sair e achar motivos reais para me perder.

Então eu caminhei e olhei para os olhos dele.

Na verdade eram azuis e naquele instante eu não vi nada atrás dele.

Mas eu estava me enganando.

Havia muito mais a ser visto.

Hoje eu percebo que os azuis daqueles olhos eram apenas para sinalizar a cor da água

Tatuada no mar do teu mundo

Bem às tuas costas.

Shannon... Eu pude ver que a sua liberdade não me pertence, mas serei sempre o lugar para onde você quer voltar.

Eu te amo...


Eu te amo.



Acordei mais cedo aquele dia. Era comum que acordasse cedo, mas naquela manhã existia algo de diferente para mim.

Os primeiros raios de luz afirmavam o reflexo de um novo destino e de uma história que acabava de deixar para trás.

Eu não era mais uma menina. O lençol machado de sangue apontava isso. Enquanto me levantei, percebi sua respiração ecoando perfeitamente pelo cômodo. Não existia nada mais que desse lugar a qualquer outro som.

Seus traços delineavam o rosto de um homem cansado e fatigado pelas tormentas da vida e eu amava cada problema que você iria me causar a partir da nossa primeira investida.

Levantei da cama, fiz minha primeira limpeza diária e voltei para recolher minhas roupas.

-Ahn... –Te vi tatear a cama.

Abaixei para pegar minhas peças.

-Bru? –Olhou para mim com as vistas praticamente fechadas. –O que está fazendo?

-Preciso sair para trabalhar.

-Não... Vamos tomar café? Você volta? –Sentou.

Evitei um sorriso.

-Hoje não dá, Shannon. Combinei algumas coisas com minhas amigas. A gente marca quando der.

-Quando vou te ver de novo?

Comecei arumar minha bolsa.

-... Eu te ligo. Olha, eu vou te deixar um cartão. Se não me encontrar pelo celular, sabe para onde me ligar.

-Ah... Ok.

-Então... A gente se vê.

-Posso te dar um beijo?

-Pode.

Não fui até ele e compreendeu que eu não faria algum esforço para isso.

Me tomou pelos braços e tocou seus lábios aos meus. À princípio não tinha muita urgência, mas conforme me segurava, poderia afirmar que eu estaria entregue se mais uma vez levasse a me deitar.

-Tem certeza que não pode faltar o trabalho hoje? –Me beijou o pescoço.

A frase me despertou. O empurrei levemente e fiz uma expressão de "não mesmo!"

-A gente se vê por aí. –E o deixei.

Estranhamente, era um dia frio em Los Angeles. O céu apontava para um possível dia nublado, mas o clima não me interessava naquele segundo e sim o seu olhar de dúvida que eu tinha deixado para trás.

O meu coração doía de pensar que nossa manhã poderia ser maravilhosa e inesquecível, mas ao mesmo tempo o medo de perdê-lo por tornar as coisas mais fáceis me fazia recuar e lutar ainda mais para tê-lo aos meus joelhos.

E como eu esperava por essa hora!

Amar uma pessoa que já conhece há tantos anos tem dessas coisas. E eu não deixaria que escapasse dos meus dedos de uma forma não calculada.

A minha vez só tinha acabado de começar.




Nada mais interessante do que estar em mundo só seu.

Eu senti isso quando te conheci.

Somos dois, mas partes de uma

Busca perfeita

Pela chave

Do sonho.





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